63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
ECOFISIOLOGIA DA SERINGUEIRA EM SANTA TEREZINHA, MT. II. CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS E ÁREA FOLIAR DOS CLONES PB 235, IAN 3087 E PB 252
Josué Valente Lima 1
Áurea Izabel Aguiar Fonseca e Souza 1
Kildelmir Costa Milomes Júnior 1
Eurico Pinheiro 2
Heráclito Eugenio Oliveira da Conceição 3
Marco Antônio Arantes 4
1. Graduando/Orientado - Área de Produção Vegetal da UFRA Campus Capitão Poço, Pará
2. Graduando/Orientado - Área de Produção Vegetal da UFRA Campus Capitão Poço, Pará
3. Graduando/Orientada - Área de Produção Vegetal da UFRA Campus Capitão Poço, Pará
4. Professor Titular e Pesquisador aposentado da UFRA e da Embrapa Amazônia Oriental
5. Professor Dr./Orientador – Área de Produção Vegetal da UFRA Campus de Capitão Poço, Pará
6. Companhia de Desenvolvimento do Vale do Araguaia – CODEARA
INTRODUÇÃO:
As estratégias para as plantas crescerem em climas secos dependem essencialmente dos mesmos tipos de escolha, que podem ser: escapar do estresse, por exemplo, através de um curto ciclo de desenvolvimento; evitar o déficit hídrico, através da redução da transpiração ou do aumento da absorção de água; manter o crescimento sob estresse hídrico; ou, ainda, resistir o severo déficit através de mecanismos de sobrevivência. Cada uma dessas estratégias está associada a custos e benefícios.
Os mecanismos fisiológicos que permitem às espécies tolerarem prolongados períodos de estresse hídrico podem envolver numerosos atributos. Dentre os mecanismos utilizados pelas seringueiras para superar o período seco, o trabalho de MEDRI & LLERAS (1983) relata a importância relativa de cada um dos parâmetros para a resistência à desidratação e à seca que pode ser indicada em termos percentuais: potencial hídrico e resistência do mesofilo (aproximadamente 98%), déficit de saturação (aproximadamente 94%), transpiração (87%), resistência estomática (85%), potencial hídrico (80%), relação volume/superfície (75%), espessura da folha ou área foliar (72%), diâmetro do xilema (58%), número e comprimento dos estômatos (47%).
METODOLOGIA:
O trabalho foi conduzido em áreas do seringal industrial da CODEARA, localizada no município de Santa Terezinha, MT, com plantas dos clones PB 235, IAN 3087 e PB252, os quais constituíram-se nos tratamentos usados nesta pesquisa. As mudas dos tratamentos foram enxertadas em viveiro convencional e posteriormente transplantadas para sacos de polietileno com capacidade para 25 kg de substrato até atingirem o estádio de dois lançamentos maduros e, depois levadas para o local definitivo. Os tratamentos foram distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso, com seis repetições, trinta e cinco plantas na parcela total e vinte plantas na parcela útil, em arranjo espacial retangular medindo 8,0 m x 2,5 m, que proporciona uma densidade de plantio da ordem de 500 plantas por hectare. Os efeitos dos tratamentos foram avaliados quando as plantas apresentavam-se com quatro anos de idade, por meio da taxa de transpiração (E, em μmol m-2 s-1) e da resistência estomática (Rs, em s cm-1), utilizando-se um porômetro de estado dinâmico LI-1600 da LICOR, o teor relativo de água (TRA, em porcentagem) pelo método de Waterley (1950) e área foliar com a utilização de um medidor portátil de área foliar (Af, em cm2 planta-1) LI-3000 da LICOR.
RESULTADOS:
Os resultados das análises de variância dos dados relativos à taxa de transpiração (E), a resistência estomática (Rs), o teor relativo de água (TRA) e a área foliar (Af) da seringueira, clones PB 235, IAN 3087 e PB 252, revelaram efeitos significativos desses parâmetros pelo teste F (p<0,05), com exceção do TRA.
Para a taxa de transpiração e área foliar pode ser observada a superioridade do clone PB 235, em relação aos clones IAN 3087 e PB 252, embora a Af do clone PB 252 tenha tido um comportamento estatístico semelhante à do clone PB 235. Com relação à resistência estomática foi observado o maior valor deste parâmetro para o clone IAN 3087, seguido dos clones PB 235 e PB 252.
As respostas dos parâmetros biofísicos e de crescimento e desenvolvimento dos clones, determinadas neste trabalho estão de acordo com as relatadas por vários autores sobre o comportamento de clones de seringueira em áreas sujeitas a períodos secos definidos. Estes autores mencionam que a seringueira apresenta mecanismos de resistência à seca, ou seja, tanto pelo componente de escape à seca ou pelo componente de tolerância à seca.
Em geral, para uma adequada produtividade, os clones devem apresentar certas características de tolerância à seca, principalmente na fase inicial de crescimento.
CONCLUSÃO:
Os clones de seringueira avaliados pela taxa de transpiração, resistência estomática, teor relativo de água e área foliar apresentam respostas ecofisiológicas diferenciadas em áreas de escape.
Os valores dos principais parâmetros relacionados com o mecanismo de resistência à seca usados nesta pesquisa demonstram que os clones de seringueira apresentam características tanto de escape como de tolerância à seca.
Palavras-chave: Hevea brasiliensis Muell Arg, Crescimento, Relações hídricas.