63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 3. Biologia Geral
OCORRÊNCIA DE GALHAS INDUZIDAS POR INSETOS EM UM FRAGMENTO DE MATA SEMICADUCIFÓLIA DO CAMPUS SAMAMBAIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Taiza Moura Silva 1
Benedito Batista dos Santos 2
Walter Santos de Araújo 1
1. Depto de Biologia Geral - Instituto de Ciências Biológicas - UFG
2. Prof.Drº/ Orientador - Depto de Biologia Geral - Instituto de Ciências Biológicas - UFG
INTRODUÇÃO:
Os vegetais estão sujeitos a uma série de fatores, principalmente patológicos, como a formação de galhas. As galhas são originadas pela hipertrofia e hiperplasia dos tecidos de uma planta hospedeira, resultantes da ação principalmente de insetos. O seu desenvolvimento é considerado uma estratégia de muitos insetos na busca de recursos nutricionais e proteção contra predadores naturais. As galhas podem ser causadas por ácaros e homopteros (galhas abertas) ou por insetos das ordens Diptera, Hymenoptera, Coleoptera e Lepidoptera (fechadas), sendo as mais comuns aquelas causadas por dípteros cecidomiídeos. Para o estado de Goiás, as informações existentes sobre a ocorrência de insetos galhadores são poucas. Assim este estudo objetivou verificar a ocorrência e caracterizar as galhas que ocorrem nas porções epígeas de plantas ocorrentes na Mata da Veterinária do Campus Samambaia da UFG, Goiânia, Goiás; e identificar os insetos galhadores e parasitóides das espécies cecidógenas e a identificação das plantas hospedeiras.
METODOLOGIA:
Visitas mensais foram realizadas de 2009 a 2010 e a amostragem foi realizada através de caminhadas aleatórias ao longo da formação vegetal visitada. As galhas e plantas hospedeiras encontradas foram descritas, registradas e fotografadas. O material foi encaminhado ao Laboratório de Entomologia, do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Goiás, onde foram analisadas as características externas das galhas (tipo, forma, estrutura, cor, textura, etc.) e internas (número de lojas). As galhas foram acondicionadas em recipientes de plástico e o material foi vistoriado diariamente, verificando-se a umidade e a emergência de insetos. Os adultos obtidos, tanto os galhadores quanto seus eventuais parasitóides foram retirados, fixados em álcool 70% e posteriormente identificados em nível de ordem.
RESULTADOS:
Foram encontrados 42 morfotipos de galhas distribuídos em 18 famílias de plantas, das quais oito apresentaram galhas descritas pela primeira vez para o Estado de Goiás. Pôde-se verificar maior emergência de insetos da ordem Hymenoptera (34,14%) do que Diptera (Cecidomyiidae)(7,3%). A maior riqueza de galhas ocorreu nas folhas (63,6%), onde observaram-se 28 morfotipos de galhas, distribuídas ao longo de todo o limbo foliar. As formas de galhas mais frequentes foram a globosa (33%) e 82,5 por cento das galhas não tinham pêlos, algumas galhas apresentam-se glabras na face adaxial e pilosas na face abaxial, como ocorre em uma das galhas de Protium heptaphyllum. Em relação ao número de famílias botânicas hospedeiras de galhas, também, na Mata da Veterinária foi observado um número maior daqueles citados na literatura para o Estado de Goiás.
CONCLUSÃO:
Novas espécies de plantas hospedeiras e novos morfotipos de galhas foram acrescentados à lista existente para Goiânia e para o Estado de Goiás, observando-se, também, variação dos insetos galhadores encontrados. Assim, estes levantamentos devem ser contínuos para podermos ter um conhecimento geral deste importante grupo de insetos nesta região.
Palavras-chave: Galhas, Insetos galhadores, Plantas hospedeiras.