63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
PROJETO MANGAL: CONHECENDO A QUÍMICA DESSE ECOSSISTEMA
Ana Paula Silva 1
Edilena Albuquerque Vieira 1
Eulália Maria Dias de Almeida 1
Will Bezerra 1
Marcela Estanislau Marinho 1
Abílio José Souza Leitão de Sá 2
1. Espaço Ciência – Museu Interativo de Ciência - PE
2. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Ciências Biológicas - UFPB
INTRODUÇÃO:
Os manguezais são ecossistemas que portam comunidades vegetais típicas de ambientes alagados, resistentes à alta salinidade da água e do solo. Não são muito ricos em espécies, porém, destacam-se pela grande importância ecológica que desempenham. Por isso podem ser considerados um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil.
Para as poucas regiões costeiras onde ainda existem manguezais, tornam-se importantes as ações preservacionistas, controlando-se e monitorando-se alguns dos seus parâmetros físico-químicos. Tais parâmetros deverão fazer parte de uma mobilização das atuais populações, buscando a manutenção dos manguezais.
A partir deste contexto, observamos à necessidade de contribuir com atividades de divulgação e popularização da ciência que são desenvolvidas no Espaço Ciência, dessa forma, gostaríamos de evidenciar a realização de um estudo no manguezal Chico Science, localizado no interior do Museu, na perspectiva de contribuir para conservação e o conhecimento desse ecossistema.
Com alunos do ensino médio da rede pública, residentes no entorno do museu, com a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em ecologia, meio ambiente e cidadania, contribuindo ainda para a melhoria de sua qualidade de vida e consequentemente da sua aprendizagem escolar.
METODOLOGIA:
Esse trabalho foi realizado no período entre junho e outubro de 2010. Foram realizadas amostragens de água do manguezal, essas coletas eram realizadas em três pontos pré determinados, na parte da manhã às 10 horas e à tarde às 15 horas, permanecendo os mesmos para todas as coletas. Foi utilizado para analise de salinidade, um aparelho salinômetro por refração com escala em gravidade e porcentagem. Para análise de pH, foi utilizado fitas de pH da Merck. E para as medições de temperatura um termômetro digital.
Além das coletas, foram realizadas pesquisas bibliográficas na internet e em outras fontes, como livros, revistas e artigos científicos, para poder conhecer mais e melhor sobre o tema. Analisaram pesquisas anteriormente realizadas no Manguezal Chico Science.
Após essas etapas, os participantes do projeto sistematizaram os conteúdos trabalhados, utilizando as ferramentas de informática com uso de software livre. Após a sistematização, numa troca de conhecimento, apresentaram seus conhecimentos sobre o Manguezal para o público visitante do Museu.
RESULTADOS:
Os resultados mostraram uma variação de pH entre 6 e 10. Dados encontrados em outros trabalhos mostraram uma variação na faixa entre 5,7 e 7,5. Na hipótese de explicar a variação de pH no Maguezal Chico Science, baseou-se no fato de ser um ambiente fechado, sem renovação de material interno e acúmulo de matéria orgânica em decomposição, que gera produtos que elevam o caráter básico do meio. Esta hipótese só poderá ser testada em uma extensão do Projeto Mangal, com a análise de outros índices. No cruzamento entre o índice de pH e a quantidade de chuvas registradas pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco - ITEP, para o local no período da pesquisa. A conclusão é que a quantidade de chuvas não influencia diretamente no pH. Porém essa variação, irá influenciar na qualidade de vida desse ecossistema.
Foi observado que a salinidade variou entre 1% e 31%, variando conforme o índice de chuvas. Em épocas de estiagem prolongada, a salinidade aumenta, excedendo, o limite para águas salobras que vai de 0,5% a 30% segundo resolução do CONAMA.
A temperatura variou entre 23° a 31° C, conforme o local da coleta, sendo a variação observada pela incidência de luz solar. Nos locais, mais expostos ao sol as temperaturas são mais elevadas e nos locais sombreados a temperatura é mais baixa.
CONCLUSÃO:
Associar a prática da educação ambiental inclusiva com a divulgação cientifica é uma realidade cada dia mais presente no processo ensino aprendizagem. Para fazer a sociedade mais participativa e ao mesmo tempo mais responsável pela conservação planetária, é a ordem do dia. Estimular as práticas preservacionistas através do público jovem é criar as condições para fazer difundir conhecimento por quem pode influenciar marcadamente a sua comunidade. Desta forma buscar-se-á multiplicar os conhecimentos adquiridos por estes jovens, através de um linguagem simples que será recebida com forte credibilidade nas suas comunidades.
O trabalho realizado permitiu evidenciar e relacionar algumas condições físico-químicas existentes nas águas do manguezal e as possíveis implicações causadas pela poluição encontrada. E o que vem sendo observado é a diminuição da flora e fauna e o desequilíbrio desse ecossistema.
Palavras-chave: Manguezal, Conservação, Química.