62ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática |
INVESTIGAÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DOS ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO TRATO DIGESTÓRIO DE Cichla kelberi (KULLANDER, 2006) (CICHLIDAE, PERCIFORMES) PRESENTES NO RIO APODI-MOSSORÓ, RN. |
Ana Luiza Gomes Bezerra 1 Danielle Peretti 2 Maria Aparecida Fernandes 1 Simone Almeida Gavilan Leandro da Costa 3 |
1. Bolsista PIBIC. Departamento de Ciências Biológicas - UERN 2. Profa. Dra./Orientadora - Departamento de Ciências Biológicas - UERN 3. Profa. Dra. - Departamento de Morfologia - UFRN |
INTRODUÇÃO: |
Dentre as populações ictiicas encontradas no rio Apodi-Mossoró, a de Cichla kelberi, se destaca por ser uma das espécies exóticas no local. É originária da região neotropical, e foi introduzida em diversas bacias hidrográficas da América do Sul (Kullander, 2006). Cichla kelberi caracteriza-se por alcançar grande porte e possuir importância econômica, pois sua carne é apreciada e além de interessante para a pesca esportiva. Entretanto, é um predador muito voraz alimentando-se de espécies forrageiras e jovens de outras espécies o que traz grandes prejuízos aos ecossistemas aos quais foi introduzido. Devido a estas peculiaridades é que se verificou a necessidade de conhecer a biologia da espécie e informações a respeito das características morfológicas e ecomorfológicas contribuem para o conhecimento de seu comportamento. Desta forma, os objetivos deste estudo foram: i) conhecer e descrever morfologicamente exemplares de Cichla kelberi, em especial as estruturas componentes do sistema digestório; ii) verificar posição, caracterizar e realizar contagem de estruturas componentes deste sistema e esquematizá-los sob câmara clara; iii) inferir através de análises morfológicas características comportamentais de Cichla kelberi neste ambiente. |
METODOLOGIA: |
Os exemplares foram capturados em trechos do rio Apodi-Mossoró e após foram etiquetados, acondicionados em caixas isotérmicas e transportados para o laboratório de Ictiologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. As análises foram feitas em indivíduos frescos. Após obtenção dos dados biométricos foram observados os seguintes aspectos: a posição da boca, a presença, forma e disposição dos dentes (boca e faringe), a forma, espaçamento e número dos rastros branquiais (primeiro arco do lado direito), a forma e posição do estômago, e a presença e número de cecos pilóricos. Para o intestino foi observada a quantidade de dobras e após desfazê-las, obteve-se o comprimento intestinal (Li) (estende-se desde a válvula pilórica até o reto), em centímetros. Foi também obtido o comprimento da cavidade visceral (Cv) (em centímetros). Sobre estes dados foram calculados o quociente intestinal (QI) (Angelescu & Gneri, 1949; Barbieri et al., 1994) e o coeficiente celomático (CC) (Angelescu & Gneri, 1949). Todas as medidas foram obtidas com o uso do paquímetro e as estruturas anatômicas do trato digestório esquematizadas sob câmara clara. Também foram obtidas 37 medidas quanto à morfologia externa, entretanto, apenas algumas foram discutidas. |
RESULTADOS: |
A partir da análise morfométrica, foi possível observar que a espécie possui o corpo alto e comprimido lateralmente. A nadadeira caudal é homocerca truncada, a nadadeira dorsal é subdividida em duas regiões, a anal é curta e flexível, a peitoral estreita, horizontal e localizada na região anterior do corpo e a pélvica situa-se logo abaixo da peitoral. Isto evidencia natação de grande velocidade, guinadas rápidas e configuração própria de peixes de ambientes de canais ou rios, eficientes em realização de manobras. A boca é terminal, protrátil e com lábios finos. A cavidade bucal é resistente e musculosa A maxila superior possui três fileiras e a inferior duas fileiras de dentes inclinados para dentro e concentrados na porção central da maxila superior. Possui faringe triangular com dentículos. Com quatro arcos branquiais cujos rastros ósseos em forma de espinhos localizam-se no primeiro arco. Tais características têm por finalidade evitar a fuga da presa e possíveis injúrias na cavidade oral do predador. O estômago é reto e com musculatura elástica para acomodar a presa. Quanto ao intestino, este é curto e, em média, possui duas voltas. O QI (1,07) e o CC (0.37) contribuíram para indicar o habito carnívoro da espécie. |
CONCLUSÃO: |
Pode-se inferir que C. kelberi possui um comportamento de caçador/ predador devido a todo o seu aparato de natação e o seu sistema alimentar totalmente adaptado para uma dieta carnívora/ piscívora. |
Instituição de Fomento: Programa de bolsas de iniciação científica. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - PIBIC/CNPq |
Palavras-chave: tucunaré, morfologia, rio Apodi-Mossoró. |