63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
A CIÊNCIA QUE FAÇO
Adriana Clara da Silva 1
Jacques Antonio de Miranda 2
1. Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia – ICADS/UFBA – Barreiras/BA
2. Prof. Dr. /Orientador – Colegiado de Química – ICADS/UFBA
INTRODUÇÃO:
2011 é o Ano Internacional da Química, essa celebração tem o objetivo de apresentar as contribuições desta ciência para o bem estar da humanidade e, acima de tudo, promover sua popularização na tentativa de despertar na população jovem o interesse pela Química, o que fomentaria a inserção de mais alunos nos cursos de graduação formando assim mais profissionais nessa área onde a demanda do mercado supera a oferta profissional, déficit que o nosso pais tem enfrentado a anos, em diversas setores, sendo que nas áreas destinadas também ao ensino, como Matemática, Química, Física, Biologia, entre outras, o problema é ainda mais gritante.
Foi pensando nisso que essa pesquisa foi idealizada. Observar como alunos que ainda não decidirem que área querem seguir dentro das Ciências Exatas reage ou se posicionam após passarem um semestre cursando uma disciplina de carga horária de 34 horas onde o objetivo, ou ementa, principal é conhecer mais a fundo uma determinada área da Ciência, vendo onde um profissional dessa área atua e qual a relevância dessa ciência e desse profissional para a sociedade a para os avanços tecnológicos. Neste caso especifico a ciência escolhida foi a Química.
METODOLOGIA:
A fim de observar como alunos de graduação relacionam-se com o meio e com a linguagem cientifica foram aplicados ao longo de um semestre diversos artigos de divulgação cientifica a uma determinada turma do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia.
Todos os artigos possuíam duas coisas em comum: serem da área de Química e, apesar da linguagem técnica, conter exemplos simples que iriam facilitar ao aluno relacionar atividades e objetos de seu dia-a-dia às grandes áreas da Química.
A turma foi dividida em cinco grupos correspondentes às áreas da Química que iam ser trabalhadas, orgânica, analítica, inorgânica, produtos naturais e fármacos. Cada grupo ficou incumbido de mediar a discussão do artigo da área que representava. A cada aula um artigo era discutido, o professor, doutor em Química, mediava os debates e esclarecia as duvidas.
Alem das discussões dentro da sala de aula outras atividades foram realizadas, confecção e exposição de banners com o intuito de que o restante do publico acadêmico da instituição tivesse acesso àquele conhecimento. O fechamento da disciplina consistiu na apresentação de seminários com cada grupo dramatizando uma suposta participação em evento cientifico tal como a reunião anual da Sociedade Brasileira de Química, SBQ.
RESULTADOS:
Ao decorrer da pesquisa foi possível observar que muitos dos alunos ali desconheciam as atribuições de um químico. Isso se deve, talvez, à falta de conhecimento e mesmo de divulgação quanto à aplicabilidade de algumas ciências.
Sabe-se muito de tecnologia, porém, sabe-se muito pouco sobre as descobertas e pesquisas que levaram ao aprimoramento de técnicas que possibilitaram tais avanços tecnológicos. Um exemplo: quando se discutiu sobre novos materiais, os alunos desse grupo falaram sobre os LED’s, houve muita curiosidade. Alguns queriam saber como o LED funciona, de que ele é feito, outros já questionavam o porquê do termo “materiais inteligentes”. Mas, uma coisa ficou bem clara, a maior surpresa de todos eles foi saber que químicos são contratados por grandes empresas para desenvolver esse tipo de material, atribuição que eles, em maioria, acreditavam ser de profissionais da engenheira robótica ou mecatrônica. O que configura uma crença de que o trabalho de um químico restringe-se a sala de aula, como professor, ou em indústrias de óleo, margarina, cosméticos, agrotóxicos, entre outras, trabalhando no controle de qualidade.
Antes mesmo do fim do semestre e da pesquisa já era possível notar que o conceito de Ciência e Química já havia mudado pra alguns dos alunos.
CONCLUSÃO:
Analisando os resultados numéricos da pesquisa juntamente com o depoimento isolados dos alunos foi possível concluir que ainda há muito que se fazer no Brasil quanto à popularização da Ciência. O senso comum tem influenciado nas escolhas profissionais de maneira indiscriminada. Não há, em muitos casos, a orientação devida para nortear o futuro acadêmico, relacionando suas aptidões com uma futura carreira profissional.
A crescente disponibilidade de vagas em universidades federais e a facilitação da inserção de alunos oriundos de escolas publicas nestas instituições tem explicitado ainda mais o problema. É grande o numero de desistências, são centenas de alunos que passam no vestibular, cursam um ou dois semestres e depois largam o curso alegando não ser aquilo que eles imaginavam.
Esses pontos ficaram bastante evidentes na pesquisa, são diversos alunos afirmando terem “caído de pára-quedas” em determinado curso. Existem, inclusive, relatos de cursos onde o índice de desistências, incluindo trancamentos, chega a cinqüenta por cento. Cabe agora às entidades competentes buscar maneiras de reverter estes números. Os frutos dessa pesquisa indicaram um caminho viável.
Palavras-chave: popularização da Ciência, escolha profissional, carreira cientifica.