63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
PREPARAÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DA CALDA SULFOCÁLCICA COMO BIOATIVO DE MICROAMBIENTE PARA CONTROLE DE FORMAS IMATURAS DO MOSQUITO Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE)
Amandha Kaiser da Silva 1
Gustavo Graciano Fonseca 2
Eduardo José Arruda 3
1. Depto. de Química, Faculdade de Ciência Exata e Tecnologia – UFGD
2. Depto. de Engenharia de Alimentos, Faculdade de Engenharia – UFGD
3. Orientador – Depto de Química, Faculdade de Ciência Exata e Tecnologia – UFGD
INTRODUÇÃO:
O objetido da pesquisa é investigar a preparação e estabilização da calda Sulfocálcica produto agrícola de baixo custo como bioativo de microambiente e cadeia alimentar com vistas ao controle populacional de formas imaturas do Aedes aegypti. A dengue é uma doença de maior incidência nos humanos. A redução populacional dos vetores a partir das formas imaturas (ovos e larvas) é o principal alvo para o controle da dengue. As larvas alimentam-se de detritos orgânicos e microrganismos, enquanto os insetos adultos de seiva e néctar de vegetais e até sangue. A fêmea tem a competência vetorial para a transmissão da dengue por quatro sorotipos DEN-1, DEN-1, DEN-3 e DEN-4, além de ainda possuir competência para veicular a febre amarela e outros arbovirus. A pesquisa investigou a preparação, estabilização e atividade biológica da calda Sulfocálcica para bactérias Gram-negativas e Gram-positivas como modelos para o controle de microrganismos da cadeia alimentar nos criadouros para larvas Aedes aegypti.
METODOLOGIA:
Antibiogramas foram realizados com a calda Sulfocálcica (repelente e biocida agrícola) para as bactérias Gram-negativas Escherichia coli ATCC-25922, Salmonella typhimurium ATCC–14028, Pseudomonas aeruginosa ATCC–27853 e Gram-positivas Staphylococcus aureus ATCC-25923, Liysteria monocytogenes ATCC–7644, para determinação do potencial bactericida dessa mistura coloidal a diferentes concentrações de diluições de 1%, até 0, 001%. Os controles antibióticos foram Penicilina para Gram-positiva e Estreptomicina para Gram-negativa. As bactérias foram cultivadas em caldo Mueller-Hinton, durante 24 horas, a 35°Celsius, em estufa BOD. A inoculação foi realizada a partir de alíquotas do inóculo com densidade óptica de 1,0 no comprimento de onda de 600 nanômetros. As placas de Petri foram preparadas em meio de cultura ágar Mueller-Hinton para a inoculação. No meio gelificado solidificado, 100 microlitros do caldo com o microrganismo e, posteriormente, um disco de papel filtro autoclavado com diâmetro de 6 milimetros, foi impregnado com as diversas concentrações de calda Sulfocálcica. Os discos impregnados foram colocados sobre o gel de cultura no centro da placa. As análises foram realizadas em quadruplicata para cada concentração testada.
RESULTADOS:
Os antibiogramas realizados com a calda Sulfocálcica, apresentaram atividade bactericida diferenciada com formação do halo de inibição em todas as concentrações testadas. Os testes realizados com a bactéria Salmonella typhimurium ATCC - 4028, apresentou o melhor potencial bactericida com halo de inibição de 1 cm na concentração 0,001%, enquanto que com o antibiótico Estreptonicina obteve-se halo de inibição de 0,7cm. Com a bactéria Pseudomonas aeruginosa ATCC–27853, os resultados na concentração de 0,01% apresentaram halos com diâmetro médio de
1,075cm. Para a bactéria Escherichia coli ATCC–25922, os resultados na concentração 0,001% apresentaram halos de inibição médio de 1,075cm. Para a bactéria Liysteria monocytogenes ATCC–7644, a atividade bactericida na concentração 0,001% obteve-se halo de inibição médio de 0,925cm, enquanto que com o antibiótico Penicilina obteve-se halo de inibição de 0,6cm. Para a bactéria Staphylococcus aureus ATCC–25923, o potencial bactericida na concentração 0,01% obteve-se halo de inibição médio de 0,85cm. Entretanto, pode-se observar um aumento de forma anômala do halo de inibição, possivelmente, devido à formação de precipitados na preparação dos discos de papel de impregnação que se distribuíram de forma heterogênea.
CONCLUSÃO:
Os resultados experimentais permitem propor a calda Sulfocálcica como ativo bactericidas para o controle dos microorganismos da cadeia alimentar da Aedes aegypti nos criadouros. A formação dos colóides e substâncias complexas na calda Sulfocálcica apresenta reatividades e toxidades a partir de espécies complexas de enxofre para as bactérias e baixo impacto para humanos e meio ambiente. Os resultados dos experimentos para a determinação da atividade biológica mostraram que a calda Sulfocálcica são biodegradáveis, com baixa hidrossolubilidade.
Palavras-chave: Aedes aegypti, Calda Sulfocálcica, Controle químico.