62ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica |
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIBACTERIANO DE Syzygium cumini (L.) |
Carlos Alberto da Silva Júnior 1 Renata Maria de Souza 1 Luís Cláudio Nascimento da Silva 1 Janete Magali de Araújo 2 Marilene da Silva Cavalcanti 3 Maria Tereza dos Santos Correia 1 |
1. Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE 2. Departamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE 3. Departamento de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE |
INTRODUÇÃO: |
A S. cumini também conhecido, popularmente, como jamelão, cereja, azeitona-do-nordeste, azeitona-roxa, azeitona-da-terra, dentre outros nomes é uma planta da família Myrtaceae, originária da Indonésia, da China e das Antilhas, sendo amplamente distribuída no Brasil e no mundo. É utilizada na medicina popular no tratamento hipotensivo, hipoglicemiante, antiinflamatório, entre outros. Devido a grande diversidade de microrganismos resistentes a antimicrobianos já conhecidos, muitos trabalhos têm sido realizados na busca de novos fármacos de ocorrência natural com potencial atividade antimicrobiana. Extratos de plantas apresentam capacidade de controlar o crescimento de uma ampla variedade de espécies de microrganismos, mostrando bom potencial de aplicação contra diversos microrganismos. Pesquisas sobre as atividades de extratos de plantas têm sido desenvolvidas em muitos países tais como Brasil, Cuba, Índia, México e Jordânia, devido a possuírem uma grande diversidade de flora e uma tradição na utilização de plantas medicinais para uso como antibacteriano ou antifúngico.. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar a atividade antimicrobiana dos extratos aquoso (EAFSc) e metanólico (EMFSc) de folhas de S. cumini. |
METODOLOGIA: |
Para a obtenção dos extratos, as folhas foram lavadas, secas a temperatura ambiente e trituradas, 5g da amostra foram submetidas à agitação suave por 4 hora em água destilada. Depois de filtrado e centrifugado, o material foi liofilizado e diluído em água destilada (extrato a 10%). No extrato metanólico, 5g da amostra foram homogeneizadas em metanol por 15 minutos, em seguida filtrada, centrifugada e submetida a um evaporador rotativo sob pressão reduzida. Posteriormente, o concentrado foi submetido a uma suspensão em metanol, obtendo-se um extrato a 10%. Os testes antimicrobianos foram determinados pelo método de difusão em discos utilizando as cepas de Escherichia coli (UFPEDA 224), Klebsiella pneumoniae (UFPEDA 396), Staphylococcus aureus (UFPEDA 02), Bacillus subtilis (UFPEDA 86) e Pseudomonas aeruginosa (UFPEDA 416). As Culturas bacterianas desenvolvidas em AN por 24 horas foram diluídas convenientemente (cerca de 108 UFC/mL) e semeadas na superfície de ágar Mueller-Hinton. A seguir, discos de papel de filtro impregnados com os extratos foram colocados sobre a superfície do ágar inoculado. Após incubação por 24 horas a 37ºC foram observados os halos de inibição das amostras bacterianas. Foram utilizados como controle positivo o cloranfenicol 50mg/L-1 e negativo metanol. |
RESULTADOS: |
Para interpretação dos resultados foi considerada atividade inibitória significativa, os discos que apresentaram halos de inibição igual ou superior a 10 mm. O EMFSc apresentou atividade inibitória significativa para as cepas de S. aureus e B. subtilis. Por outro lado, o EAFSc demonstrou potencial inibitório apenas em S. aureus. Todavia, ambos os extratos, não agiram sobre o crescimento celular de E. coli, K. pneumoniae e P. aeruginosa. Alguns trabalhos testaram à ação bacteriana de vários extratos e dos óleos essenciais extraídos de folhas de S. cumini frente algumas bactérias avaliadas neste trabalho, S. aureus, E. coli, P. aeruginosa, os resultados corroboraram a hipótese de efetiva atividade antibacteriana. A atividade antimicrobiana do S. cuminii também foi observada por outros autores (Djipa et al., 2000; Dorman; Deans, 2000). Djipa et al., 2000 sugerem que a atividade antimicrobiana está relacionada com a alta quantidade de taninos, já que a eliminação destes suprimiu esta propriedade. Nascimento et al., 2000, verificaram que extrato de S. cuminii inibiu 57,1% das bactérias testadas, muitas das quais resistentes a antibióticos, Machado et al., 2003 também observaram efeito inibitório sobre bactérias S. aureus resistente a oxacilina. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados apresentados mostram bastante relevância, uma vez que os microorganismos testados são relacionados a diversas patologias e estão intimamente ligados ao processo de infecção hospitalar, principalmente S. aureus, e apresentam problemas de resistência aos agentes antimicrobianos utilizados na terapêutica atual, Sendo necessários estudos mais aprofundados dos compostos fitoquímicos do EMFSc, além da avaliação da relação dose-efeito procurado, visando propor o uso de um novo agente antibacteriano obtido a partir das folhas de S. cumini |
Instituição de Fomento: CAPES, CNPq e FACEPE |
Palavras-chave: Syzygium cumini, Atividade antibacteriana, Extratos vegetais. |