62ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 1. Anatomia Patológica e Patologia Clínica

HISTOQUÍMICA COM LECTINAS PARA PNA E UEA-I NO CARCINOMA DUCTAL in situ DA MAMA

Carlos André da Silva Santos 1 Renato Cézar Wanderley Cunha Silva 1 Moacyr Jesus Barreto de Melo Rêgo 1 Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão 1, 2

1. Laboratorio de Imunopatologia Keizo Assami, LIKA/UFPE 2. Prof. Dr./Orientador - Departamento de Bioquímica, UFPE

INTRODUÇÃO:

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres. No entanto, o número de pacientes diagnosticados com Carcinoma ductal in situ (CDIS) continua crescente. Dados clínicos revelam que alterações genéticas estão correlacionadas a gênese e progressão do CDIS para doenças invasivas. Vários tipos de carboidratos estão intimamente envolvidos em muitos eventos celulares, incluindo os processos de reconhecimento imunológico, adesão e sinalização intra e intercelular, além de serem estruturas detentoras de informação biológica e participarem de mecanismos fundamentais na formação de neoplasias, visto que, mudanças no padrão de glicosilação, são fatores preditivos de desdiferenciação celular. Através do emprego de ferramentas especificas como a histoquímica com lectinas, torna-se possível decifrar este glicocódigo, permitindo desta forma elucidar os mecanismos envolvidos na patogênese do câncer. O objetivo do referido trabalho foi analisar o perfil de expressão da α-D-galactose e α-L-fucose no carcinoma ductal in situ de células normais e transformadas da mama, empregando a histoquímica com lectinas.

METODOLOGIA:

Biópsias diagnosticadas com CDIS (n=15) foram obtidas do Setor de Anatomia Patológica do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP). Bordas livres foram utilizadas como controle normal. Na histoquímica com lectinas os cortes foram tratados com tripsina e metanol-H2O2 e incubados a 4°C por 2h com a lectina conjugada a peroxidase, PNA e UEA-I, específica para D-galactose e L-fucose respectivamente em concentração de 80µg/mL. O substrato de revelação foi o DAB-H2O2. Todos os experimentos foram realizados em duplicata e avaliados em microscopia óptica.

RESULTADOS:

A UEA-I foi positiva em 60% dos casos analisados, apresentando marcação membranar/citoplasmática nas células que constituem o CDIS de padrão comedônico. Nos casos negativos para o CDIS, o estroma demonstrou-se positivo. A D-galactose mostrou expressividade em 67% dos casos evidenciados na região citoplasmática das células do CDIS de baixo grau. Os controles normais foram positivos para ambas lectinas, obtendo marcações situadas na membrana/citoplasma.

CONCLUSÃO:

Os resultados sugerem que a análise de ambas lectinas (UEA-I e PNA) demonstrou significantes associações no CDIS de padrões comedônicos (alto grau) e CDIS de padrões sólido/cribriforme (baixo grau) respectivamente. Sugerindo o emprego da histoquímica com lectinas UEA-I e PNA como um instrumento complementar das avaliações histopatológicas, auxiliando desta maneira os métodos de diagnósticos pré-existentes para esta lesão.

Instituição de Fomento: CNPq e FACEPE

Palavras-chave: Carcinoma ductal in situ, Glicocódigo , Lectinas.