64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 5. Reprodução Animal
ANÁLISE QUANTITATIVA DE TRANSCRITOS DE EGF E EGFR DURANTE MIV DE CCOs CAPRINOS ORIUNDOS DE DOIS TRATAMENTOS DE ESTIMULAÇÃO OVARIANA
Maria Claudia dos Santos Luciano 1
Alexsandra Fernandes Pereira 2
Agostinho Soares de Alcântara Neto 3
Érica Sousa Albuquerque 4
Dárcio Ítalo Alves Teixeira 5
Luciana Magalhães Melo 6
1. Graduanda do curso de Ciências Biológicas da UECE, Fortaleza-CE
2. Pós-doutoranda do PNPD/CNPq lotada no PPGCV da FAVET/UECE, Fortaleza-CE
3. Doutorando do PPGCV da FAVET/UECE, Fortaleza-CE
4. Graduada do curso de Medicina Veterinária da FAVET/UECE, Fortaleza-CE
5. Professor adjunto da FAVET/UECE, Fortaleza-CE
6. Dra. /Orientadora – Pós-doutoranda do PNPD/CAPES lotada no PPGCV da FAVET/UECE, Fortaleza-CE
INTRODUÇÃO:
A produção in vitro (PIV) de embriões é uma importante tecnologia que esta diretamente relacionada a importantes técnicas como a transferência nuclear de células somáticas (TNCS) e a transgênese. A estimulação hormonal ovariana pode afetar o sucesso da produção de embriões por meio da regulação dos RNAs transcritos nos complexos cumulus-oócito (CCOs). O presente trabalho teve por objetivo avaliar um protocolo hormonal alternativo (DU, constituído de uma dose única de FSH + eCG) para a estimulação ovariana caprina e compará-lo com o tratamento convencional (DM, constituído de doses múltiplas de FSH).
METODOLOGIA:
Para tanto, 18 cabras adultas da raça Canindé foram submetidas à colheita oocitária laparoscópica (COL) após tratamento hormonal de estimulação ovariana. A investigação foi realizada através da análise da taxa de maturação in vitro (MIV) e por meio da expressão do fator de crescimento epidermal (EGF) e do seu receptor (EGFR), presentes em oócitos e células do cumulus (CC) de CCOs recuperados por COL. As amostras de RNAm foram recuperadas de grupos de 10 oócitos ou CC de 10 CCOs e submetidas a transcrição reversa (RT). Um pool de cDNA de três diferentes amostras foi amplificado em triplicata por meio de PCR quantitativo (qRT-PCR) em tempo real. Os dados foram normalizados para os níveis de transcritos de GAPDH e expressos em média ± d.p. e comparados pelo teste t para amostras não pareadas. Os dados em percentuais foram comparados pelo teste exato de Fisher.
RESULTADOS:
O número de CCOs recuperados por animal não diferiram (P>0,05) entre DM e DU (11,7 ± 4,9 e 10,8 ± 4,3, respectivamente), bem como as taxas de MIV (46,1 e 49,1%, para DM e DU respectivamente). Embora o ligante (EGF) tenha sido muito menos abundante que seu receptor (EGFR), ambos os transcritos foram detectados em oócitos e CC dos dois tratamentos hormonais. As temperaturas de melting dos amplicons obtidos de oócitos e de CC não diferiram (P>0,05) para EGF (76,6º C ± 0,3 vs 76,6º C ± 0,3, respectivamente), EGFR (77,9º C ± 0,2 vs 78,1º C ± 0,2, respectivamente) ou GAPDH (81,1º C ± 0,2 vs 80,7º C ± 0,5, respectivamente). Após MIV, transcritos de EGFR aumentaram (P<0,05) tanto nos oócitos quanto nas CC de ambos os tratamentos hormonais. Contudo, os níveis do receptor permaneceram baixos nas células e nos oócitos de ambos os tratamentos que falharam em maturar. Durante a maturação, os transcritos de EGF aumentaram (P<0,05) nos oócitos de DU, mas não nos de DM e nem nas CC de ambos os tratamentos.
CONCLUSÃO:
Em conclusão, CCOs produzidos através dos tratamentos DM ou DU para estimulação ovariana caprina são diferentes quanto à expressão entre EGF e EGFR. Além disso, a MIV aumenta marcadamente a expressão de EGFR em oócitos e em CCs, mas não em oócitos que falham em maturar, independente do tratamento de estimulação ovariana utilizado. Tal achado parece estar relacionado com a retomada da meiose e sugere que o EGF pode atuar através das células cumulus ou diretamente no receptor oocitário.
Palavras-chave: EGF, Expressão gênica, qRT-PCR.