Com a propagação da educação a distância no Brasil, as Instituições de Educação Superior (IES) estão investindo em tecnologia e na preparação de equipes para esta modalidade de ensino, envolvendo docentes e profissionais de perfis específicos, com conhecimentos de didática, computação e tecnologia educacional. Neste contexto, novas tecnologias são utilizadas para propiciar às IES os meios para que possam atender o disposto na Portaria MEC no. 4.059, de 10/12/2004, que possibilitam a oferta de unidades de ensino na modalidade semi-presencial, integral ou parcialmente, desde que esta oferta não ultrapasse 20% da carga horária total do curso. Na Faculdade de Minas - FAMINAS, de Muriaé-MG, a efetiva oferta do ensino semi-presencial em seus cursos de graduação reconhecidos ocorreu no primeiro semestre de 2010, e entre as unidades de ensino ofertadas, uma delas foi a de Português, do primeiro período de todos cursos da Instituição. O objetivo do presente trabalho, no processo de implantação e acompanhamento do processo de oferta do ensino semipresencial, foi o de avaliar o desempenho inicial dos alunos da unidade de ensino de Português, com aqueles que a estão cursando na modalidade presencial, no sentido de verificar as expectativas e a satisfação dos alunos envolvidos.

Inicialmente, foi realizada uma pesquisa com 52 (cinquenta e dois) alunos do período noturno do curso de Sistemas de Informação, visando detetar as dificuldades de acesso e de uso do AVA [1], o sistema para o ensino a distância que tem sido utilizado pela FAMINAS. Também foi avaliada a qualidade do material disponibilizado pelo docente conteudista da unidade de estudo de Português. A análise comparativa foi realizada com dois grupos de alunos: o primeiro grupo, com os 52 (cinquenta e dois) alunos do curso de Sistemas de Informação, que cursam a unidade de ensino na modalidade semipresencial; e o segundo grupo, com 39 (trinta e nove) alunos do curso de Biomedicina, que fazem a mesma unidade de ensino na modalidade presencial. Ao final da primeira etapa de estudos, os dois grupos de alunos foram submetidos a uma avaliação de conhecimentos composta por vinte (20) questões objetivas com duração de até cem minutos

Na primeira análise foi verificado que dos 52 (cinquenta e dois) alunos do curso de Sistemas de Informação, 47 deles (89%) haviam acessado o ambiente com frequência no intervalo de duração da primeira etapa da unidade de ensino, correspondentes às aulas dos meses de fevereiro e março de 2010. Ao serem indagados sobre as dificuldades de acesso 44 alunos (85%) destacaram não haver dificuldades de acesso ao ambiente, assim como demonstraram-se favoráveis ao uso da plataforma no processo de ensino aprendizagem da unidade de ensino. Os 8 (oito) alunos (15%) que mencionaram dificuldades no acesso à plataforma, informaram não possuir computador em casa ou no trabalho, ressaltando que preferiam o ensino presencial, principalmente pelo contato direto com o professor. Em relação à realização da prova, 7 (sete) dos alunos (13%) do curso de Sistemas de Informação faltaram a avaliação, observando-se que houve um porcentual praticamente igual entre os alunos do curso de Biomedicina, no qual 6 (seis) alunos (15%) não compareceram a avaliação. 24% dos alunos de Sistemas de Informação acertaram entre quatro e nove questões da prova realizada; para o mesmo intervalo, os números de acertos dos discentes do curso de Biomedicina foram inferiores, dentre os quais apenas 3% deles enquadraram-se neste intervalo. O número de acertos entre 10 e 13 questões foi de 69% para os alunos de Sistemas de Informação e de 49% para os alunos de Biomedicina. O número de acertos para o intervalo de 14 a 18 questões foram, respectivamente, de 7% para os alunos de Sistemas de Informação e de 48% para os alunos do curso de Biomedicina. De um modo geral, a média de acertos do curso entre alunos de Biomedicina ficou em 68%, enquanto a dos alunos de Sistemas de Informação este indicador ficou em 53%.

Verificou-se que os alunos do ensino presencial da unidade de ensino de Português apresentaram um desempenho superior aos dos alunos do ensino semipresencial, resultado que estimula o prosseguimento da pesquisa de encontrar justificativas para as diferenças observadas. Numa primeira etapa de continuidade, pretende-se acompanhar o desempenho dos alunos nas outras duas etapas a serem cumpridas ainda dentro do limite de duração da oferta da unidade de ensino. Paralelamente ao levantamento de novos dados, pretende-se incluir outras variáveis para análise, como a avaliação dos questionários sócio-econômicos dos alunos, quando de suas matrículas iniciais.