64ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica

EDUCAÇÃO SEXUAL, JUVENTUDE, DST/HIV/AIDS: DESAFIOS A EDUCAÇÃO BÁSICA EM BELÉM DO PARÁ

Jair de Oliveira Silva 1,2,3 Danielly Coelho Gomes 1,2,3 Valter dos Santos Vieira 5,6 Eleanor Gomes da Silva Palhano 1,2,4,5,6

1. Universidade do Estado do Pará-UEPA 2. Centro de Ciências Sociais e Educação 3. Licenciatura Plena em Pedagogia 4. Profa.Dra./Orientadora- Depto.de Filosofia e Ciências Sociais. 5. Universidade Federal do Pará 6. Faculdade de Ciências Sociais

INTRODUÇÃO:

Este trabalho resulta de uma investigação tendo como objeto de estudo a educação sexual dos jovens, alunos e alunas cursando o ensino Médio, em uma escola estadual de ensino Fundamental e Médio localizada no bairro Telégrafo em Belém do Pará. Este bairro tem sido apontado conforme os dados estatísticos da Coordenação Municipal de DST/HIV e AIDS em Belém-CMB (2010) como uma das áreas da cidade onde há notificado um aumento de casos de AIDS em jovens. Os estudos e pesquisas de Ribeiro (1990, 2005), Lages (2009) e Figueiró (2009) mostram a necessidade de uma formação com o qual possibilite aos professores/as esclarecer os jovens em relação à sexualidade e DST’s. Diante dessa realidade, esta pesquisa partiu da necessidade de investigar de como os professores atuantes na escola de educação básica no bairro Telégrafo têm propiciado por meio de ações e práticas pedagógicas medidas de prevenção à DST/HIV aos alunos/as.

METODOLOGIA:

A pesquisa consiste em um Estudo de caso. O critério da escolha da escola baseou-se nos bairros de Belém onde há notificações de aumento de casos de AIDS segundo a Coordenação Municipal de DST/HIV e AIDS em Belém-CMB (2010). Os informantes desta pesquisa totalizaram-se 20, dos quais: 5 docentes e, 15 alunos (7 gênero feminino e, 8 masculino) cursando o ensino Médio entre 16 e 22 anos de idade. O critério de seleção dos professores foi pela atuação no campo da educação sexual que desenvolvem em sala de aula. A seleção dos alunos/as se fez a partir do grau de escolaridade (ensino Médio) e pela faixa etária conforme a UNESCO (2010) quando considera a juventude a idade correspondendo entre 15 a 29 anos. Realizaram- se entrevistas abertas aos professores. Aplicou-se um questionário estruturado aos alunos contendo perguntas objetivas sobre sexualidade e métodos contraceptivos a DST/HIV que foram tratados por sistema de lugar/freqüência e apresentados em porcentagens simples. A base teórica do estudo foi realizada a partir dos acervos bibliográficos das instituições: Artur Vianna, Universidade Federal do Pará e Universidade do Estado do Pará, na Secretaria do Estado de Saúde Pública- SESPA, além de informações coletadas junto a Coordenação Municipal de DST/HIV/AIDS em Belém- CMB.

RESULTADOS:

A educação sexual na escola pesquisada vem-se constituído segundo os professores pesquisados em um desafio, pois, não há programas de educação sexual na escola. Apesar disso, os professores oportunizam orientações que possibilitam a prevenção da DST/HIV junto aos alunos/as em sala de aula. Estas orientações são realizadas mediante o auxilio de recursos pedagógicos como: reportagens de revistas, recortes de jornal e filmes os quais são utilizados pelos professores/as para estimular, socializar os assuntos relacionados ou correlacionados à sexualidade e DST/HIV/AIDS. Na escola pesquisada não há dados estatísticos de alunos/as contaminados pela DST/HIV. No bairro do Telégrafo foram identificados dados de AIDS por gênero foram contabilizados para o gênero masculino 12,85% em 2007, 16,54% em 2008, 16,25% em 2009 e 19,18% em 2010. Já o feminino foi contabilizado 7,72% em 2007, 8,05% em 2008, 8,68% em 2009 e 10,74% em 2010 (PARÁ, 2010). Neste sentido, as ações realizadas pelos professores na escola pública de ensino médio propiciam ações educativas em relação a sexualidade e DST/HIV.

CONCLUSÃO:

O estudo realizado verificou que os professores pesquisados não possuem uma formação continuada que possibilite o aprimoramento de suas ações no campo da educação sexual. Desse modo, estes profissionais necessitam de uma formação que os leve até o conhecimento para o ensino da educação sexual. Vale ressaltar que as ações de educação sexual por parte da escola com interfaces na sexualidade e prevenção da DST/HIV requerem uma flexibilidade da prática pedagógica dos professores. As práticas educativas por parte dos professores assumem um processo onde a educação sexual no ambiente escolar é uma ferramenta na prevenção do HIV/AIDS em jovens.

Palavras-chave: Educação, Juventude, HIV/AIDS.