62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
AVALIAÇÃO 'IN VITRO' DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA  de TRÊS cepas amazônicaS do fungo Pycnoporus sanguineus CONTRA Staphylococcus aureus E Escherichia coli.
Natália Martins da Silva 1, 2
Daniel Martins Correa dos Santos 1, 4
Ormezinda Celeste Cristo Fernandes 3
Márcia Jaqueline Mendonça Maciel 1, 2
Maria Dolores Fonseca 1, 2
Helena Camarão Telles Ribeiro 1, 5, 2
1. Universidade do Estado do Amazonas - UEA
2. Depto. Mestrado Biotecnologia e Recursos Naturais
3. Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
4. Depto. de Ciências da Saúde, Fac. de Medicina
5. Profa. Dra./Orientadora - Depto. Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais
INTRODUÇÃO:

Apesar da disponibilidade de um grande número de antibióticos de última geração, é fundamental buscar compostos que possam atuar como novas drogas a serem utilizadas no combate de doenças causadas por bactérias. A diversidade de fungos é enorme e apenas uma pequena gama destes seres tem sido cultivada e explorada para produção de metabólitos secundários responsáveis pela inibição de microrganismos. O fungo Pycnoporus sanguineus popularmente conhecido como orelha de pau vermelha é um tipo de cogumelo bastante utilizado desde os tempos mais remotos com finalidades medicinais para combater patologias como hemorragias, cólicas, feridas e asma. Estudos recentes mostram que diferentes cepas fungicas podem apresentar diferenças significativas no crescimento e na produção de metabólitos secundários. Neste contexto esta pesquisa teve por objetivo contribuir para o estudo da biodiversidade Amazônica dos fungos através da avaliação da atividade antimicrobiana de P. sanguineus e analise de variação desta atividade em três diferentes cepas coletadas em três municípios de Manaus-AM.

METODOLOGIA:

Os inóculos dos fungos foram obtidos da micoteca do Laboratório de Biorgânica (MBT/UEA). Para os testes de atividade antimicrobiana foram utilizados três isolados de P. sanguineus os quais possuíam como variação o local da coleta sendo: Pic. 01(Município de Parintins), Pic. 02 (Município de Coari) e Pic. 03 (Manaus). Os fungos foram repicados em meio BDA, e incubados por 7 dias em BOD a 30 °C, posteriormente foram repicados em cultura liquida por 7,14 e 21 dias de incubação. Os microrganismos testes foram S. aureus (CBAM 026) e E. coli (CBAM 001)obtidos do Centro de Pesquisa Leônidas Maria Deane Fiocruz-Am. As bactérias foram reativadas e semeadas em Ágar Miller Hinton, à escala 0,5 de MacFarland. Utilizou-se o método de difusão em ágar para avaliar a atividade antimicrobiana. Os testes foram realizados em triplicata com controle positivo (Ampicilina) e controle negativo (DMSO). Após 24h de incubação a 37 °C a sensibilidade do organismo-teste foi determinada através da presença de halo de inibição, o diâmetro das zonas de inibição foi medido em mm, com o auxilio de um paquímetro, sendo considerada a atividade antimicrobiana positiva onde o diâmetro da zona de inibição foi maior ou igual ao diâmetro de inibição gerado pelo controle positivo (Ampicilina).

RESULTADOS:

Após o período de incubação dos microrganismos-testes constatou-se a formação de halos de inibição nas placas de Staphylococcus aureus em média 3,9 mm superior ao controle positivo (Ampicilina) e o tratamento de E. coli obteve halos de inibição em média 2,3 mm maior que o controle positivo (Ampicilina). A maior variabilidade entre o diâmetro dos halos de inibição ocorreu entre as cepas Pic. 01(Município de Parintins) e Pic. 02 (Município de Coari). Através da analise dos resultados pode-se afirmar que nas condições testada as três cepas do fungo P. sanguineus apresentam atividade antimicrobiana contra os microrganismos testados, observou-se ainda que existe uma variabilidade significativa na produção de substancia antimicrobiana nas três cepas utilizadas nos experimentos.

CONCLUSÃO:
Desta forma, pode-se afirmar que nas condições testadas o Fungo Amazônico Pycnoporus sanguineus possui ação antimicrobiana contra: Staphylococcus aureus e E. coli. Os resultados obtidos neste trabalho sustentam a existência de variabilidade do potencial antimicrobiano entre as cepas de P. sanguineus testadas. Tal fato pode estar relacionado à variabilidade genética entre a mesma espécie em diferentes localidades ou ao substrato em que as espécies cresceram em seu habitat natural. Com a finalidade de investigar a causa desta variabilidade faz-se necessário um estudo do perfil genético das três cepas testadas e uma analise do habitat natural das mesmas.
Instituição de Fomento: CAPES, FAPEAM, CNPq, MURAKI,UEA.
Palavras-chave: Variabilidade, Massa Micelial, Meio de Cultura.