63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 3. Clínica Médica
Relação entre o índice tornozelo braquial e a insuficiência renal crônica em idosos.
Carlos Henrique Alves de Rezende 1
Sebastiao Rodrigues Ferreira Filho 1
João Paulo Cândido Nascimento e Silva 2
Isabela Mina 2
Nayara Fayad Souza Dib 2
1. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Clínica Médica - UFU
2. Acadêmico - Universidade Federal de Uberlândia
INTRODUÇÃO:
O índice tornozelo braquial (ITB) expressa a relação entre a pressão arterial sistólica na artéria tibial posterior ou pediosa comparado à pressão sistólica na artéria braquial. Ele detecta tanto os casos sintomáticos, quanto os assintomáticos da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), e, portanto, é considerado o método de escolha para o rastreamento dessa doença, tanto no diagnóstico, como no prognóstico de eventos de mortalidade cardiovasculares. A DAOP e a doença coronariana possuem fatores de risco semelhantes, como idade avançada, diabete melito, tabagismo, obesidade, hiperlipidemia e hipertensão arterial sistêmica. Como é freqüente a simultaneidade entre processos ateroscleróticos em diferentes territórios vasculares, vários estudos apontam uma forte correlação entre o ITB alterado com a presença e o grau de acometimento da aterosclerose nas artérias carótidas e coronárias. Além disso, é sabido que a doença arterial coronária (DAC) acomete 40% a 50% dos pacientes com doença renal crônica avançada, ou seja, estágio 5, e que apresenta uma taxa de mortalidade de 9%.
METODOLOGIA:
Estudo transversal, realizado com pacientes idosos (idade superior ou igual a 60 anos) atendidos no ambulatório Amélio Marques HC-UFU. O índice tornozelo braquial foi obtido após descanso do paciente em decúbito dorsal por 5 (cinco) minutos. As aferições de pressão sistólica foram feitas nas seguintes artérias: artéria braquial direita; artéria tibial posterior direita e pediosa direita; artéria braquial esquerda; artéria tibial posterior esquerda e artéria pediosa esquerda, respectivamente, com o uso de um aparelho denominado Doppler Vascular. O ITB adotado foi baseado na razão entre a maior pressão sistólica de membro inferior e a maior pressão sistólica de membro superior do mesmo paciente. Além disso, a função renal foi estimada, através dos níveis séricos de creatinina, pelas fórmulas de Cockcroft-Gault e MDRD, sendo então correlacionadas com os valores de ITB obtidos.
RESULTADOS:
De acordo com o cronograma apresentado no projeto (com duração de 2 anos), o trabalho ainda encontra-se no período da coleta de dados, análise e interpretação dos mesmos. Alguns dados, porém, já foram obtidos e parcialmente interpretados. Apesar de o intervalo de normalidade do índice tornozelo braquial, já definido por estudos prévios, estar preconizado entre 0,9 e 1,3, sendo valores superiores ou inferiores a esses considerados anormais, optamos, em um primeiro momento, por dividir os valores encontrados do índice tornozelo braquial em nossos pacientes em dois intervalos iguais (de 0,82 a 1,08, e de 1,09 a 1,3), já que obtivemos apenas um valor abaixo de 0,9 e nenhum valor acima de 1.3. Sendo assim, 15 pacientes da nossa amostra de 24 pacientes apresentam um valor de índice tornozelo braquial entre 0,82 e 1,08, o que representa 62,5% dos pacientes. A filtração glomerular média estimada pela fórmula de Cockcroft-Gault dos pacientes que apresentam índice tornozelo-braquial entre 0,82 e 1,08; 1,09 e 1,3 foi, respectivamente, de 44,89 e 59,5 ml/min/1,73m².
Tendo como base a equação de MDRD, tem-se que no intervalo de variação de 0,82 a 1,08 o valor médio da taxa de filtração glomerular estimada por tal equação foi de 61,6 ml/min/1,73m2. Já no intervalo de ITB situado entre 1,09 e 1,3, a taxa de filtração ficou próxima de 64,8 ml/min/1,73m².
CONCLUSÃO:
O trabalho (com duração prevista no cronograma de 2 anos), ainda encontra-se na fase de coleta, tabulação e interpretação dos dados. Planejamos que até fevereiro de 2011, tenhamos um número de participantes próximo de 100 (cem), quando, então, informações mais concretas já poderão ser concluídas.
Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica, DAOP, Geriatria.