62ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação |
EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS NA INTERAÇÃO ACADÊMICA COM O MEIO SOCIAL |
CELSO MAIA DE SOUZA 1 JOSÉ JULIERME FURTADO DOS SANTOS 1 LILIANE CONCEIÇÃO DOS SANTOS 2 OSILÉIA DE MELO SOTERO 3 EVANILDO MORAES ESTUMANO 4 |
1. UFPA-Instituto de Filosofia e Ciências Humanas /Graduandos Ciências sociais 2. UFPA-Instituto de Serviço Social /Graduanda serviço Social 3. UFPA-Faculdade de Ciências Contábeis/Graduanda contábeis 4. UFPA-Instituto de Ciências da Educação Pró-Reitoria de Extensão/Msc. Orientador |
INTRODUÇÃO: |
Inserir socialmente os mais pobres no mundo do trabalho a partir da geração de emprego e renda é um desafio para qualquer governante; no Pará não é diferente. No Estado do Pará o governo criou uma política pública denominada "Programa Bolsa-trabalho" com o objetivo de qualificar jovens de baixa renda na faixa etária de 18 a 29 anos. Com vistas à operacionalização do Programa o Governo estabeleceu parceria com a Universidade Federal do Pará por meio da Pró-reitoria de Extensão que selecionou alunos dos diferentes cursos para atuarem no Programa, os quais são denominados ADS's (Agentes de Desenvolvimento Social) com a função de acompanhar o desenvolvimento dos bolsistas nos cursos de capacitação e/ou em seus possíveis empreendimentos. A partir das visitas aos bolsistas percebemos que seria importante elaborarmos um trabalho que retratasse as nossas experiências no Programa enfocando como elas se articulam com a nossa formação acadêmica. Ou seja, objetivamos relacionar o fazer acadêmico (por meio da extensão universitária) e a realidade social na qual estamos inseridos. Destacamos a importância de programas desse tipo que vão além dos "muros" da Universidade contribuindo para percebermos o outro que está do lado de fora dos "muros". |
METODOLOGIA: |
O Programa Bolsa-trabalho do qual faz parte o Programa de Formação e Atuação dos ADS iniciou em setembro de 2007 e encontra-se em andamento. Cada ADS acompanha em média sessenta bolsistas distribuídos em dezesseis bairros de Belém, o que totaliza cerca de trezentos bolsistas observados neste trabalho (60 bolsistas x 01 ADS x 05 ADS's). Para o estudo utilizamos como método a observação participante durante as visitas às residências dos bolsistas, bem como a análise dos relatórios mensais das atividades realizadas pelos ADS's (autores deste trabalho) junto aos bolsistas nos bairros; além de estudo bibliográfico. |
RESULTADOS: |
Percebemos que o Programa Bolsa-trabalho é de fato uma política pública quando trata de um conjunto de escolhas definidas por aqueles que representam uma determinada população, para direcionar suas ações em prol das comunidades. A parceria do Governo do Estado com a universidade fortalece a relação entre a o pilar extensionista da Universidade e a sociedade e nos dá a possibilidade de, como ADS's e acadêmicos, desenvolvermos experiências formativas, que vão além dos limites físicos da UFPA no sentido de realizar ações positivas à sociedade. Sem mencionar que tivemos um aparato de informações sobre o Programa: seu corpo administrativo, as parcerias, os serviços prestados e vale frisar ainda que tivemos uma notória discussão sobre direitos humanos, desigualdade social, políticas públicas e cidadania. E, além disso, as visitas in loco feitas aos bolsistas nos mostraram uma realidade que muitas vezes é discutida de forma errônea ou superficial na academia. Neste sentido, consideramos bastante conspícuo observar a realidade social dessas pessoas: suas formas moradia, o espaço geográfico em que estas moradias estão inseridas, as várias formas de relações sociais que ocorrem ali, enfim, com essa atividade tentamos objetivar e compreender um pouco da vida dessas pessoas. |
CONCLUSÃO: |
O que dá singularidade ao nosso trabalho é compreendermos que a formação acadêmica que optamos tem grande importância na sociedade. Como a Universidade Federal do Pará tem uma função social que vai além do ensino gratuito que é possibilitar a participação e acesso dos diferentes grupos da sociedade, em especial aqueles de baixa renda, aos resultados produzidos no seu interior. Coisas que o Programa bolsa trabalho está aplainando para que possamos associar o papel de ADS com nossa experiência acadêmica. A realidade é diferente do transmitido em sala de aula, nos desperta indignação quando vemos pessoas precisando do que consideramos básico para viver como educação, saúde e lazer, em contraste com o desperdício do dinheiro público cotidianamente divulgado pela imprensa. Sem dúvida, nossa maior recompensa de aprendizado é saber que alguns bolsistas melhorarão suas vidas depois da ação do Programa e é bom saber que, como ADS ajudamos alguém, buscando agir no exercício de nossas atividades acadêmicas de forma ética e solidária. Ressaltamos, por fim, que as experiências (no sentido de vivência) fora da universidade contribuem para percebermos o outro naquilo que ele mais necessita o que ajuda na conformação das dimensões técnica, política e humana de nossas formações. |
Instituição de Fomento: Secretaria Executiva de Trabalho Emprego e Renda do Governo do Estado do Pará - SETER |
Palavras-chave: Experiência formativa, Universidade, Realidade social. |