62ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial |
PROGRAMAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA ATUAÇÃO COM A DIVERSIDADE DOS ALUNOS. O QUE DIZEM OS PROFESSORES? |
Maria Cileide dos Santos Menezes 1 Mirela Granja Vidal Monteiro 1 Lúcia de Araújo Ramos Martins 2 |
1. Departamento de Eduação - UFRN 2. Prof.ª Dr.ª/Orientadora - Departamento de Educação - UFRN |
INTRODUÇÃO: |
A Constituição Federal do Brasil, desde 1988, garante igualdade de condições a todos para o acesso à escola, sem qualquer tipo de discriminação em relação às pessoas que apresentam Necessidades Educacionais Especiais (N.E.E.), vinculadas ou não a deficiências. A escola passa a ter, então, um desafio que é o se adequar às necessidades educacionais especiais do aluno, o que requer do professor um repensar da sua prática para atuar, de maneira adequada, com a diversidade dos alunos. O movimento pela inclusão de alunos com N.E.E., em escolas regulares, embora apoiado em leis e documentos oficiais, não tem acarretado mudanças significativas na escola, sendo indispensável - entre outros aspectos - um sério investimento na formação dos professores, com vistas a assegurar condições de acesso e permanência na escola para tais alunos. Nesse sentido, procuramos analisar como vem se processando a formação continuada de professores que atuam com alunos com necessidades educacionais especiais, em escolas das redes pública e privada de Natal/ RN, por meio do projeto "Avaliação de programas de formação continuada de docentes para o atendimento inclusivo de alunos com necessidades educacionais especiais", desenvolvido no período de 2006 a 2008. |
METODOLOGIA: |
Buscando alcançar o objetivo proposto, tornou-se necessário adotar a pesquisa de campo como procedimento metodológico, por meio da qual o pesquisador vai ao espaço onde o fenômeno ocorre ou ocorreu e reune as informações a serem documentadas. Para tanto, como instrumento para a construção dos dados foi utilizado o questionário, envolvendo uma série de perguntas fechadas e abertas, apresentadas por escrito aos sujeitos pesquisados, buscando conhecer: a respeito de sua visão sobre as pessoas com necessidades especiais e seu processo educativo; se receberam orientação para atuar em classes inclusivas; em caso afirmativo, como vem se processando esta orientação, quem promoveu e como se estruturam os cursos e eventos dos quais participaram; como analisam as atividades formativas empreendidas e o nível das informações recebidas; quais as sugestões que fazem para o aprimoramento da formação continuada; quais os resultados práticos dessa formação, em relação à atividade docente. |
RESULTADOS: |
Os dados coletados corresponderam a 329 profissionais que, em sua maioria, são do sexo feminino, possuem entre 16 e 30 anos de atuação no magistério, em escolas públicas e privadas, têm formação em nível superior, predominantemente em Pedagogia (52%) e Letras (15%). Desses profissionais, apenas 38% buscaram aperfeiçoamento através de cursos de pós-graduação, em nível de especialização, sendo que 25% na área de Educação. Dos profissionais, 84% atuam ou atuaram com alunos que apresentam N.E.E., mas apenas 67% afirmaram ter recebido orientação para uma melhor atuação com esse alunado, através de cursos de atualização ou especialização, seminários, ciclos de palestras, entre outras atividades. Observamos, ainda, que há grande expectativa dos docentes a respeito dos programas de formação continuada com vista ao atendimento inclusivo. A maior parte dos sujeitos (60%) destaca que os alunos com deficiência devem ser escolarizados em classes regulares, recebendo, porém, apoio especializado. Os docentes reconhecem que, embora os programas de formação continuada apresentassem limitações, proporcionam: mudança de percepção frente aos alunos com N.E.E., orientações sobre estratégias que possam se adequar à situação vivenciada em classes e contribuições para a melhoria do processo inclusivo. |
CONCLUSÃO: |
Consideramos que os dados construídos a partir dessa pesquisa possibilitou uma reflexão sobre formação continuada empreendida com professores da rede pública e particular de ensino, da cidade de Natal/ RN, destacando: o valor da orientação efetiva àqueles profissionais que estão em atuação no sistema de ensino; da troca de experiências entre docentes; a importância da busca de novos conhecimentos e da reflexão sobre a prática, visando uma melhor atuação com a diversidade do alunado. Isso porque os docentes reconhecem que - embora os cursos e eventos empreendidos apresentem limitações - há uma contribuição da formação continuada empreendida, em decorrência de proporcionar o aumento da busca de estratégias, de mudanças de opinião frente aos estudantes com necessidades educacionais especiais e de situações vivenciadas em classes, contribuindo para a melhoria do processo de inclusão escolar. Urge, portanto, um investimento cada vez maior na formação dos profissionais de educação, que se encontram em atividade nas instituições escolares, com vistas ao constante aperfeiçoamento da educação, na perspectiva inclusiva. |
Instituição de Fomento: CNPQ |
Palavras-chave: Formação continuada, Educação, Inclusão escolar. |