63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 3. Computação Gráfica
PADRÕES DE INTERFACE APLICADAS À ENGINE OGRE
Dennis José da Silva 1
Ismar Frango Silveira 2
1. UPM - Faculdade de Computação e Informática (IC)
2. Prof. Dr. - UPM - Faculdade de Computação e Informática (Orientador)
INTRODUÇÃO:
O mercado de jogos digitais alcançou um alto patamar na sociedade contemporânea até mesmo ultrapassando a indústria do cinema. Com isso a quantidade e qualidade dos jogos cresceram assim como a complexidade de sua implementação. Para diminuir essa complexidade foram criadas engines de jogos (ferramentas com funções comuns em desenvolvimento de jogos) como Unity, Unreal Engine,Microsoft XNA, Reality Factory e Ogre, entre outras. Algumas games engines possuem uma interface visual para desenvolvedores como Unity, Unreal Engine e Reality Factory o que facilita o seu uso.Porém algumas destas engines possuem apenas uma versão livre limitada para desenvolvedores (dentre as citadas apenas Reality Factory não possui versão comercial).Engines como XNA e Ogre são totalmente programadas, ou seja, para desenvolvimento de um jogo é necessário que o desenvolvedor tenha conhecimento de uma linguagem de programação. Neste sentido, o presente projeto propõe o estudo de padrões de interface (modelos de interfaces que procuram resolver problemasrecorrentes de interfaces)através do desenvolvimento de uma interface visual para a game engine Ogre com o objetivo de estudar desempenho de possíveis usuáriose assim avaliar os padrões aplicados a engine de jogos.
METODOLOGIA:
O trabalho iniciou-se através de um estudo das funcionalidades e da estrutura da engine Ogre, quando foi observada uma separação de seus componentes em vários arquivos diferentes (material, recursos, GUI e etc.), estruturando o desenvolvimento em partes separadas que depois são integradas em um programa. Após esse estudo inicial foi realizada uma observação nas interfaces das engines com interaçãovisual (Unity, Unreal engine e Reality Factory) e notou-se que a Reality Factory utiliza vários programas adicionais que produzem recursos para serem integrados em uma interface principal semelhante ao Ogre. Dada esta semelhança, optou-se por seguir esse modelo, desenvolvendo um aplicativo para cada parte importante do Ogre. Após um estudo teórico na área de IHC foi desenvolvida uma interface visual para o gerenciamento de recursos no Ogre (ainda sem a utilização de padrões de interface). Em seguida foi realizado um teste de usabilidade no qual os participantes (alunos de computação) deveriam cumprir uma tarefa na interface visual e na interface tradicional (edição de script em um editor de texto). A partir das informações obtidas (tempo, satisfação, erros, perguntas e comentários) e utilizando padrões de interface foi proposta uma nova interface.
RESULTADOS:
O principal resultado da pesquisa adveiodos dados recolhidos no teste de usabilidade, assim como os comentários e sugestões dos participantes no teste.Também foi criado um aplicativo que gera script de gerenciamento de recursos no Ogre. O teste de usabilidade mostrou que a interface visual foi mais segura e produtiva (80% dosusuários realizaram a tarefa na interface visual mais rapidamente; além disso, o número de erros na interface visual foi menor), porém a interface visual não se mostrou intuitiva e fácil como esperado, já que mais da metade de perguntas sobre como realizar a tarefa foram feitasenquanto os participantes estavam trabalhando na interface visual. Os dados obtidos nos testes se mostraram um bommaterial de análise, que foi essencial na escolhas dos padrões de interface no desenvolvimento dos protótipos.
CONCLUSÃO:
Uma interface visual se mostrou mais prática e segura que uma interface em script, porém uma simples interface gráfica não é o bastante para garantir queuma aplicação seja prática e fácil de usar. Os padrões de interface seguem um extenso catalogo de padrões onde foi possível encontrar diversos padrões que podiam solucionar os problemas citados pelos participantes do teste de usabilidade. Através de comentários e observações no teste de usabilidade,foi possível analisar uma dificuldade dos usuários emaprender a utilizar uma interface nova sem nunca a terem visto. Um dos usuários (um dos dois que tiveram melhor desempenho na interface de script) comentou que ele, como estudante de computação, estava acostumado a usar script e que apesar de nunca ter trabalhado com o script de recursos do Ogre, se sentiu mais à vontade trabalhando com script em um editor de texto (pois sabia quais comandos usar) do que com a interface visual (que ainda devia aprender). O mesmo usuário concluiu que provavelmente depois de usar a interface visual algumas vezes, seria muito mas prático e rápido trabalhar com ela do que com a interface de script. Isso se comprovou nos testes que demostraram que, após os participantes começarem a manipular a interface visual seu desempenho melhorava.
Palavras-chave: teste de usabilidade, interação humano computador, Game Engine.