62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 1. Climatologia
ANÁLISE DOS AZARES CLIMÁTICOS NA AGRICULTURA DO MUNICÍPIO DE POÇO VERDE/SE: A CONVIVÊNCIA DO HOMEM COM A SECA
Alberlene Ribeiro de Oliveira 1
José Wellingtom Rodrigues Bomfim 1
Luciano Esteves de Jesus 1
Daniel Almeida da Silva 1
1. Faculdade José Augusto Vieira-FJAV
INTRODUÇÃO:
A agricultura precisa de condições climáticas ótimas para o seu pleno desenvolvimento, porém as adversidades do clima provocam efeitos negativos que interferem diretamente na produtividade e acontece em diferentes origens, chamados de azares climáticos como geadas, secas, enchentes, granizo e ventos de alta velocidade. Nota-se que um dos graves riscos para a agricultura no semi-árido do município de Poço Verde é a seca, pois é submetido aos rigores de variações climáticas provocada pelos baixos níveis de umidade, irregularidade no ritmo das precipitações ao longo dos anos, prolongados períodos de carência hídrica e ausência de rios perenes. Nesse sentido, houve o desenvolvimento de projeto de pesquisa na zona rural do município de Poço Verde Sergipe, localizada a 145 km da capital Aracaju, para que o homem do campo possa aprender a lidar com esse ambiente que tem seus limites, mas que também possuem suas potencialidades. Dentro deste contexto, é de suma relevância que os campesinos estejam preparados para enfrentar os problemas da seca, compreender o seu efeito que provocará tanto a população local quanto a vida animal e vegetal e que as medidas deverão ser tomadas nos períodos de entre - secas.
METODOLOGIA:
A elaboração se estabeleceu a partir de um levantamento bibliográfico de autores locais e nacionais, com base em uma literatura pertinente ao estudo da pesquisa que auxiliaram como embasamento teórico. Dentro deste contexto, as referências servem de base para o aprofundamento do tema na busca de resultados que conduzam a aplicabilidade. Na fase de trabalho de campo, fez-se várias observações in loco para o reconhecimento das áreas de estudo, solo, clima e utilização da terra. Concomitantemente foram feitas entrevistas com os agricultores e técnicos agrícolas. Utilizou-se a câmera fotográfica digital e mapa como instrumento de apoio. Em seguida, realizou-se um trabalho de sensibilização nas comunidades locais sobre os processos geoambientais para que os agricultores utilizem a terra de forma adequada sem prejudicar o ambiente.
RESULTADOS:
Constatou-se que os anos mais secos no município foram 1955, 1961, 1976, 1983, 1993, 2001 e 2003. Nestes períodos, os entrevistados relataram que houve fome não só para o rebanho, mas também para o sertanejo. Além disso, os campesinos perderam as suas lavouras e provocou prejuízos econômicos. Portanto, a seca ocasiona miséria para a população local que sofre com a falta de alimentos e de água potável. Provoca também uma maior concentração da propriedade de terra, onde os pequenos agricultores acabam vendendo o seu terreno para os latifundiários por falta de condições de manutenção ocasionando o êxodo rural. Ao chegar às cidades, as pessoas não encontram as facilidades que eles esperavam encontrar, alguns não conseguem emprego e vivem em péssimas condições de vida nos bairros pobres e miseráveis. Este sofrimento refletirá tanto no aspecto socioeconômico quanto psicológico, podendo ocasionar também estresse e depressão, principalmente aos "chefes de família". As alternativas que utilizam para amenizar a seca são o plantio de palma forrageira, sorgo, construção de silagem, palha com sabugo e farelo. Além disso, poços, barragem e o carro-pipa abastecem algumas comunidades no período de estiagem.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que é preciso de políticas públicas eficazes que visem uma qualidade de vida melhor para os campesinos. E desta forma, implantem obras de combate às secas com a construção de açudes, poços artesianos e represas. Aliado a isso, desenvolvam projetos de sustentabilidade para orientar o pequeno agricultor onde o mesmo encontrará outras fontes de renda para a sua sobrevivência. Dentro desta ótica, vale ressaltar que os sertanejos necessitam de políticas sustentáveis e não assistencialistas respaldadas como arma para garantir o voto como é reconhecida a "indústria da seca". E também desenvolvam a pluriatividade como alternativa que garante uma sustentabilidade socioeconômica e também ambiental como o artesanato, tecelagem, apicultura e criação de cabras e ovelhas entre outros. Percebe-se que a escola é um dos caminhos para orientar a população acerca das condições climáticas da região. Portanto, é preciso que ela esteja apropriada para a realidade local, resgatando a auto-estima dos futuros agricultores com o objetivo de promover uma correlação harmônica entre sociedade, território e natureza.
Palavras-chave: Seca, Agricultor, Meio Ambiente.