Nos últimos anos, está havendo uma maior preocupação em relação à qualidade e quantidade de água disponível para o consumo humano, nos meios científicos e da sociedade em geral. Sobre este ponto, é cada vez maior a preocupação com a contaminação da água, sendo essencial o levantamento das condições de qualidade e o tratamento dos efluentes industriais, que representa um potencial de risco para os seres vivos de uma forma geral.

O crescente desenvolvimento industrial é um dos mais relevantes fatores responsáveis pela contaminação das águas, seja pela negligência no tratamento de seus rejeitos ou por acidentes cada vez mais freqüentes que acabam por lançar muitos poluentes nos ambientes aquáticos, contribuindo para que as águas naturais se tornem residuais.

A poluição causada por metais pesados, vem despertando bastante interesse pelos pesquisadores, por serem estes, em geral, bioacumulativos e persistentes no meio ambiente, além de extremamente tóxicos. Este tipo de poluente pode causar danos muitas vezes irreversíveis à saúde humana.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o processo de adsorção de cádmio e cobre em vários adsorventes in natura e ativados quimicamente. Estudar também a adsorção de cobre em cachaça comercial utilizando os adsorventes em questão.

Os experimentos foram realizados em batelada em um Shake (150 rpm, 25 ºC± 2ºC). Uma série de frascos (polietileno) contendo 0,1g do adsorvente foi colocada em contato com 10mL de solução de cádmio e cobre com concentração de 10mg/L, em pH 5 para o cobre e 6 para o cádmio. Em intervalos pré-determinados foram retiradas alíquotas e estas foram filtradas e suas concentrações residuais determinadas. Com o resultado do melhor tempo de remoção dos metais no estudo cinético, foi feito o estudo da concentração e do efeito do pH na adsorção, comparando as isotermas de adsorção experimental com os modelos propostos por Langmuir e Freundlich.

Os resultados demonstram uma cinética relativamente rápida para ambos os metais, sendo de 30 minutos utilizando  o bagaço de cana-de-açúcar in natura e tratado com NaOH (0,1 mol/L) e de 360 e 140 minutos para o pó da sementes de moringa in natura e tratada com NaOH (0,1mol/L), respectivamente. Então, o tratamento químico com hidróxido de sódio alterou apenas o tempo de equilíbrio da adsorção de cobre pelo pó de sementes de moringa, sendo este menor (140 min) para o material tratado. Para ambos os adsorventes a adsorção dos metais aumentou com o acréscimo do pH, no entanto para o cobre o pH ótimo foi de 5 e para o cádmio de 6. A capacidade de adsorção (q (mg metal/g do adsorvente) ) aumentou com o aumento da concentração inicial de cobre para ambos os adsorventes, seja eles estando in natura ou tratado quimicamente com NaOH, sendo encontrados valores relativamente mais elevados para os materiais tratados com NaOH (0,1 mol/L). A construção das isotermas para ambos os processos de adsorção evidenciou que os mesmos obedecem ao modelo isotérmico de Freundlich.

O pó da semente de moringa mostrou-se eficiente na remoção do cobre em cachaça onde se obteve uma porcentagem de remoção de 78%. E que não houve diferença significativa nos resultados de compostos.

Os adsorventes utilizados nesse estudo apresentaram uma boa capacidade de adsorção para o cobre e cádmio em solução aquosa, além de terem apresentado uma cinética relativamente alta. Assim, os materiais tornam-se atrativos no quesito viabilidade e economia. Testes posteriores com efluentes reais serão realizados para avaliar a capacidade real dos adsorventes em questão.