63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE HEMOGLOBINA GLICADA (A1C) E CÁLCULO DA GLICEMIA MÉDIA ESTIMADA EM PACIENTES DIABÉTICOS ATENDIDOS NO LABORATÓRIO RÔMULO ROCHA NOS MESES DE SETEMBRO E OUTUBRO DE 2010.
Brunna Silva Almeida 1
Laís Carneiro Naziasene Lima 1
Thalyta Renata Araújo 1
Keila Correia de Alcântara 2
Joana D´arc Ximenes Alcânfor 2
Sérgio Henrique Nascente Costa 3
1. Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás – UFG
2. Profa. Ms - Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás – UFG
3. Prof. Dr./Orientador - Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás – UFG
INTRODUÇÃO:
Diabetes Mellitus (DM) representa um dos mais importantes problemas de saúde pública. É a sexta causa primária de internações hospitalares, além de contribuir de 30 a 50% para internações por fatores secundários. Para controle da glicemia, exames de acompanhamento são realizados, como glicemia de jejum e hemoglobina glicada (A1c). A glicemia de jejum é determinada pelo valor de glicose disponível no soro após jejum de 8-10 horas. Os níveis de A1c depende da concentração média de glicose e reflete o controle terapêutico de um período de 8 a 12 semanas, compatíveis com a vida média dos eritrócitos. No entanto, a glicemia média dos últimos 30 dias tem maior contribuição na glicação da hemoglobina. Atualmente estudos indicam que as complicações crônicas começam a desenvolver quando os níveis de A1c estão situados acima de 7%, que é o valor de corte considerado como uma das principais metas no controle de diabetes mellitus. Assim, as relações entre A1c, concentração de glicose no sangue e complicações tardias vêm sendo estabelecidas nos últimos 30 anos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi a realização das dosagens de glicemia de jejum, A1c e cálculo da glicemia média estimada de pacientes diabéticos atendidos no Centro de Análises Clínicas Rocha da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás, nos meses de setembro e outubro de 2010.
METODOLOGIA:
Foram avaliados 55 pacientes que realizaram exames no Centro de Análises Clínicas Rômulo Rocha da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás, nos meses de setembro e outubro de 2010. A pesquisa foi devidamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFG (CEP/UFG) em junho de 2010, protocolo nº 35437. Foram inclusos pacientes diagnosticados com DM e que concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram excluídos os que não concordaram em assinar. A captação e coleta de amostras dos sujeitos da pesquisa ocorreram nas dependências físicas do Laboratório. A determinação de A1c foi realizada por meio de kits específicos para a subfração A1C, utilizando o método turbidimétrico em equipamento automatizado A-25, ambos da marca Biosystems®. Para o cálculo da glicemia média estimada, foi utilizada a equação de regressão linear descrita pela Associação Americana de Diabetes, no qual estabelece uma correlação acurada entre a porcentagem de A1c e o valor de glicemia média estimada (ADAG= A1c-derived average glucose), conforme a seguinte fórmula: Glicemia média estimada (mg/dL) = 28,7 × A1c – 46,7.
RESULTADOS:
Pela avaliação de 55 pacientes, foi observada a predominância de sujeitos do sexo feminino com 76,4% e com idade maior que 45 anos que representaram 80,0% do total. Observou-se uma alta freqüência (52,8%) de descontrole glicêmico pela análise dos valores elevados de A1c. A mediana da glicemia de jejum e da A1c dos indivíduos avaliados foi de 118 mg/dL (DP=58,02) e 6,5% (DP = 2,49), respectivamente. É considerado um bom controle glicêmico quando a glicemia de jejum está menor que 140 mg/dL e 69,1% apresentaram um bom controle glicêmico de jejum. Quando avaliadas as dosagens de A1c, 52,8% apresentaram A1c>6,5% e apenas 9,5% apresentaram valores de A1c dentro da normalidade. A glicemia média estimada apresentou uma mediana de 139,8 mg/dL (DP=71,5). Não houve diferença significativa entre a glicemia de jejum e a glicemia média estimada para o grupo avaliado (p>0,05). Os resultados obtidos sugerem um maior risco de desenvolvimento de complicações micro e macrovasculares, tais como nefropatia, neuropatia, retinopatia e doenças cardiovasculares no grupo de pacientes com descontrole glicêmico e valores elevados de A1c .
CONCLUSÃO:
Os métodos utilizados para a determinação da A1c apresentaram desempenho adequado, comprovado pela utilização de amostras-controle. Como foi observada uma alta freqüência de descontrole glicêmico, são necessárias medidas mais acuradas para a identificação e o controle destes pacientes para que haja a conscientização da mudança de hábitos de vida e que seja possível encontrar uma terapia adequada.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Glicemia de jejum, Hemoglobina glicada.