62ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas |
VULNERABILIDADE DE ADOLESCENTES À INFECÇÃO PELO HIV: COMPORTAMENTO E ATITUDES FRENTE O USO DO PRESERVATIVO. |
Elys Oliveira Bezerra 1 Ana Clara Patriota Chaves 1 Flavianna Ribeiro Gomes de Melo 1 Maria Lúcia Duarte Pereira 1 |
1. Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará / UECE |
INTRODUÇÃO: |
O uso de preservativo no relacionamento sexual é um comportamento complexo que acontece num contexto pessoal, interpessoal e situacional, permeado por valores, crenças, incertezas e expectativas. Para prevenir o acontecimento de situações indesejadas, é importante o incentivo do sexo seguro, com adoção do uso do preservativo, pois é o único método que oferece dupla proteção, protegendo o indivíduo das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e da gravidez não desejada. Tendo em vista que os adolescentes iniciam a vida sexual cada vez mais cedo, tornando-se vulneráveis às DST, este trabalho teve como objetivo conhecer a atitude de adolescentes acerca do uso do preservativo. |
METODOLOGIA: |
Pesquisa do tipo exploratória, realizada entre os meses de agosto e novembro de 2009, em uma escola pública de Fortaleza - CE. O universo deste estudo foi constituído pelos alunos do ensino médio, matriculados na referida instituição em 2009, e a amostra compreendeu 234 estudantes. Os dados foram coletados após aprovação do comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (Nº do protocolo: 08517555), autorização da escola, consentimento livre e esclarecido de responsáveis e alunos participantes. Utilizou-se um questionário semi-estruturado, auto-aplicado em situação coletiva, contendo perguntas sobre a vida sexual dos participantes (início, uso do preservativo na primeira relação sexual e nos últimos doze meses anteriores à pesquisa). |
RESULTADOS: |
Na amostra, 41,9% cursavam o primeiro ano, 33,3% o segundo e 24,8% o terceiro ano do ensino médio, com participação de quantidades iguais (117) de indivíduos do sexo feminino e masculino. A faixa etária variou entre 14 e 19 anos, sendo a média de idade da amostra igual a 16,56 anos (±1,21). Considerável parcela da amostra (46,2%; 108) já iniciou a vida sexual. Destes, 64,8% são do sexo masculino. A primeira relação sexual aconteceu entre 8 e 19 anos. A média da idade da primeira relação foi 14,76 anos (± 1,76). A maioria afirma ter utilizado preservativo na primeira relação (59,3%), havendo maior adesão entre os participantes do sexo feminino (71,0%) do que entre os do sexo masculino (52,8%). Os 40,7% que afirmaram não ter usado o preservativo na primeira relação relatam como justificativa: não tinha preservativo no momento (n=13); não lembrou (n=8); falta de conhecimentos (n=2). Entre os que já iniciaram a vida sexual, 81,48% afirmou ter tido relação sexual nos últimos doze meses, com 28,70% (31; 19 do sexo masculino e 12 do sexo feminino) relatando o não uso do preservativo na última relação, apontando como motivos: não tinha no momento (n=10); uso da pílula anticoncepcional (n=6); preservativo reduz o prazer (n=4). |
CONCLUSÃO: |
Constata-se que os jovens iniciam precocemente a atividades sexuais, o que os expõem mais cedo às DST/AIDS. Percebeu-se maior adesão ao uso do preservativo na primeira relação pelo sexo feminino. Os motivos para o não uso variaram desde crenças, como a de que o preservativo reduz o prazer, à falta de acesso ao mesmo, evidenciando a vulnerabilidade às diversas doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada, e a necessidade de estratégias eficazes para que o adolescente tenha melhor acesso à aquisição do preservativo e a conhecimentos que incentivem o uso do preservativo. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / CNPq; Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa / FUNCAP. |
Palavras-chave: Adolescente, Preservativo, Atitude. |