62ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação |
MENINOS E MENINAS: RELAÇÕES DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E PRÁTICA DOCENTE |
Arnaldo Dias Mariz 1, 2 |
1. GEPIFE/CNPq (Grupo de Estudos e Pesquisas em Infância, Família e Escolarização) 2. Especialista em Didática - Faculdade São Luís de Jaboticabal, SP |
INTRODUÇÃO: |
Discussões em torno de gênero e suas relações apresentam-se, nos últimos anos, frequentes na área educacional. Entre as várias questões tratadas, observamos a necessidade de reflexões sobre como as relações de gênero são abordadas e trabalhadas por educadores e educadoras que atuam na educação infantil, primeira etapa da educação básica. Isso porque os diferentes comportamentos de meninos e meninas são construídos e aprendidos ao longo do tempo, iniciando-se na infância, e a instituição escolar torna-se uma das agências socializadoras que poderá reforça ou não determinados estereótipos. Diante desse contexto, esta pesquisa visa a investigar como as relações de gênero são tratadas pelos educadores e pelas educadoras responsáveis pela formação das crianças na educação infantil. |
METODOLOGIA: |
Para a concretização deste trabalho, buscamos fundamentação teórica em pesquisas acadêmicas desenvolvidas no campo de gênero e suas relações. Ainda, realizamos pesquisa de campo e utilizamos diferentes procedimentos metodológicos para a coleta de dados, entre os quais ressaltamos a aplicação de questionários e entrevistas realizados com sete professoras que atuam |
RESULTADOS: |
Nosso estudo revela um conjunto substancioso de práticas e representações apresentadas pelas educadoras no que se refere à temática gênero e suas relações na educação infantil. Todas as professoras são graduadas, e a maioria participa de cursos de formação continuada. No entanto, a maior parte delas afirma que, na formação - inicial e continuada -, não houve discussões sobre tal temática e quando a minoria das professoras aponta que esteve presente em sua formação essa discussão, elas revelam que foi de maneira bastante fragmentada. As educadoras também enfatizam que, em sua prática pedagógica, tentam, mesmo que de forma inicial, introduzir posturas que não reforcem determinados estereótipos, mas observamos que suas práticas ainda se limitam, por exemplo, a questões envolvendo apenas brinquedos e brincadeiras de meninos e meninas, reduzindo, assim, o sentido das ideias em torno de gênero e suas relações. Aquelas que procuram avançar nas discussões e ações são justamente as professoras que tiveram em sua formação reflexões sobre o tema, mas, ainda assim, o avanço é bastante singelo, já que as questões foram, na maioria das vezes, abordadas ao longo da formação de modo superficial. |
CONCLUSÃO: |
Consideramos, a partir desta pesquisa, a importância de se discutir com maior frequência e afinco a temática gênero e suas relações nos cursos de formação - inicial e continuada. Ainda, tal discussão, além de se fazer presente, deverá ser pautada em fundamentos teóricos consolidados e pertinentes. Acreditamos também que a prática pedagógica dos educadores e das educadoras que atuam na educação infantil deverá contemplar de forma mais sólida posturas referentes ao gênero e suas relações que não se limitem a ações reduzidas e descontextualizadas. Introduzir essa temática nas ações docentes exige, sem dúvida, formação, reflexão, ação e envolvimento. É fato que a escola deverá desconstruir a relação de poder entre meninos e meninas, contribuindo para que as práticas pedagógicas pelos educadores e pelas educadoras não sejam reforçadoras de estereótipos. |
Palavras-chave: Educação Infantil , Gênero e suas relações , Docência. |