63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 2. Imunologia Celular
LINFÓCITOS TCD4 MARCADOS PARA INF-g EM BOVINOS CURRALEIROS E NELORES ESTIMULADOS POR Mycobacterium bovis - BCG
Letícia Melo Oliveira 1
Mayara Fernanda Maggioli 1
Juliana Pinto Machado 1
Patrícia da Silva Rabelo 1
Ana Paula Junqueira Kipnis 2
1. Escola de Veterinária, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG
2. Profa.Dra./ Orientadora - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG
INTRODUÇÃO:
Curraleiros são a primeira raça efetivamente surgida no Brasil, resultante da miscigenação e adaptação aos diversos ecossistemas, desde a colonização. Estes animais rústicos parecem ser mais resistentes às doenças endêmicas regionais. A resistência às infecções está diretamente correlacionada a resposta imune do hospedeiro. Para verificar se existe alguma diferença na resposta imune de animais Curraleiros e outras raças exóticas criadas na região do cerrado, bezerros das raças Curraleiro e Nelore foram avaliados após a vacinação com Mycobacterium bovis - BCG.
METODOLOGIA:
Foram utilizados 12 animais com idade variando de 5 a 7 meses, provenientes do estado de Goiás. Depois da quarentena, os animais foram divididos em grupos: controles (3 de cada raça) e vacinados (3 de cada raça). Após obtenção das células mononucleares do sangue periférico nos dias zero (antes da vacinação), sete e trinta dias após a vacinação, as mesmas foram submetidas a quantificação por citometria de fluxo das populações celulares TCD4+ e de suas produções de IFN-g.
RESULTADOS:
Antes da vacinação, bezerros Curraleiros tiveram no sangue periférico maior número de células TCD4+(2049±402,3), que os bezerros Nelores (CD4:1240/mL ±337). No sétimo dia após a administração dos tratamentos (vacina ou adjuvante) observou-se maiores valores numéricos de linfócitos TCD4+ nos grupos vacinados em relação aos seus respectivos controles. Esses valores foram estatisticamente diferentes quanto a células TCD4+/mL entre os grupos Curraleiro vacinado (1768/mL ±161,3) e Nelore controle (1067/mL ±178,6, p<0,05). e entre os grupos Nelore vacinado (1740/mL ±265,9) e Nelore controle (1067/mL ±178,6; p<0,01). Ao trigésimo dia Curraleiros vacinados continuaram apresentaram maior número linfócitos TCD4+(2371±202,8) e o grupo foi superior aos grupos nelores: Nelore controle (1374±210,4; p<0,05) e Nelore vacinado (1406±413,6; p<0,10). As células CD4IFN-g positivas foram superiores nos animais Curraleiros (118,8±87,8) que nos Nelores (67,8±25,89). No trigésimo dia pós vacinal células TCD4 produtoras de IFN-g/mL foram mais numerosas em animais vacinados, tanto Curraleiros quanto Nelores, porém somente o grupo Curraleiros Vacinado (202,8/ mL±44,96) foi estatisticamente superior aos grupos não vacinados, tanto ao Nelore Controle (97,04±30,68, p<0,05) quanto ao Curraleiro controle (112,6±17,84; p<0,10); demonstrando que animais Curraleiros vacinados foram capazes de gerar resposta específica de células TCD4 com característica TH1 à vacina .
CONCLUSÃO:
Os resultados apresentados neste trabalho favorecem o perfil de resistência da raça bovina Curraleira quando comparada a raça Nelore devido a melhor capacidade de induzir resposta imune específica a vacina M. bovis-BCG.
Palavras-chave: resposta imune celular, Mycobacterium bovis -BCG, resistência.