62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 2. Engenharia de Pesca
ESTUDO DA SELETIVIDADE DE APETRECHOS DE PESCA NA CAPTURA DE TAINHA (Mugil sp.) NO ESTUÁRIO DO RIO MUNIM - ICATU - MA.
Ailana Cristina Ribeiro Alves 1
Rafaela Cristina Amorim e Amorim 1
Anrdea Azevedo Cutrim 2
1. Depto. de Engenharia de Pesca, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
2. Profª/Orientadora. Laboratório de Biologia Aquática. UEMA
INTRODUÇÃO:

A economia de Icatu tem por base a pesca artesanal no estuário do rio Munim, os mugilidae (conhecidos como tainha) encontram-se em ampla distribuição geográfica de águas tropicais e subtropicais na região da costeira do Maranhão. 

A tainha é de importância comercial e pode chegar atingir 1m de comprimento e 6kg de peso, mas comuns exemplares de 50 cm. É variável de um ano para o outro, sendo extremamente dependente das condições ambientais.Nesta perspectiva, o presente trabalho teve por finalidade analisar a influência da seletividade das redes de malha na pesca artesanal desse pescado nessa localidade.A pesca artesanal, hoje, desenvolvido em Icatu, é muito arcaica em virtude da falta de assistência governamental. Observamos que a colônia de pescadores é formada por 100% de homens e dentre as embarcações utilizadas destacam-se a biana e a canoa com proporção a remo ou a motor, há bianas do tipo abertas com vela curicaca; biana fechada e canoas com comprimento/capacidade de 15 pés (4,55m-250kg de capacidade) ou 17pés (5,20m-350kg de capacidade). As áreas de coletas ocorreram nas mediações do Rio Munin, Canal Tanduba e próximos aos mangues da região de Icatu.O monitoramento da pesca terá sua continuidade com uma avaliação definitiva sobre as artes de pesca utilizadas.

METODOLOGIA:

O presente trabalho foi realizado nos meses de setembro e dezembro de 2009, no estuário do Munim, no município de Icatu, localizado 2°46'32"S   44°3'13"W (messoregião norte do estado do Maranhão, distante a cerca de 115 km da capital São Luís), durante o  período de estiagem, ou seja, no abaixamento máximo das águas. O princípio deste estudo ocorreu a partir do levantamento das características da pesca na região, e para a captura dos peixes foram feitos dois arrastos de 30 minutos, durante o período da maré vazante e sizígia, sendo utilizadas as redes de malhar e a tarrafa. Ao mesmo tempo foram realizadas pesquisas bibliográficas e coletas de dados secundários. Para a coleta dos dados obtidos em campo, optou-se pela seguinte metodologia: I-Aplicação de entrevistas através de questionários (no total de 51); II-Aquisição de fotografias dos apetrechos de pesca; III-Acompanhamentos de embarque e desembarque da captura da Tainha (Mugil sp.) no porto de Icatu.Para complementação de dados foi feita uma pesquisa bibliográfica aprofundada do estuário.

RESULTADOS:

Foram entrevistados 51 pescadores composto por homens (100%), e dentre as embarcações utilizadas, destacam-se a biana e a canoa com proporção a remo ou a motor. As bianas dos tipos abertas com vela curicaca e fechadas. As canoas com comprimento/capacidade de 15 pés (4,55m-250kg de capacidade) ou 17pés(5,20m-350kg de capacidade).

As áreas de coletas ocorreram nas mediações do Rio Munin, Canal Tanduba, próximos aos mangues da região de Icatu. Para captura da tainha (Mugil sp.) os pescadores utilizam tarrafa e rede de malha. Dessas duas artes de pesca, a primeira se realiza da seguinte maneira: a tarrafa, apesar de ser lançada individualmente, pode mobilizar mais de um pescador quando operada em canoa, nesse caso requer um acompanhante para controlar a embarcação. A realização desta atividade é feita com rede de mão, antes tecida com fio de algodão simples ou dobrada, linha torçal, barbante, fio de gravatá ou tucum, atualmente fio de nylon. As redes de malha se constitui por tamanhos variados para atender o pescado desejado. 
CONCLUSÃO:

A partir das pesquisas de estudo de campo, observamos que a caracterização da pesca artesanal de Icatu apresenta problemas relacionados à falta de informação, orientação técnica e alternativas de renda para os pescadores. E que apesar da abundância de espécies de peixes da região, a deficiência da estrutura da extração e comercialização dos produtos da pesca condicionam a frágil perspectiva de desenvolvimento para o setor pesqueiro local. Ligando-se à falta de consciência ambiental da própria população e carência de saneamento básico (como esgotamento sanitário), contribuem para a predação e poluição do rio. A tendência é que futuramente haja uma diminuição marcante da quantitade de espécies de peixes típicas da região caso medidas reversíveis não sejam tomadas.

Palavras-chave: Pesca artesanal, Tainha, Icatu.