63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
ATIVIDADE DA REDUTASE DO NITRATO E CONTEÚDO RELATIVO DE ÁGUA EM FOLHAS DE FEIJÃO DE PORCO SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO E REIDRATAÇÃO
Manoel Bruno Chagas da Silva UFRA
Camila Thayoná Miranda Mesquita UFRA
Helen Patrícia Moreira Negrão UFRA
Iza Layana Cezario Galdino UFRA
Allan Klynger da Silva Lobato UFRA
Cândido Ferreira de Oliveira Neto UFRA
1. Graduando em Agronomia/Campus Capitão Poço/UFRA.
2. Graduanda em Agronomia/Campus Capitão Poço/UFRA.
3. Graduanda em Agronomia/Campus Capitão Poço/UFRA.
4. Graduanda em Agronomia/Campus Capitão Poço/UFRA.
5. Prof. MSc. Campus Paragominas/UFRA.
6. Prof. Dr./Orientador-Campus Capitão Poço/Ufra
INTRODUÇÃO:
O feijão-de-porco é leguminosa anual ou bianual, de crescimento inicial lento, resistente a altas temperaturas, tolerante ao sombreamento parcial, entretanto, não suporta geada. São plantas muito resistentes à seca, rústicas e se desenvolvem bem em solos compactados e argilosos. O estresse é definido como um fator externo que exerce influência desvantajosa sobre a planta, dessa forma o déficit hídrico é comumente atribuído às situações em que a perda de água ocorre principalmente pela transpiração, no qual excede a absorção em intensidade suficiente para causar alterações em vários processos fisiológicos e bioquímicos essenciais que podem afetar negativamente o crescimento, floração e conseqüentemente a produtividade.
A redutase do nitrato é a primeira enzima do metabolismo do nitrogênio, sendo extremamente sensível ao estresse hídrico e desta forma utilizada como um preciso indicador fisiológico, no qual possui a capacidade de catalisar a redução do nitrato (NO3-) em nitrito (NO2-), além de ser normalmente encontrada em folhas e raízes. O experimento teve o objetivo de investigar o déficit hídrico progressivo e avaliar como a reidratação pode contribuir para a recuperação do conteúdo de água na planta e atividade da redutase do nitrato, em plantas de feijão de porco.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação e no Laboratório do Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada (NPVBA), da Universidade Federal Rural da Amazônia, do Campus de Capitão Poço, PA, Brasil. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em fatorial, do tipo 2x5x8 (duas condições hídricas, 0; 2; 4; 6º dias sem regas e 7º dia reidratação, 8 repetições). As plantas controle e estresse/reidratação ficaram em casa de vegetação durante 40 dias com regas diárias, nutridas com macro e micronutrientes a cada 5 dias, com solução nutritiva de (HOAGLAND and ARNON, 1950). A partir do 40º dia, supendeu-se por 6 dias as regas das plantas do tratamento estresse/reidratação e reidratando-as no 7 dia. Analisou-se o conteúdo relativo de água da folha (LRWC) com discos de 10 mm de diâmetro, sendo calculado como: LRWC=[(MF-MS)/(MT-MS)]x100, onde MF é massa fresca, MT é massa túrgida medida após 24h e saturação em água deionizada à 4ºC sob escuro, e MS é a massa seca determinada depois de 48h em estufa à 70ºC. Analisou-se a atividade da enzima redutase do nitrato nas folhas, retirando-se discos de folhas frescas Aplicou-se ANOVA e os resultados foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de significância, usando-se o programa SAS (SAS Institute 1996).
RESULTADOS:
O conteúdo relativo de água da folha (LRWC) das plantas sob estresse hídrico sofreu diminuição significativa, com queda progressiva de 79.5 até 58.6% do dia 0 a 6 dias, respectivamente. Entretanto, após a reidratação o LRWC aumentou de 58.6 para 81.2%, durante o período entre 6º e o 7º dia, ocorrendo a recuperação do LRWC, em relação às regadas. O déficit hídrico reduziu o LRWC, pois a transpiração reduziu o LRWC, e a taxa de reposição/assimilação foi insuficiente para manter as folhas túrgidas. A reidratação promoveu a recuperação dos níveis do LRWC, revelando a elevada capacidade desta espécie em assimilar a água e retomar a turgescência da folha.
A atividade da enzima redutase do nitrato (RN) foi afetada pelo déficit hídrico nas plantas sob estresse, evidenciando-se diferenças estatísticas entre plantas controle e estresse. As plantas controle mantiveram níveis normais da atividade da enzima RN, porém, as plantas estressadas tiveram redução de sua atividade de 17.9, 23.3 e 29.6% nos pontos referentes aos 2, 4 e 6 dias, respectivamente. Após 24 horas da reidratação a atividade da RN aumentou em 86% em relação às plantas controle, revelando que esta espécie possui a capacidade de em um curto período promover a recuperação da atividade desta enzima.
CONCLUSÃO:
O estresse hídrico promoveu redução progressiva do conteúdo relativo de água das folhas das plantas sob estresse no decorrer dos seis dias de suspensão da irrigação das plantas em comparação com o tratamento controle.
A reidratação das plantas sob estresse possibilitou o aumento do conteúdo de água da planta, mas este aumento não proporcionou a recuperação deste parâmetro, em comparação às plantas do tratamento controle.
A atividade da redutase do nitrato foi severamente reduzida pela restrição hídrica no decorrer dos seis dias de suspensão das regas.
O efeito da reidratação fez com que a atividade da RN tivesse um aumento depois de 24 horas da reidratação ser realizada, o nível da atividade da RN das plantas reidratadas foi acima do nível das plantas controle, revelando que esta espécie possui a capacidade de em um curto período promover a recuperação da atividade desta enzima.
Palavras-chave: Suspensão hídrica., Feijão de porco., Atividade da redutase do nitrato..