63ª Reunião Anual da SBPC

B. Engenharias - 1. Engenharia - 7. Engenharia de Transportes

A EFICIÊNCIA DOS MODOS DE TRANSPORTE EVIDENCIADA NOS DESAFIOS INTERMODAIS

Bárbara Chaves de Alencar 1 Eric Amaral Ferreira 2

1. Graduanda - Curso de Direito - UFERSA 2. Prof. Dr./ Orientador - UFERSA

INTRODUÇÃO:

Os desafios Intermodais – DIs tem por objetivo avaliar a eficiência dos diferentes modos de transporte (caminhada, bicicleta, moto, carro, transporte público etc.) nos aspectos referentes aos tempos e custos de viagem e emissão de poluentes, sendo realizados em diferentes cidades do Brasil e do mundo. São geralmente organizados por ativistas ligados a questão cicloviária e seguem regras básicas como a fixação da data do evento, local e hora da partida e local de chagada. Algumas vezes são incluídos pontos de controle ao longo do trajeto, mas de forma geral os trajetos são escolhidos pelos participantes. Pede-se aos mesmos que sigam as leis de trânsito e enfatiza-se que não se trata de uma corrida, mas de um instrumento para avaliar a eficácia e a eficiência dos diferentes modos de transporte. Ao final, os dados constatados empiricamente são coletados e organizados em relatórios posteriormente publicados em blogs e sites. A importância dos DIs decorre do fomento a discussões acerca das questões referentes à mobilidade urbana, entendida a partir de condições ótimas de deslocamento eficiente que garantam acessibilidade e contribuam para a sustentabilidade do dinamismo urbano. O presente trabalho pretende comparar os tempos médios de viagem nas cidades do Brasil e da Europa.

METODOLOGIA:

Primeiro realizou-se a compilação dos relatórios que reportam o que foi observado nos desafios intermodais realizados nas cidades Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Maringá, Mossoró, Aracajú, Florianópolis nos anos de 2006 a 2010, em seguida foram tabulados os dados referentes aos tempos de viagem, emissão de poluentes e custos de deslocamento para os modos: caminhada, bicicleta, moto, carro, transporte coletivo, por cidade e por ano. Por fim, analisaram-se qualitativa e quantitativamente os dados supracitados incluindo comparação das distâncias por tempo de viagem e por modo de transporte em cidades européias.

RESULTADOS:

Observou-se que não há procedimentos acerca da escolha dos pontos de origem e destino para a realização dos desafios intermodais, tornando-a suscetível as tendências que interessam aos organizadores. De maneira geral, os pontos de início e final são escolhidos na periferia e no centro da cidade, ou vice e versa. Quanto ao horário, os desafios tendem a se realizar nos horários de pico, frequentemente, no intervalo compreendido entre 17:30h e 19:00h. Observou-se que a emissão de poluentes per capta nos transportes motorizados é bem maior em carros e motos do que nos transportes públicos (ônibus e metrô). Já os modos não motorizados (caminhada e bicicleta) não contribuem para a emissão de poluentes e gases causadores do efeito estufa. No que se refere aos custos da utilização do carro são bem maiores quando comparados aos outros modos. Por fim, notou-se a similaridade dos tempos médios de viagem em cidades brasileiras e européias.

CONCLUSÃO:

Os dados apresentados nos DIs nas cidades brasileiras quando comparados com os tempos de viagem por diferentes modos de transporte em cidades européias apresentam grandes similaridade. Tanto nas cidades européias quanto nas brasileiras os padrões para viagens entre 4 e 5 quilômetros mostram a bicicleta como o meio mais eficiente de transporte em termos de tempo de viagem, sem falar no custo e na emissão de poluentes. Após cinco quilômetros os maiores tempos de viagens são para carros particulares seguido do transporte público e da caminhada. Em todas as cidades brasileiras a motocicleta junto com a bicicleta são os modos de transporte mais eficientes em termos de tempo de deslocamento. No que concerne a questão ambiental, os modos que emitem mais poluentes per capta (CO2) são o carro e a moto seguido do transporte público e depois os transportes não-motorizados. Se levarmos em consideração apenas o custo desembolsado na viagem veremos que o carro apresenta maior custo seguido do transporte público, motocicleta, bicicleta e a pé.

Palavras-chave: Mobilidade Urbana, Desafio Intermodal, Eficiência da Bicicleta.