63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO EM PASTAGEM DE VÁRZEA NO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM
Anísia Karla de Lima Galvão 1,3
José Ferreira da Silva 2
Sônia Maria Figueiredo Albertino 3
1. Profa. do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas - IFAM / CMZL
2. Prof. Dr./Orientador - Depto. de Produção Animal e Vegetal - UFAM
3. Pós-Graduação em Agronomia Tropical, Fac. de Ciências Agrárias - UFAM
INTRODUÇÃO:
O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo. No entanto, apesar das pastagens representarem a base da alimentação desses animais no Brasil, os índices de produtividade na maioria das propriedades são baixos. Na Amazônia, a pecuária sempre foi caracterizada por criações extensivas em pastagens naturais, principalmente em campos de várzea. Os solos desses ecossistemas são considerados de alta fertilidade, onde são frequentes espécies com alto teor de proteína e boa palatabilidade. Os estudos fitossociológicos são essenciais para a atualização das floras regional e nacional, servem de base para o entendimento de padrões de distribuição geográfica das espécies e de como esses padrões são influenciados por fatores do meio. Além disso, constitui importante ferramenta de suporte técnico nas recomendações de manejo das pastagens. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento fitossociológico em pastagem de várzea do município de Parintins-AM.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado em uma pastagem de várzea com cerca de três hectares, situada entre as coordenadas S 02º 37’ 55.3” W 56º 42’ 21.9”. O levantamento foi feito no mês de janeiro de 2009, quando as pastagens encontravam-se sob pastejo por bovinos. Para o estudo, foi usado o método do quadrado, aplicado por meio de um amostrador de madeira medindo 1m2, que foi lançado 31 vezes na área. As parcelas foram amostradas ao acaso e os terrenos percorridos em ziguezague. As plantas foram cortadas rente ao solo, acondicionadas em sacos plásticos identificados e conduzidas ao laboratório, onde foram quantificadas. Para a identificação das espécies, foram coletados ramos ou fragmentos desses indivíduos, preferencialmente férteis. Amostras das plantas foram armazenadas em jornais e prensas para posterior secagem e confecção de exsicatas. As plantas foram identificadas por classe, família e espécie, com auxílio da literatura especializada, comparações com material de herbário e, quando necessário, foram remetidas a especialistas. Os nomes botânicos foram conferidos na página da WEB do Missouri Botanical Garden. Os parâmetros fitossociológicos avaliados foram: frequência, densidade, abundância e índice de valor de importância.
RESULTADOS:
O levantamento registrou 29.119 indivíduos, distribuídos em 11 famílias, 16 gêneros e 16 espécies. Entre as espécies, 10 são Dicotiledôneas e seis são Monocotiledôneas. As espécies Cynodon dactylon, Oriza perennis, Panicum chloroticum e Paspalum repens destacaram-se, nessa sequência, apresentando maiores índices de valor de importância (175,54; 34,04; 27,18 e 25,92), densidade (747,35; 91,19; 49,87 e 42,26 indivíduos por m2) e abundância (1.448,00; 91,19; 49,87 e 42,26). As espécies mais frequentes foram O. perennis (1,00), P. chloroticum (1,00), P. repens (1,00) e C. dactylon (0,52). As famílias mais representativas em número de espécies foram Poaceae (4), Fabaceae (2) e Asteraceae (2). A família Poaceae representou 99% das plantas registradas na área. Embora em pequeno número, Arrabidaea bilabiata ocorreu na pastagem. Essa espécie pode causar morte súbita nos animais por intoxicação.
CONCLUSÃO:
A área apresentou baixa diversidade de espécies, o que é comum em ecossistemas de várzea. Embora as principais espécies apresentem bom potencial forrageiro, a pastagem necessita de um manejo adequado de plantas daninhas, considerando que algumas espécies identificadas podem provocar injúrias aos animais, além de contribuírem para a baixa produtividade das pastagens.
Palavras-chave: Fitossociologia, Pecuária, Plantas daninhas.