63ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 7. Música e Dança
NO RITMO DA CADÊNCIA: ANÁLISE DA PERCEPÇÃO RÍTMICA DE ALUNOS DE DANÇA DE SALÃO
Dayani Freitas Oliveira 1
André Ribeiro Machado 2
Glaubert Luiz Grote Chaves Farias 3
Joel Vitor Xavier 4
Raphael Luiz Sakugawa 5
Marcelo Victor da Rosa 6
1. Acadêmica do 5º semestre- Depto de Educação Física-UFMS
2. Acadêmico do 5º semestre- Depto de Educação Física-UFMS
3. Acadêmico do 5º semestre- Depto de Educação Física-UFMS
4. Acadêmico do 5º semestre- Depto de Educação Física-UFMS
5. Acadêmico do 5º semestre- Depto de Educação Física-UFMS
6. Prof. Ms./ Orientador- Depto de Educação Física-UFMS
INTRODUÇÃO:
Temos nas literaturas especializadas que ritmo é a capacidade física para realizar um movimento em um determinado período de tempo. Sendo o “movimento” representado pela dança e o período de tempo pela música. Assim, o ritmo oferece à dança e à música um melhor desempenho e juntos colocam em jogo percepções espaços-temporais, improvisação, além do fator de socialização. Qual será o nível de percepção rítmica das pessoas? É esta resposta que tentaremos encontrar. Um dos aspectos importante na escolha do tema foi à escassez de pesquisas no assunto. Em uma busca feita na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, mais precisamente no Departamento de Educação Física, foram analisadas as monografias existentes, desde 2000, e não foi encontrada nenhuma que tivesse como tema específico o ritmo, há, entretanto versando sobre dança. As outras análises (âmbito nacional) foram encontradas três teses que tratam do assunto dessa pesquisa, Volp (1994) “Vivenciando a dança de salão na escola”, Pereira (1995) “O ensino da dança na escola pública do Rio de Janeiro” e Taube (1997) “Estudo qualitativo do desenvolvimento da capacidade rítmica da criança: ritmo espontâneo e ritmo métrico”, porém nenhuma destas estuda a percepção rítmica de alunos de dança de salão.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa descritiva de acordo com Cervo e Bervian (1996). A população desta pesquisa foram 355 alunos de escolas e academias de Dança de Salão de Campo Grande – MS em 2010, que assinaram o termo de consentimento livre esclarecido, fornecido pelo comitê de ética da UFMS. A coleta dos dados foi feita nas escolas e academias de dança de salão de Campo Grande MS, com a utilização do “teste de tempo”, de Johnson & Nelson apud Gobbi et all, 2005, que tem como variáveis principais o tempo e o movimento. O teste consiste em caminhar em um ritmo de passadas igual ao ritmo imposto por um metrônomo. Três cadências diferentes (64, 120 e 184 batimentos) foram colocadas no metrônomo e o avaliado posteriormente reproduziu-as, caminhando o mais próximo possível da velocidade do metrônomo, ou seja, no mesmo ritmo. O avaliado escutou o som (em uma das cadências) durante 10 segundos e em seguida caminhou, também por 10 segundos, no mesmo ritmo do metrônomo, porém sem escutá-lo. Este procedimento se repetiu nas três cadências do metrônomo. Enquanto a pessoa caminhava, o avaliador contou quantas passadas o avaliado realizou no tempo de 10 segundos e em seguida classificou seu desempenho segundo a classificação contida no próprio teste acima descrito.
RESULTADOS:
Após analisarmos os dados, na qual a média de passadas para o BPM 64 foi de 12.98, resultado este classificado como EXCELENTE; para o BPM 120 foi de 19.99, classificado como BOM e por fim, para o BPM 184 foi de 27.46, classificado como REGULAR. Consideramos que a percepção rítmica dos alunos de dança de salão foi BOA, pois essa é a média entre os resultados encontrados para os três BPM. De acordo com os dados coletados, das três cadências, analisou-se uma diferença significativa entre os sexos somente na segunda cadência (BPM 120), na qual as mulheres tiveram um desempenho melhor que os homens. Observou-se uma maior dificuldade no ritmo de 184bpm. Entretanto, no ritmo de 120bpm observa-se que mesmo com um tempo de prática relativamente maior, a classificação foi BOM, em relação aos que possuem menor tempo de prática, que foram classificados com a média excelente. Foram avaliados 356 alunos, onde, até 20 anos foram 76 alunos, de “20-40 anos” 176 alunos, “40-60” 96 alunos e acima de 60 anos foram avaliados 8 alunos.
CONCLUSÃO:
Verificou-se que a população estudada foi classificada como tendo uma boa percepção rítmica, contudo, teve mais facilidade na percepção do ritmo mais lento (64bpm) e dificuldade na percepção do ritmo mais acelerado (184bpm), comparando as médias. Nota-se que nessa pesquisa houve diferenças significativas entre sexos, no ritmo intermediário (120 BPM), no qual o sexo feminino teve um melhor desempenho que os homens. A partir dos dados aqui apresentados, os profissionais interessados nessa temática, principalmente aos profissionais de dança de salão, poderão estar mais atentos ao planejarem suas aulas, adequando-se às necessidades e sabendo trabalhar com a realidade dos seus alunos.
Palavras-chave: Dança de Salão, Ritmo, Percepção.