63ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências

CIRCUITO FLORÍSTICO: UMA ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE BOTÂNICA

Dayana Figueiredo Abdalla 1,2 Moemy Gomes de Moraes 3

1. Professora da Rede Estadual de Ensino/GO 2. Discente do curso de Especialização em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia/UFG 3. Profa. Dra./Orientadora- Depto. de Biologia Geral –UFG, Goiânia/GO

INTRODUÇÃO:

O ensino de Botânica vem sendo trabalhado de maneira descritiva, seguindo o modelo convencional de ensino, desvinculado da realidade escolar e da comunidade. O modelo não busca a construção do conhecimento e nem despertar o interesse dos alunos. Esta constatação é mais crítica quando se verifica que os alunos sequer percebem o vegetal como ser vivo e a partir daí a insatisfação por não entenderem o significado de tanto conceitos e funções. Um dos problemas recorrentes é a dificuldade dos professores em desenvolver atividades práticas que despertem a curiosidade e que demonstrem a importância daquele conhecimento no seu cotidiano. Assim, na tentativa de despertar no aluno o interesse em Botânica, foi desenvolvido o jogo Circuito Florístico, como uma alternativa viável e interessante para aprimorar as relações entre professor-aluno-conhecimento. A intenção foi sensibilizar os alunos por meio de vivências que lhes permitiriam: conhecer a diversidade de plantas através do estudo dos diferentes grupos; perceber a si mesmos como parte do ambiente e a importância das plantas para a manutenção da vida; entender sua função no dia-a-dia da comunidade onde estão inseridas, e com sua integração a natureza, adotar comportamentos voltados para a preservação do meio ambiente.

METODOLOGIA:

A pesquisa foi feita com turmas do 2º ano do ensino médio, do Colégio Estadual Juvenal José Pedroso, Goiânia, GO. O jogo contextualizado – Circuito florístico foi construído no pátio do colégio, tendo como elementos constituintes as plantas encontradas nesse ambiente. Foram selecionadas seis plantas identificadas quanto aos grupos, caracterizadas quanto às diferenças em seus órgãos e enumeradas para serem localizadas pelos alunos. Foi realizada previamente uma aula expositiva sobre os quatro grupos de plantas. Na realização do jogo, o professor dividiu a sala em grupos, distribuiu um mapa e entregou um quadro explicativo para realização do mesmo. Os alunos só poderiam mudar para outra planta após identificação do grupo apontando características justificativas. O professor a priori observava seus alunos, anotando as dúvidas e às vezes direcionando o olhar do aluno para a realização da atividade. Ganhou o jogo o grupo que apresentou o maior número de plantas identificadas corretamente. Após a realização do Circuito Florístico, o professor junto aos alunos fez a correção, aproveitando para sanar as dúvidas, levando os alunos a refletirem e buscarem respostas. Foi aplicado aos alunos um questionário para avaliação dos aspectos didáticos do jogo.

RESULTADOS:

A realização do jogo e sua correção feita junto aos alunos permitiu inferir que a atividade ofereceu estimulo e ambiente propício ao desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos, mostrando uma maneira lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando à maior apropriação dos conhecimentos envolvidos. O jogo foi de grande auxilio no processo de ensino-aprendizagem, pois despertou a curiosidade, o interesse e o envolvimento dos alunos. Junto com a teoria, o jogo proporcionou discussão, novas descobertas, interpretação dos fatos e obtenção de respostas, conduzindo o aluno a construir conhecimentos e estabelecer relações com o mundo em que vive. O jogo aproximou os alunos do conteúdo e da sua realidade e permitiu o professor trabalhar não somente a caracterização dos grupos vegetais, mas também as relações ecológicas; reprodução; dispersão; condução da água e dos nutrientes; a importância da planta para o ambiente; o valor comercial, medicinal e outros. Percebeu-se que a maioria dos alunos conseguiu buscar características morfológicas das plantas para identificá-las num grupo, portanto conseguiram aliar a teoria à prática. Os alunos gostaram do jogo e aprenderam com atividade, pois a acharam interessante e sentiram-se estimulados a participarem.

CONCLUSÃO:

O jogo “Circuito florístico” possibilitou uma maneira contextualizada, dinâmica, interdisciplinar e acessível de trabalhar conteúdos de Botânica. Os alunos sentiram-se motivados e mais integrados ao meio em que vivem, atribuindo valor aos vegetais e, portanto mais interessados em aprenderem sobre as plantas.

Palavras-chave: Jogos, Botânica, Contextualização.