63ª Reunião Anual da SBPC

A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física

A UTILIZAÇÃO DE FILMES PARA O ENSINO DE FÍSICA

Lucas Fernando do Nascimento Silva 1 Eliana Priscila Cavalcanti de Brito 1 Priscila Mayana Torres Barboza 1 Sarah Suely Nascimento Fonseca 1 Alexandro Cardoso Tenório 2

1. Bolsista PIBID - Depto. Física, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE 2. Profº. Dr./ Orientador - Depto. de Física – UFRPE

INTRODUÇÃO:

A educação vem procurando novos meios de interagir com os estudantes em diversas áreas que despertem neles o interesse de buscar cada vez mais conhecimentos e expandir suas idéias. Entretanto, alcançar esse objetivo não é uma tarefa simples. O mundo contemporâneo, que se encontra “fora da escola”, é constituído por uma série de atrativos, que são compreendidos pelos jovens, como “facilitadores do aprendizado”, como a internet, televisão, tornando a escola sem sentido. Diante desse contexto, o presente resumo busca refletir sobre os novos rumos para a aprendizagem em ciência. Dessa maneira, compreendemos que parte da resposta da questão do sentido estaria em conjugar o conhecimento científico com o lúdico, através da tecnologia, permitindo uma aprendizagem mais participativa e autônoma. A introdução na escola, de filmes em diversas temáticas, para aprendizagem em ciências, tem como estratégia explorar o potencial didático de cenas, que muitas vezes são vistas pelo estudante como “mentiras, loucuras, coisa de cinema”. Entretanto, acabam sendo momentos ricos, pois exigem conhecimentos científicos, para serem bem entendidas. Dessa maneira, desperta o interesse do aluno pela ciência, permitindo que a construção do conhecimento possa ser mais significativa, protagonista e prazerosa.

METODOLOGIA:

O Departamento de Física da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) disponibilizou um de seus laboratórios, para os bolsistas do Programa Institucional de Iniciação à Docência de Física da UFRPE (PIBID/Física), onde os mesmos organizaram um “ambiente de cinema”, com datashow e notebook para recepcionar alunos do ensino médio da Escola Lions Parnamirim. O filme escolhido para ser trabalhado com os estudantes foi Velozes e Furiosos, onde a temática da física abordada foi principalmente cinemática. Logo no inicio foi explicado aos alunos que as discussões do conteúdo seriam realizadas no decorrer da apresentação, onde cenas escolhidas pelos acadêmicos seriam apresentadas para os secundaristas e que outras sugeridas por eles também entrariam em debate. A partir do inicio do filme foi solicitado que os alunos descrevessem o conhecimento físico que eles tinham sobre cada cena abordada, para que um debate fosse iniciado e a partir dessas informações, duvidas fossem esclarecidas sobre o conteúdo. Ao final da apresentação do filme, como critério de avaliação, os alunos fizeram um pequeno texto onde colocaram suas impressões sobre a aula-cinema e sobre o conteúdo estudado.

RESULTADOS:

Abordando um método de aula diferenciada, tendo em vista a melhoria do ensino, pode-se observar que a recepção do conteúdo de física pelos alunos foi realizada de maneira mais prazerosa. À medida que foram abordadas cenas para debate durante o filme, os estudantes levantaram dúvidas que para eles são freqüentes. Consideramos que as dúvidas levantadas são um indicativo do maior interesse dos alunos pela aula, afinal durante a aula-cinema, tivemos a preocupação de promover um clima aberto ao diálogo. O filme auxiliou na compreensão de conceitos físicos que puderam ser discutidos com os estudantes, o que implicou em um maior esclarecimento a cerca das duvidas apresentadas e sua relação com o contexto do filme, e com seu próprio cotidiano. Entendemos que o clima de diálogo mais o uso da tecnologia associada a uma abordagem de ensino-aprendizagem mais lúdica, têm forte potencial para promover entre os alunos interesse pela ciência. Essa estratégia resultou o surgimento de outros pontos, para alem do ensino médio, ou da área de física, e dessa forma, percebemos que adotar essa estratégia de ensino promove também a interdisciplinaridade, pois tem potencial de aglutinar diversas áreas da ciência para que o conhecimento dos próprios possam ganhar um novo rumo.

CONCLUSÃO:

Visto que um dos grandes dificuldades do ensino da física é superar práticas cotidianas e tradicionais, que promovem junto aos alunos, uma aprendizagem passiva e pouco participativa, defendemos aqui o uso de filmes como um abordagem de ensino e ciências diferenciada, em uma perspectiva significativa e lúdica. O desenvolvimento da aula-cinema demonstrou resultados bem satisfatórios. Afinal, observou-se uma melhoria quando se trata da relação entre professor-aluno-conteúdo, levando uma melhora no entendimento do assunto abordado, fazendo com que a aprendizagem fosse mais participativa e autônoma. Dessa forma, fica claro que ao se conjugar o conhecimento cientifico a uma atividade lúdica, o rendimento do estudante se reflete não só individualmente como também socialmente, pois uma abordagem como essa desenvolve um sentimento de grupo. Dessa maneira, essa combinação de fatores apresenta forte potencial, despertando no estudante o interesse de buscar o conhecimento de forma prazerosa e alcançando resultados significativos para seu crescimento não só na área que pretende atuar, mas também abre um leque de oportunidades caso seja necessário seguir um novo rumo em outro campo de atuação no decorrer de sua vida.

Palavras-chave: Cinema, Ensino, Física.