63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO PROEJA DO IFG
Ariadiny Cândido Morais 1
Maria Margarida Machado 2
1. Graduanda de Pedagogia, Faculdade de Educação – UFG
2. Profª. Drª. / Orientadora – Faculdade de Educação – UFG
INTRODUÇÃO:
Estas reflexões decorrem da pesquisa que se desenvolveu no segundo semestre de 2009 e primeiro semestre de 2010, para investigar a implantação do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) - Campus de Goiânia, no curso “Técnico em Cozinha, Integrado ao Ensino Médio, na Modalidade de Jovens e Adultos”. A investigação até o presente momento teve seu foco na formação dos educadores que estão atuando no Programa do campus Goiânia.
METODOLOGIA:
A pesquisa contou inicialmente com aprofundamento no campo da educação básica (EB) na modalidade de educação de jovens e adultos (EJA) e educação profissional (EP) a partir de referenciais bibliográficos, documentos oficiais e informações obtidas em sites como: www.forumeja.org.br/go e www.forumeja.org.br/pf voltados para a EJA e EP, onde estão reunidos dados e projetos de pesquisa que analisam a implantação do Proeja. Os principais autores utilizados neste aprofundamento foram: Barreto e Barreto (1995), Castro e Vitorette (2009), Eitere (2009), Machado (2009), Oliveira (1999), Rodrigues (2005), Documento Base do Proeja (2009). Além deste aprofundamento teórico, utilizou-se dos recursos metodológicos de observação em campo e aplicação de questionários aos educadores do IFG. A observação em campo tinha como perspectiva o contato com a realidade e especificidades deste campus, que se deu pelo acompanhamento das reuniões pedagógicas dos educadores. Os dois tipos de questionários foram aplicados no período de seis meses; que visavam levantar primeiramente informações objetivas que traçam o perfil desses educadores e em um segundo momento um caráter mais subjetivo, em que aspectos metodológicos e modo de avaliação seriam contemplados.
RESULTADOS:
A aproximação com o Proeja, ocorreu desde o início desta pesquisa, em encontros periódicos que acontecem na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), em seguida no lócus da pesquisa o próprio IFG, nas reuniões dos educadores que aconteciam quinzenalmente em caráter formativo. Os questionários e as observações se deram nessas reuniões. A partir das informações coletadas, através dos questionários, identificamos que parte do corpo docente é composto por: cinco especialistas, três mestres, um mestrando e um doutor. Com relação á formação específica para atuar no Proeja existe hoje no IFG: um educador especialista em Proeja, três participantes do projeto de pesquisa desenvolvido na UFG, um educador participou de cursos de capacitação em Proeja realizado pelo IFG. Ou seja, grande parte dos educadores entrevistados não tem formação adequada para trabalhar com o público do Proeja. Percebemos ainda, que o ingresso de cinquenta por cento dos educadores no Proeja se deu, inicialmente, por adequação de carga horária, enquanto que para os outros cinquenta por cento, foi por opção pessoal, porem quando falamos da permanência no Programa, percebemos que oitenta por cento continuam no Programa por opção própria.
CONCLUSÃO:
A implantação de um Programa como o Proeja, em uma instituição de tradição na educação profissional como o IFG, abala as estruturas institucionais, assim como dos educadores e gestores, gerando ainda certa resistência em alguns educadores, bem como a curiosidade e vontade de conhecer e trabalhar com o publico da EJA, em sua maioria, jovens e adultos trabalhadores e que tiveram percursos escolares descontínuos. Diante de uma realidade contraditória como a que o Proeja do IFG se encontra, o espaço de formação para os envolvidos no Programa é fundamental, assim como a distribuição de carga horária que garanta um espaço de troca de experiências, estudos e pesquisas sobre os educandos, metodologias adequadas para as diversas dificuldades encontradas no cotidiano escolar, instrumentos de avaliação diversificados entre outras necessidades. O educador também deve assumir uma postura ética perante o curso, comprometendo-se com seus educandos, suas aulas e seus espaços de formação. Detectamos ao fim dessa pesquisa, a necessidade da continuidade dessa pesquisa, já que estão previstas mudanças no quadro da gestão com promessas de priorização do Proeja, além de ser necessário um enfoque na compreensão que os educadores têm de currículo integrado.
Palavras-chave: Proeja, Formação de Educadores, Educação profissional.