63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NUMA SOCIEDADE EM MUDANÇAS: uma reflexão do docente do Estado do Tocantins
Maria Leci de Bessa 1
Elvira Aparecida Simões de Araújo 2
1. Mestranda em Gestão e Desenvolvimento Regional UNITAU
2. Profa. Dra./Orientadora Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional UNITAU
INTRODUÇÃO:
O artigo tem como objetivo refletir a respeito das políticas de formação docentes centrando-se na análise a formação inicial dos professores, analisando os desafios da execução das políticas educacionais na sociedade neoliberal, com o olhar voltado ao Estado do Tocantins por identificar uma localidade em processo de crescimento populacional. Verifica que estando no início do século XXI, o cenário brasileiro apresenta aspectos diversificados, em relação a economia, a tecnologia, com a era da informação e no trabalho. As mudanças ocorrem, mas na educação, as ações e programas estão voltados à política neoliberal, com permanência da crise educacional e existência de professores leigos. Essa pesquisa possibilita compreender a sociedade contemporânea que por sua vez exige um novo perfil de profissional com mais qualidade e formação para atender às demandas desse mercado. A falta de professores qualificados e em quantidade suficiente constitui-se em um gargalo para qualquer política pública que leve em conta a educação como um mecanismo facilitador para a geração do desenvolvimento nacional. Para compreender essa realidade o estudo apresenta um breve perfil do profissional da educação do Estado do Tocantins.
METODOLOGIA:
O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória. Pautou na abordagem qualitativa, de caráter bibliográfico e documental, a partir de informações coletadas através de pesquisas em banco de dados estatísticos do Ministério da Educação (MEC) de 2009, no relatório de pesquisa da Conferência Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE) de 2003, em artigos e livros.
RESULTADOS:
A análise dos dados demonstrou que o profissional da educação do Estado do Tocantins em sua maioria é do sexo feminino, possui em média de 25 a 50 anos, do total de 17.583 professores no Estado. Destes 1,04% possui apenas o ensino fundamental, 27,96% concluíram o ensino médio e 71% possuem curso superior. O hábito de leitura entre os professores ainda é pequeno, somente 36,1% lê um ou mais livros por mês. A maioria dos professores trabalha em dois ou três turnos. Isso indica que a menor carga horária de trabalho não é suficiente para a sobrevivência, e ainda permite analisar que a dupla jornada impede ao profissional da educação acesso a cultura e lazer. Em relação ao acesso à tecnologia, os dados de 2003 indicavam que 66,3% dos professores não possuíam computador e 51,8% dos professores não acessava a internet. Dos 139 municípios tocantinenses apenas 13 municípios possuem cursos de educação superior presencial, distribuídos em 15 instituições de ensino superior e apenas uma de natureza pública.
CONCLUSÃO:
O Estado do Tocantins, a mais nova unidade da federação, ainda não atende ao ideal de ensino de qualidade e de formação de profissionais de educação. Repete o quadro do país quanto à duplicação de carga horária, baixa escolaridade dos professores além de acesso insipiente à tecnologia. Evidencia-se assim a necessidade de execução de políticas públicas e programas adequados para a melhoria da formação profissional e das condições de trabalho e qualificação profissional para atrair novos profissionais e consolidar o processo educacional tocantinense. Conclui-se que o profissional da educação no Estado do Tocantins ao tentar-se adaptar às mudanças da sociedade possui muitos desafios a serem enfrentados na superação dos entraves, para isso é necessário prevalecer a democracia, a valorização dos docentes e melhoria no ensino. Não é possível investir pouco na formação dos docentes e colher resultados satisfatórios.
Palavras-chave: Políticas educacionais, Qualidade da educação, Tocantins.