62ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia |
PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM CRIANÇAS DE UMA INSTITUIÇÃO EDUCATIVA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA- CEARÁ. |
Mariana Costa de Menezes 1 Aduana Francisca Carneiro da Silva 1 Bianca Cordeiro Nojosa de Freitas 1 Isabela Ribeiro Pinto Nogueira 1 João Rodrigues Coelho 2 Nadia Aciolly Pinto Nogueira 3 |
1. Curso de Farmácia - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem - UFC 2. Departamento de Análises ClÍnicas e Toxicológicas - UFC 3. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFC |
INTRODUÇÃO: |
A prevalência de parasitoses intestinais está intimamente ligada com as condições de higiene as quais o indivíduo é submetido, de forma que a transmissão, em geral, ocorre devido à contaminação da água e de alimentos por fezes. As parasitoses estão entre os graves problemas de saúde pública que podem causar fraqueza e anemia, podendo inclusive levar à morte de um indivíduo, em especial crianças, devido ao agravamento de quadros de disenterias. Assim, é de fundamental importância realizar a prevenção dessas parasitoses através de um saneamento público adequado, bem como por meio da educação para a manutenção de hábitos pessoais de higiene; além disso, faz-se importante o tratamento dos pacientes acometidos. Crianças, principalmente aquelas que vivem em ambientes precários de higiene e em locais de aglomeração, como creches, são as mais acometidas. O estudo tem como objetivo identificar parasitoses intestinais em crianças, a fim de estabelecer um programa de controle e educação sanitária, bem como tratamento para tais patologias. Sendo assim, o estudo da prevalência e combate às parasitoses em crianças é de fundamental importância, pois a presença de parasitos pode levar a baixos rendimentos escolares e déficit de crescimento e desenvolvimento. |
METODOLOGIA: |
No período de setembro a novembro de 2009, foram coletadas amostras de fezes de crianças entre 6 e 17 anos de uma Instituição pública localizada no município de Fortaleza, Ceará. Foram entregues 43 frascos que atendiam à 100% das crianças da Instituição, sendo de uso único e individual. Desses, 32 (74,4%) foram devolvidos ao responsável para análise. As amostras foram analisadas pelo método de Hoffman no Laboratório de Análises Clínicas (LACT) da Universidade Federal de Ceará. Os dados colhidos foram sistematizados no programa Excel e analisados posteriormente de acordo com literatura pertinente. O estudo obedeceu às normas que regulamentam a pesquisa que envolve seres humanos, do Conselho Nacional de Saúde - Ministério da Saúde, e segundo Resolução nº196/96. Para tanto, foi submetido ao COMEPE - Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, tendo sido autorizado para coleta das amostras conforme Protocolo Nº 234/09. |
RESULTADOS: |
Das 32 amostras coletadas, apenas 14 (43,75%) apresentaram resultado negativo enquanto 18 (56,25%) apresentaram um ou mais parasitos. Entre os parasitos mais prevalentes encontrou-se: Trichuris trichiura 18,75% (n=6), Entamoeba coli 15,6% (n=5); Entamoeba histolytica 12,5% (n=4); Giardia lamblia 6,5% (n=2); Ascaris lumbricoides 12,5% (n=4);), Enterobius vermiculares 9,4% (n=3) e Endolimax nana 9,4% (n=3). Foram encontrados ainda: Iodamoeba butschlii 6,5% (n=2), Chilomastix mesnilli 6,5% (n=2) e Ancilostomídeo 3,2% (n=1). Dos resultados positivos, 31,25% (n=10), apresentaram apenas um verme na análise, 9,4% (n=3) apresentaram 2 vermes, 12,5% (n=4) 3 vermes e 3,2% (n=1) 4 vermes. Tais resultados refletem os hábitos de higiene das crianças, que costumam não lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro, assim como as condições precáries de higiene do ambiente em que vivem. O parasita de maior prevalência foi E.coli (15,6%) que, embora não seja patogênica, é um indicativo de que a criança está consumindo água ou alimentos contaminados por fezes. |
CONCLUSÃO: |
Observou-se, portanto, elevada prevalência de parasitos (56,25%) nas amostras. Além disso, verificou-se que a maioria das amostras (31,25%) apresentaram-se monoparasitadas, e, entre os parasitos mais freqüentes, destacaram-se entre os protozoários a E.coli (15,6%) e, entre os helmintos destacaram-se Trichuris trichiura (18,75%) e Ascaris lumbricóides (12,5%). Chama ainda atenção a presença de alguns vermes menos freqüentes como: Chilomastix mesnilli 6,5% (n=2) e Ancilostomídeo 3,2%. Assim, embora a pesquisa tenha se limitado à análise de amostras fecais, sem ter havido um inquérito para exploração das condições de saneamento e higiene do local estudado, nem tão pouco do local de moradia das crianças, presume-se que não sejam de todo adequadas em virtude dos resultados encontrados. Importantes trabalhos de ensino das boas práticas de higiene podem ser realizados com estas crianças, a fim de reverter ou diminuir os índices de parasitoses, principalmente após uso de medicação, como medida preventiva contra a aquisição de novas parasitoses. |
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Ceará |
Palavras-chave: Parasitoses, Prevalência, Crianças. |