63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 2. Bioquímica dos Microorganismos
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ÁCIDO INDOLACÉTICO (AIA) EM RIZOBACTÉRIAS ISOLADAS DE PLANTAS DE MILHO (Zea mays) CULTIVADO NO CERRADO
Patrícia da Silva Rocha 1
Tauana Marques Barroso 2
Marina Firmino da Silva 3
Enderson Petrônio Brito Ferreira 4
Claudia Cristina Garcia Martin-Didonet 5
1. Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – UEG, Anápolis, GO
2. Acadêmica do Curso de Farmácia, UEG, Anápolis, GO
3. Farmacêutica Anápolis, GO
4. Pesquisador Dr. Embrapa Arroz e Feijão, Santo Antônio de Goiás, GO
5. Profa. Dra./Orientadora, Departamento de Farmácia, UEG, Anápolis, GO
INTRODUÇÃO:
O milho tem grande importância social, econômica e cultural no Brasil. O Brasil produz cerca de 51,2 toneladas/ano de milho, mas apesar da alta produtividade essa cultura enfrenta problemas relacionados ao seu cultivo como a baixa fertilidade dos solos e pela deficiência em nitrogênio. Os adubos nitrogenados utilizados nesta cultura como fertilizantes aumentam os custos de produção além de provocarem desequilíbrio ambiental. A utilização da fixação biológica de nitrogênio (FBN) mediada por bactérias é proposta como uma tecnologia alternativa. Estas bactérias possuem a capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico ainda podem produzir fitohormônios que afetar o crescimento das plantas. Algumas bactérias podem produzir ácido indolácetico (AIA), uma auxina, podendo utilizar várias vias de síntese, sendo o triptofano um dos precursores mais conhecidos. Realizar a caracterização das rizobactérias associadas ao milho produtoras de AIA poderá auxiliar na seleção de bactérias candidatas para serem utilizadas como bioinoculantes em testes em casa de vegetação e a campo, desta cultura. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de AIA em rizobactérias isoladas de raízes de plantas de milho cultivado no Cerrado.
METODOLOGIA:
As bactérias selecionadas foram isoladas em meio semi-seletivo para rizobactérias do gênero Azospirillum no meio NFb sendo selecionadas 25 bactérias. Foram utilizadas as bactérias padrão para o gênero Azospirillum A. brasilense Sp245, AbV5 e FP2 e A. lipoferum Sp59b para comparação. Todas as bactérias foram cultivadas em meio DYGS líquido com e sem Trp (5mmolL-1) por 48h dias sob agitação 130 rpm a 28C, sob abrigo da luz. Depois de crescidas as culturas foram centrifugadas a 3000 rpm por 30 minutos e o sobrenadante foi coletado. A análise qualitativa de AIA foi determinada misturando-se 500 uL do sobrenadante com 500 uL do reagente Salkowski. As dosagens foram realizadas em espectrofotômetro a 540 nm, utilizando uma curva padrão de AIA comercial (Sigma). Todos os testes foram realizados em triplicatas e nos dados obtidos foram aplicados o teste de Tukey para comparação de médias, com nível de significância de 5%.
RESULTADOS:
Na detecção quantitativa utilizando o reagente de Salkolski, foi possível observar a produção de AIA por todos os isolados tanto na presença como na ausência do precursor triptofano. Pelas avaliações realizadas foi observado que na presença de triptofano a maioria dos isolados produziram maior quantidade de AIA do que na ausência. A média de produção do isolados foi de 2,29 ug.mL-1 na ausência, e de 5,32ug.mL-1 na presença de triptofano. Para as bactérias controle utilizadas a média de produção foi de 3,69 ug.mL-1 na ausência, e de 3,33 ug.mL-1 na presença de triptofano. Os isolados L11, L13, L14, L16, L21 apresentaram a maior média de produção de AIA tanto na presença como na ausência de AIA. Na ausência de Trp foi detectado a menor produção para o isolado L60 (0,34 ug.mL-1) e a maior para o isolado L21 (6,93 ug.mL-1). Este isolado (L21) também apresentou a maior produção na presença de Trp com a produção de 13 ug.mL-1 de AIA, e o isolado L8 a menor produção com 1,77 ug de AIA.mL-1 nesta condição.Como foi observado a produção de AIA na ausência e na presença de Trp podemos inferir que os isolados testados podem estar utilizando outras via de síntese uma dependente pela incorporação do Trp via corismato e uma independente de Trp, como sugerido para o gênero Azospirillum por Zakharova e colaboradores (1999).
CONCLUSÃO:
Todas as bactérias isoladas de plantas de milho testadas apresentaram a capacidade de produzir AIA na presença e na ausência de Trp e que possuem pelo menos duas vias de síntese de auxina, indicando que estas bactérias podem ser utilizadas em ensaios de inoculação para observar os efeitos no crescimento de plantas de milho.
Palavras-chave: bactérias diazotróficos, milho, auxina bacteriana.