62ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia |
AVALIAÇÃO CITOTÓXICA DO CHÁ DA ESPÉCIE AMAZÔNICA Licaria puchury-major |
Rosilane Ramos Graça 1 Francisca Simas 2 Antônio Batista da Silva 2 Rosana Antunes Palheta 2 Taciana de Amorim Silva 2 Emerson Silva Lima 2 |
1. Universidade do Estado do Amazonas 2. Universidade Federal do Amazonas |
INTRODUÇÃO: |
A espécie Licaria puchurymajor (Mart.) Kosterm, da família Lauraceae é conhecida popularmente como puxuri. Essa planta é bastante comum no município de Borba-AM devido aos fatores climáticos da região, e a população local detém conhecimentos empíricos sobre as propriedades terapêuticas da planta. Os nativos de Borba costumam tomar, para tratar males do estômago, o chá da semente ralada na língua do pirarucu. A comunidade consome o chá de todas as partes da planta, substituindo muitas vezes o café pela bebida. Sabe-se que aingestão de grande quantidade de um principio ativo pode resultar em efeito oposto ao desejado e muitas vezes levar o indivíduo a um grau elevado de intoxicação. O ensaio de letalidade com o microcrustáceo Artemia salina detecta possíveis atividades citotóxicas de extratos de plantas e é uma técnica relativamente simples e barata, consiste em avaliar a exposição de um determinado composto frente a esse crustáceo. Levando em consideração os riscos à saúde do ser humano da ingestão de grande quantidade do chá do puxuri esse trabalho teve como objetivo a avaliar o grau de toxicidade da infusão das folhas, galhos e da semente da Licaria puchurymajor (Mart.) Kosterm utilizando o bioensaio de letalidade frente aos nauplius de Artemia salina. |
METODOLOGIA: |
Foram preparados 4 infusões (chá) de partes diferentes da planta (folhas, caule, galhos finos e semente ralada) adicionando-se água quente e abafando-se a solução por 15 minutos. A toxicidade foi determinada pelo teste com A. salina, segundo a metodologia descrita por Harwig et al (1971) e González et al (2007) com modificações. O teste de mortalidade foi realizado em triplicada dentro de poços individuais de placas multipoço 6x4 aos quais foi inserido 300 µL do chá e 1000 µL de suspensão de nauplios previamente eclodidos em solução de sal marinho não-iodado 3% (p/v). No controle utilizou-se apenas solução salina. O ensaio foi mantido sob luminosidade constante a 30 ºC, por 24 horas. Após esse período, a mortalidade de larvas de artêmia foi determinada em estereomicroscópio com base na imobilidade interna ou externa, observada durante 20 seg. Ao término da contagem dos náuplios mortos, adicionou-se formol em cada poço para contagem do total de larvas presentes. A taxa de mortalidade foi determinada dividindo-se o número de náuplios mortos pelo numero total de indivíduos e multiplicando o resultado por 100. O grau de toxicidade foi classificado de acordo a mortalidade observada: 0-9% = não tóxico (NT); 10-49% = ligeiramente tóxico (LT); 50-89% = tóxico (T); 90-100% = altamente tóxico (AT). |
RESULTADOS: |
A taxa de mortalidade para as infusões preparadas com a folha, com os galhos finos e com o caule da espécie Licaria puchurymajor (Mart.) Kosterm foi 0%, já a infusão preparada a partir da semente da planta raspada com a língua de pirarucu foi 8,02%. Apesar da infusão da semente apresentar uma taxa de mortalidade de 8,02% essa percentagem, por ser menor que 9%, classifica a infusão como não tóxica segundo a metodologia de Harwig et al (1971). |
CONCLUSÃO: |
De acordo com os resultados obtidos, o chá das folhas, galhos finos, caule e semente da espécie Licaria puchurymajor (Mart.) Kosterm, não apresentou atividade citotóxica frente a náuplios de Artemia salina. Apesar do ensaio de letalidade em artêmia ser eficiente é recomendada a realização de outros testes de toxicidade em animais mais complexos antes de concluir que os compostos da Licaria puchurymajor (Mart.) Kosterm não são tóxicos aos seres humanos. |
Instituição de Fomento: FAPEAM |
Palavras-chave: Avaliação citotóxica, Chá, Licaria puchury-major. |