63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia |
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS, ÍNDICES DE PARASITISMO E SAZONALIDADE DE FORÍDEOS (DIPTERA: PHORIDAE) QUE ATACAM A SAÚVA Atta sexdens (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) EM ÁREA DE CERRADO DE PALMAS, TO |
Kesia Abreu dos Santos 1 Helen Lima Aguiar 1 Marcos Antonio Lima Bragança 2 |
1. Curso de Ciências Biológicas. Universidade Federal do Tocantins - UFT 2. Prof. Dr./Orientador - Curso de Ciências Biológicas. Universidade Federal do Tocantins - UFT |
INTRODUÇÃO: |
As formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex são vistas como sérias pragas em áreas de agricultura e de florestas implantadas, e atualmente seu controle é feito principalmente por iscas formicidas à base de sulfluramida. As moscas da família Phoridae são parasitas de diversos hospedeiros, principalmente de insetos sociais, como formigas e cupins, incluindo as formigas cortadeiras. Vários estudos realizados na região Sudeste do Brasil indicaram que, em geral, o índice de parasitismo natural dos forídeos em operárias de Atta, é baixo, entre 2 a 4%, porém o ataque destas moscas pode causar um impacto negativo sobre o forrageamento, fazendo diminuir o transporte de fragmentos vegetais ao ninho e aumentando o número de fragmentos abandonados na trilha. Este estudo teve como objetivo conhecer as espécies de forídeos parasitóides que atacam a saúva Atta sexdens em uma área de cerrado de Palmas-TO, suas características biológicas e saber se a sazonalidade interfere nos índices de parasitismo destas saúvas por forídeos. |
METODOLOGIA: |
Este estudo foi realizado entre setembro de 2009 e julho de 2010. Em intervalos de aproximadamente 15 dias, foram realizadas 16 coletas de operárias em três ninhos adultos de Atta sexdens previamente marcados, onde 200 operárias foram coletadas aleatoriamente de cada ninho. As operárias de cada ninho eram distribuídas em seis bandejas plásticas e acondicionadas em câmara climatizada a 26 ± 1ºC. Diariamente as formigas mortas eram retiradas e guardadas individualmente em tubos de ensaio. Após dois dias eram verificados sinais externos de parasitismo, sob lupa. As saúvas que não apresentavam sinais de parasitismo, ou seja, pupas dos parasitóides, eram dissecadas para verificar a presença de larvas de forídeos em seu corpo. As formigas com pupas de parasitóides foram guardadas e esperou-se 25 dias para a emergência dos forídeos. |
RESULTADOS: |
Do total de 9.595 formigas, 442 (4,6%) estavam parasitadas por forídeos, sendo que as espécies encontradas foram Myrmosicarius grandicornis com 262 indivíduos (59,3%) o gênero Neodorhniphora spp. com 150 indivíduos (33,9%) e as espécies Apocephalus athophilus com 5 indivíduos (26,4%) e 1 exemplar de Apocephalus vicosae (5,6%.). Emergiram forídeos de 271 formigas parasitadas (61,3%). De operárias parasitadas pelos forídeos emergiram somente uma mosca da cabeça do hospedeiro, como no caso de M. grandicornis, Neodorniphora spp. ou de seu tórax, no caso de A. vicosae. Enquanto que no caso de A. attophilus, de 6 a 9 larvas saíram de cada formiga pela boca e empuparam distante do hospedeiro, nas paredes do tubo de ensaio, de onde emergiram. Houve uma diferença no índice de parasitismo entre os períodos seco e chuvoso na área estudada, onde o maior número de formigas parasitadas foi registrado no período chuvoso do ano (outubro-março) com índice de 84,2% formigas parasitadas (352), enquanto no período seco, houve somente 66 formigas parasitadas (15,7%). No período chuvoso foram observadas as quatro espécies de forídeos, enquanto que no período seco, apenas 2, M. grandicornis e o gênero Neodhorniphora spp. |
CONCLUSÃO: |
Foram encontradas pelo menos quatro espécies de forídeos: M. grandicornis, Neordoniphora spp., A . attophilus e A. vicosae, que demonstraram diferentes modos de parasitismo. No período chuvoso do ano foi registrado maior índice de parasitismo comparado ao período seco, sendo que no período chuvoso foram observadas quatro espécies de forídeos, enquanto que no período seco as espécies M. grandicornis e o gênero Neodhorniphora spp. |
Palavras-chave: Controle biológico, Comportamento, Formigas cortadeiras. |