G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos |
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RESSIGNIFICANDO HISTÓRIAS DE VIDA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE PAULISTA/PE |
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Renata Cristina Lopes e Silva 1
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1. Prefeitura Municipal de Paulista/ Es. Mun. Maria Leopoldina
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INTRODUÇÃO: |
Concepções e propostas da EJA comprometidas com a formação humana passam, necessariamente, por entender quem são esses sujeitos e que processos pedagógicos deverão ser desenvolvidos para dar conta de suas necessidades e desejos. Diante disto e a partir da necessidade de compreender e minimizar o alto índice de evasão, rotatividade e criar estratégias que facilitasse o ensino-aprendizagem, ao longo de 3 anos trabalhando como educadora nesta modalidade de ensino no município de Paulista foi desenvolvido um estudo com o título: Ressignificando histórias de vida, com o objetivo de utilizar relatos de experiências afim de considerar a heterogeneidade desse público, seus interesses, suas identidades, necessidades, habilidades, expectativas em relação a escola, enfim suas vivências. Visando perceber quem é esse sujeito com o qual lidamos, para que os conteúdos a serem trabalhados tenham significados, sejam elementos concretos na sua formação, induzindo-o para uma intervenção significativa na sua realidade. | |
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METODOLOGIA: |
O estudo investigativo foi realizado através da metodologia qualitativa, por trabalhar com sujeitos concretos: educandos da EJA- fase III, da escola municipal Maria Leopoldina do município de Paulista, nos anos de 2008 e 2009. No primeiro momento os alunos foram motivados para uma construção pessoal de sua história, levantado questionamentos em relação à escola e história de vida a partir de sua própria vivência, como: os seus sonhos, desejos, e ilusões em torno da validade (ou não) de sua escolarização, como convivem com a condição de não escolarizados e como a interpretam, que opinião possui sobre a escola, o professor, o ensino... No segundo momento a partir do levantamento dessas contribuições individuais, os dados colhidos foram conduzidos de maneira coletiva a uma produção escrita, visando várias possibilidades de trabalho, referenciadas nos conhecimentos e na observação feita pelo professor no dia-a-dia com seus alunos, a partir dos depoimentos e representações de mundo que trouxeram de suas vivências, constituindo o perfil, conhecimentos prévios e expectativas dos mesmos. Tornando-se um dos materiais fundamentais para que o professor pudesse planejar sua ação e desenvolver suas atividades de forma mais significativa. | |
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RESULTADOS: |
Através da história de vida da própria realidade dos educandos, foi possibilitado ao educador promover a motivação necessária à aprendizagem, despertando-os interesse e entusiasmo, abrindo-lhes um maior campo para construir o conhecimento, tornando-o um pesquisador na sua prática do dia-a-dia, trazendo suas experiências para serem discutidas através do debate e da pesquisa, diminuindo consideravelmente a evasão. Foram desenvolvidas diferentes atividades entre o passado e presente, considerando questões de escola, moda, religião, linguagem, trabalho, estrutura familiar... A valorização dos conhecimentos acumulados ao longo da trajetória de vida desses alunos foi se reconstituindo na posição freiriana de que somos sujeitos históricos, portanto culturalmente potentes para transformá-la. Estas produções serviram de base para sustentar o trabalho de produção escrita, onde se puderam estabelecer surpresas na singularidade de cada uma delas, que de certa forma representavam nosso passado e nosso presente. |
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CONCLUSÃO: |
Construir uma educação de jovens e adultos que produza seus processos pedagógicos, considerando quem são esses sujeitos, implica pensar sobre as possibilidades de transformar a escola que os atende em uma instituição aberta, valorizando seus interesses, conhecimentos e expectativas, onde favoreça sua participação, e respeite seus direitos em práticas, propondo motivar, mobilizar e desenvolver conhecimentos que partam da vida desses sujeitos, que demonstre interesse por eles como cidadãos e não somente como objetos de aprendizagem. Assim como foi comprovado nesta experiência, a escola sem dúvida terá mais sucesso como instituição flexível, com novos modelos de avaliação e sistemas de convivência, que considerem a diversidade da condição do aluno da EJA, atendendo as dimensões do desenvolvimento, acompanhando e facilitando um projeto de vida, estimulando o sentido de pertencimento. |
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Instituição de Fomento: Prefeitura da cidade de Paulista-PE |
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Palavras-chave: Educação de Jovens e adultos, História de vida, Ensino-aprendizagem. |