62ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional |
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE), UMA REALIDADE PREOCUPANTE NO OESTE POTIGUAR |
Oziel Tardely Sousa Farias 1 Marize Claire de Lima Melo 1 Rosynara da Silva Oliveira Sales 1 Fernanda Aparecida de Queiroz Lima 1 Vinícius Carlos de Oliveira Amorim 1 Pablo de Castro Santos 2, 1 |
1. Universidade Potiguar 2. Universidade Federal Rural do Semi Árido |
INTRODUÇÃO: |
A saúde no Brasil apresenta um perfil epidemiológico marcado pela heterogeneidade. Esta pode ser basicamente explicada pela distribuição desigual da riqueza, dificuldade de acesso aos avanços científicos e tecnológicos e condições desiguais de desenvolvimento humano inter e intra-regional. Nos últimos anos tem se observado um aumento de óbitos por doenças do aparelho circulatório, dentre as quais se destaca o Acidente Vascular Encefálico (AVE). O AVE origina-se pelo déficit neurológico súbito no sistema nervoso central, sendo caracterizado como Isquêmico (AVEi) ou Hemorrágico (AVEh). O AVEi ocorre devido a uma estenose progressiva na luz do vaso, causando obstrução parcial ou total destes no encéfalo, podendo ser provocado por um êmbolo, trombo ou formação aterosclerótica. Já o AVEh consiste de um extravasamento sanguíneo através do vaso, podendo haver aumento da pressão intracraniana, edema cerebral, entre outros. Os dados no Brasil são preocupantes em relação a este problema, em 2008 o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou cerca de 200 mil internações por AVE. Desse total, 33 mil casos evoluíram para óbito. O presente estudo tem como objetivo identificar os casos de AVE na cidade de Mossoró-RN entre os anos de 2007 e 2010 e verificar a relação casos/sexo/faixa. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa teve início em 2007 no Município de Mossoró e apresentou caráter quanti-qualitativo. A metodologia estatística empregada foi de variável quantitativa discreta e variável qualitativa ordinal, os dados foram anotados em uma ficha pesquisa contendo a identificação geral do paciente, patologia, faixa etária e sexo para posterior compilação a partir dos prontuários apresentados pela equipe do Serviço de Arquivo Médico (SAME) do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), foram realizadas também discussões com a equipe multidisciplinar deste. O grupo de pesquisa deslocou-se para o hospital, onde foi feita a catalogação dos prontuários de usuários de toda mesorregião do oeste potiguar, contendo as informações anotadas entre janeiro de 2007 e março de 2010, por conseguinte foi feita a compilação dos dados. |
RESULTADOS: |
Podemos verificar que 18,29% dos pacientes foram acometidos por AVE em um universo de 2301 pesquisados. Foi observada a relação da doença/sexo, onde 51,86% foram homens e 48,14% mulheres, apresentando uma similaridade de ocorrência em ambos. Houve uma pequena representação na faixa do 0 aos 20 anos com 0,96%, logo em seguida veio a faixa de 21 a 40 anos com 4,99% e a de 41 a 60 anos com 17,57%. De 81 a 100 anos foi representado com 23,04% dos casos. A faixa etária com maior número de casos ocorreu entre 61 a 80 anos, o sexo feminino apresentou 26,37% dos casos, já o masculino apresentou 27,07%, somando-se 53,44% do total de casos verificados. Analisando esta faixa de maior incidência podemos afirmar que a cada 100 atendimentos que deram entrada no Hospital Regional Tarcísio Maia 9,78 pacientes foram acometidos por AVE. Vale ressaltar que a quantidade maior de casos relacionados entre 61 e 80 anos pode estar relacionado a uma condição fisiológica menos favorável, além de um maior tempo de exposição aos fatores de risco. |
CONCLUSÃO: |
Apesar das dificuldades encontradas para o tipo de estudo, o mesmo fornece informações importantes para o prognóstico em curto prazo para os pacientes acometidos de AVE. Podemos estabelecer um perfil de pacientes acometidos com AVE, verificamos a relação da doença/sexo/faixa etária em Mossoró e também podemos concluir que na cidade existe um elevado índice da doença em questão. Visto isso, torna-se necessário à divulgação e discussão com as autoridades e comunidade na perspectiva da mitigação dos índices visando uma melhor qualidade de vida e promoção à saúde. |
Instituição de Fomento: PROBEX/PROBIC - Universidade Potiguar |
Palavras-chave: AVE, Epidemiologia, Oeste Potiguar. |