63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
TRATAMENTO MULTIPROFISSIONAL DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES: ABORDAGEM COMPORTAMENTAL INTENSIVA
Larissa Lima de Souza 1
Danilo Fernandes da Silva 2
Raphael de Oliveira Delfino 3
Nelson Nardo Junior 4
1. Graduada em Educação (Ed.) Física – Depto de Ed. Física, UEM/PR
2. Mestrando em Ed. Física (Bolsista CAPES) – Depto de Ed. Física, UEM/PR
3. Graduando em Ed. Física (Bolsista PET/SESu/MEC) - Depto de Ed. Física, UEM/PR
4. Prof. Dr./Orientador - Depto de Ed. Física, UEM/PR
INTRODUÇÃO:
A obesidade tem se mostrado como um dos principais problemas da sociedade contemporânea, sendo diagnosticada cada vez mais precocemente. Ações de prevenção da doença são de extrema importância, neste momento da história, e devem começar desde a infância (WEISS et al., 2004). No entanto, levando-se em consideração o aumento das taxas de excesso de peso na população infanto-juvenil (WANG, MONTEIRO e POPKIN, 2002), tem se observado um aumento nos estudos com o foco no tratamento da obesidade e suas consequências.
Uma possibilidade que já vem sendo aplicada na Universidade Estadual de Maringá (UEM) desde 2005 é o Programa Multiprofissional de Tratamento da Obesidade (PMTO) em adolescentes, que têm como objetivo principal promover a mudança do comportamento alimentar e de atividade física, a partir da terapia comportamental intensiva, considerada um método convencional de tratamento da obesidade. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de um PMTO, baseado na abordagem comportamental intensiva, em adolescentes.
METODOLOGIA:
Participaram do estudo 22 adolescentes obesos (Conde e Monteiro, 2006), sendo 13 no gênero masculino, com idade entre 10 e 18 anos que concluíram um período de 16 semanas de intervenção. O programa de intervenção multiprofissional contou com a participação das áreas da educação física, nutrição, psicologia e pediatria.
A coleta de dados foi realizada no laboratório do Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO) da UEM. Foram avaliados parâmetros antropométricos, clínicos, composição corporal e aptidão cardiorrespiratória, uma semana antes e uma semana após o período de intervenção. As medidas antropométricas avaliadas foram peso, altura, IMC, circunferências de cintura (CC), abdome (CA) e quadril (CQ) com instrumentos padronizados.
A composição corporal foi avaliada por meio de uma Bioimpedância Multifrequencial. A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada por meio do teste de Shuttle Run 20 metros, proposto por Léger et al. (1988). A pressão arterial e a freqüência cardíaca de repouso foram aferidas com um esfigmomanômetro e um frequencímetro acoplados a um monitor não invasivo. Para avaliação dessas variáveis, os adolescentes permaneceram em repouso de 5 a 10 minutos (SBH, 2007). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UEM, conforme o parecer nº 463/09.
RESULTADOS:
Os resultados foram tratados através da estatística descritiva e inferencial, com nível de significância pré-estabelecido em 5%. A normalidade dos dados foi testada através do teste de Shapiro-Wilk. Os testes de Wilcoxon e teste t dependente foram empregados na comparação entre momentos de acordo com o resultado do teste de normalidade.
A idade média da amostra foi de 12,91±1,66 anos. Destacam-se entre os resultados diminuição significativa do IMC, % gordura, PAD e FCrep, além do aumento da massa magra, óssea e muscular e do VO2máx relativo e absoluto.
Mudanças nos hábitos alimentar e de atividade física têm sido relatados como uma forma eficiente de reduzir o peso, CC e % gordura entre crianças e adolescentes (KNÖPFLI et al., 2008).
O VO2máx aumenta ligeiramente com a idade durante a infância. Em contraste, há uma diminuição da potência aeróbica e níveis de atividade física durante a adolescência (THOMAS et al., 2007). Estudos apontam que a resposta ao treinamento aeróbio entre os crianças sedentárias com sobrepeso é diferente (aumento de 28% em VO2máx) para a resposta entre adolescentes nas mesmas condições (KAUFMAN et al., 2007). Isso ressalta a importância do efeito do treinamento, indicando que o aumento do VO2máx não pode ser explicado apenas pelo crescimento.
CONCLUSÃO:
A partir dos resultados do presente estudo, sugere-se que um PMTO, em adolescentes, promove mudanças positivas na composição corporal, aptidão cardiorrespiratória, parâmetros clínicos e antropométricos em curto prazo. Estudos com uma amostra maior, mais bem controlados e com um período de acompanhamento pós-intervenção são sugeridos para melhor compreender os efeitos a longo prazo de uma intervenção multiprofissional de curta duração com o objetivo de mudança do comportamento alimentar e de atividade física em adolescentes obesos.
Palavras-chave: Obesidade, Adolescentes, Tratamento Multiprofissional.