G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 4. Sociologia do Trabalho |
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AS MEDIAÇÕES DA PRODUÇÃO DA EXISTÊNCIA DOS ALFAIATES EM SÃO LUÍS (MA) |
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Milton Alan Azevedo Braz 1 João Claudino Tavares 1
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1. Universidade Federal do Maranhão
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INTRODUÇÃO: |
O pressuposto fundante da sociedade são os diversos modos que os indivíduos se expõem para satisfazer as suas necessidades. É imprescindível identificar, analisar e explicitar como o trabalho explica a maneira pela qual os indivíduos geram a produção e a reprodução da suas existências. A partir da base material estudada, desvelam-se os nexos entre o alfaiate e a sociedade, ou seja, tendo o alfaiate como um nó ou ponto que se ramifica em diversos fios (relações sociais de produção) findando em nodos (novas profissões) que gerarão novos vínculos. Na historiografia maranhense, simultaneamente relacionando o com profissional alfaiate, a tentativa de criação de um parque industrial têxtil em São Luís, assim como outras atividades que fomentam tal profissão, se manifestam como mediações, intermédios entre o processo que originam e que extinguem a profissão de alfaiate em São Luís (MA). Nosso objetivo é evidenciar como tais elementos interagem no movimento que produz e depois extingue o profissional alfaiate. |
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METODOLOGIA: |
A pesquisa fundamentou-se em dois parâmetros: o primeiro tratou do levantamento e compreensão de estudo teóricos sobre as transformações no mundo do trabalho, em particular os alfaiates, e das atividades que contribuem para a produção e extinção deste profissional em São Luís (MA). O segundo referiu-se às observações empíricas do movimento da profissão de alfaiate, assim como um contado direto com a rotina de trabalho, e das atividades que contribuem para produção, reprodução e agora superação desta profissão, isto é, atividades que se explicitam como mediações para a compreensão do movimento que originou e que agora extingue os alfaiates no centro histórico de São Luís (MA), são exemplos os estabelecimentos comerciais que fornecem suporte material e técnico: armarinhos, lojas especializadas na venda de tecidos, empresas autorizadas em concertos e vendas de máquinas e outros tipos de equipamentos para corte e costura. |
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RESULTADOS: |
A profissão de alfaiate, após o entendimento de sua essência, ao buscar a importância dentro da sociedade, nota-se que, além de contribuir com sua atividade de produzir o vestir, ela contribui indiretamente para uma demanda de outras atividades que se tornam indispensáveis visto que sua atuação necessita de produtos do trabalho de outros profissionais, tais como: o tecelão, o ferreiro e outros. No momento que aflora a grande indústria (símbolo do capitalismo maduro), as mediações que contribuem para a valorização e perpetuação do profissional alfaiate passam a agregar elementos que promovem a sua extinção e, consequentemente, sua superação. Há vários anos, nas lojas especializadas em artigos para confecção de roupas, são encontrados camisas, calças e vestidos prontos e outros produtos que outrora eram de produção exclusiva dos alfaiates, todavia estes produtos resultam do desenvolvimento e avanço tecnológicos que incorporam as indústrias do vestuário. Com as revoluções da indústria, os novos tipos de tecidos e panos derivados de outras fibras fazem sucesso nas prateleiras das lojas e armarinhos elevando o volume das vendas. |
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CONCLUSÃO: |
Por meio da profissão de alfaiate constatamos que seu destino está vinculado às relações sociais. Enquanto particularidade, os alfaiates refletem o mundo das profissões com predomínio de atividades mediadas pela grande indústria, isto é, subjugadas às relações sociais burguesas. Com o desenvolvimento das forças produtivas e, com ela, a possibilidade de produzir roupas em larga escala reduzindo-se os custos da produção têxtil, leva-o a ruína. A dificuldade de sua perpetuação como profissional identifica uma quebra do tecido social e com barreiras da sociedade do trabalho, mostrando que este movimento não se dá de modo natural. O desaparecimento da profissão de alfaiate, assim como outras, não ocorre devido à falta de qualificação profissional, de iniciativa empreendedora, de competência, criatividade, de capacidade de trabalho em equipe, de convívio social, do domino de uma língua estrangeira ou de conhecimento do processo produtivo. Com o advento da grande indústria e dela a pronta entrega (prêt-a-porter) estes atores sociais passam a exercer um papel coadjuvante no processo de produção do vestir. Sem nenhuma perspectiva de sucessão, eles percebem o movimento e reconhecem que sua profissão está caindo no esquecimento. Por meio deste e de outros fatores, os alfaiates procuram justificar sua decepção em relação à aflição de ver sua profissão em extinção. |
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Instituição de Fomento: PIBIC / CNPq |
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Palavras-chave: INDUSTRIA TÊXTIL, TRANSIÇÃO SOCIAL, ALFAIATES EM SÃO LUÍS (MA). |