64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 3. Imunogenética |
ESTABELECIMENTO DE UMA NOVA METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DAS CLASSES E SUBCLASSES DE IMUNOGLOBULINAS ANTI-HLA NO SORO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS |
JOANA SCAPINELLO VALDAMERI 1 RENATA PONSIRENAS 1 MICHELLE F SUSIN 1 |
1. Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Laboratório de Imunologia de Transplantes |
INTRODUÇÃO: |
O ensaio de citometria de fluxo em fase sólida (CFFS) usando micro-esferas ligadas a um único antígeno HLA em plataforma multiplex introduzido na rotina de laboratórios de histocompatibilidade vem sendo muito discutido devido à falta de evidências da relevância clínicas dos anticorpos anti-HLA detectados através desta metodologia. O fato de anticorpos anti-HLA específicos contra o doador são serem deletérios para alguns pacientes tem disso atribuído, em parte, a ausência de imunoglobulinas fixadoras de complemento no soro destes pacientes. A metodologia padrão de CFFS não discrimina entre as subclasses de IgG e não detecta anticorpos anti-HLA da classe IgM. Sendo assim, este trabalho visou o estabelecimento de uma metodologia modificada do ensaio de CFFS usando micro-esferas ligadas a um único antígeno HLA original, para que possa ser empregada na detecção das classes e subclasses de imunoglobulinas anti-HLA. |
METODOLOGIA: |
Foram manipulados 2 pools de soros de pacientes hipersensibilizados, que representaram a maioria das especificidades HLA encontradas no ensaio de CFFS original. O pool A apresentou anticorpo IgG total contra 100% das especificidades HLA classe I e 96,7% de classe II. O pool B apresentou 100% de especificidades classe I e 98,9% de classe II. O método consiste em um painel de micro-esferas codificadas com cores e revestidas por antígenos HLA de Classe I ou II, sendo que a cada microesfera é ligado apenas um antígeno HLA. Os anticorpos anti-HLA se ligam a estes antígenos e tal ligação é marcada com IgG caprina anti-humana conjugada com R-Ficoeritrina (PE). A emissão de fluorescência de cada esfera é detectada por um analisador de fluxo, o LABScan™ 100. Para a modificação do ensaio, substituiu-se o anticorpo secundário IgG total pelos anticorpos secundários de cada subclasse de IgG 1-4 e IgM anti-humana, conjugada com PE. |
RESULTADOS: |
A modificação na metodologia da CFFS permitiu a discriminação entre as subclasses de IgG, bem como a detecção de anticorpos anti-HLA da classe IgM. Os resultados obtidos para detecção de anticorpos anti-HLA classe I e II, utilizando as Igs secundárias IgG1-4 em comparação aos anticorpos anti-HLA detectados utilizando IgG total, mostraram que a maior parte de anticorpos reagentes nos pools eram da subclasse IgG1. A predominância de IgG1 em soros de pacientes transplantados já foi observada em outros estudos, porém detectados pelo método de ELISA. Das 67 especificidades HLA classe I reagentes para IgG1, apenas 15 (22%) foram também reagentes para alguma outra subclasse. Em relação a classe II, foram encontradas 34 especificidades positivas para IgG1, sendo 10 (29%) reagentes também para outra subclasse. |
CONCLUSÃO: |
A padronização da metodologia modificada do ensaio de CFFS foi realizada com sucesso para a detecção das subclasses de IgG1,2,4 e IgM. Nossos testes permitiram a determinação das concentrações das Igs secundárias IgG1,2,4 e IgM que poderão ser utilizadas para a discriminação das classes e subclasses de imunoglobulinas anti-HLA no soro pré e pós transplante e assim correlacionar estes resultados à funcionalidade do enxerto. |
Palavras-chave: Transplante renal, Anti-HLA, LABScreen® Single Antigen. |