63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
AUTOESTIMA E QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS DO PETI EM DOIS POLOS NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO
Claudia dos Anjos Neto Freitas 1
Cristiane Pereira dos Santos 2
Lucilene de Oliveira Macedo Alves 3
Marina de Souza Villas Bôas Moreira 4
Monique Cristine Silva de Almeida 5
Susana Engelhard Nogueira 6
1. Acadêmica de Terapia Ocupacional - IFRJ
2. Acadêmica de Terapia Ocupacional - IFRJ
3. Acadêmica de Terapia Ocupacional - IFRJ
4. Acadêmica de Terapia Ocupacional - IFRJ
5. Acadêmica de Terapia Ocupacional - IFRJ
6. Psicóloga,Profa. Dra./Orientadora - Cursos de Graduação na área de Saúde - IFRJ
INTRODUÇÃO:
Na realidade atual, a pobreza aliada ao desamparo afetivo e social pode muitas vezes conduzir jovens e crianças ao trabalho em idade precoce. Na busca pelo sustento e com limitada opção de escolha, crianças e adolescentes podem recorrer ao trabalho informal, abandonando atividades escolares e adiando seus projetos pessoais. Diante de cenários como este, torna-se importante considerar o papel de fatores de proteção e, dentre eles, a autoestima e a qualidade de vida. Neste sentido, busca-se neste trabalho avaliar e discutir a qualidade de vida e autoestima de crianças e jovens participantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) em dois pólos da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
METODOLOGIA:
Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com crianças e adolescentes que participam deste Programa, relacionadas a seus contextos de vida, além de terem sido aplicadas a Escala de Autoestima de Rosenberg (1956/1989) e o questionário AUQEI para avaliação de qualidade de vida (Assumpção Jr et al, 2000). Para a Escala de autoestima, foram calculados escores individuais e médios do grupo, sendo classificado o nível de auto-estima. Já para as entrevistas, foram calculadas frequências de respostas às diferentes temáticas, seguidas de análise qualitativa. Para o AUQEI, foram calculados os escores totais individuais e médios do grupo, assim como os escores individuais e médios segundo agrupamento de itens em 4 fatores (autonomia, lazer, funções e família).
RESULTADOS:
Participaram deste estudo 12 crianças com idades entre 7 e 12 anos (M= 10,75; dp=2,93), sendo 67% de sexo masculino. 94,11% moram com suas famílias constituídas por pai e mãe, tendo declarado que 100% de seus pais trabalham e 41,7% de suas mães também. Mais da metade dos participantes (58,2%) já realizou alguma atividade informal. 100% encontram-se hoje matriculados em escolas e apresentam dificuldades quanto a um rendimento satisfatório (67% apresentaram repetência escolar). Apesar destas dificuldades, 100% dos participantes revelaram autoestima elevada (M= 31,5, dp= 3,826), apresentando expectativas de futuro profissional (ser médico, bombeiro, militar, jogador de futebol, pedreiro, manicure, caixa de supermercado etc.) e qualidade de vida em âmbito geral não prejudicada (M= 51,25; dp= 6,03), havendo destaque para os fatores de lazer e família.
CONCLUSÃO:
A elevada autoestima detectada através da aplicação do instrumento, aliada à qualidade de vida não prejudicada podem, inclusive, colaborar para manter preservada esta capacidade mínima de imaginar e de vislumbrar possibilidades para si mesmos. Estes dados têm sido utilizados como subsídios para elaboração de oficinas de sensibilização oferecidas dentro do Programa, de modo a promover a manutenção de fatores de proteção que auxiliem este grupo.
Palavras-chave: Autoestima, Qualidade de vida, Trabalho infantil.