62ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal |
AVALIAÇÃO DA DINÂMICA EM 26 ANOS DAS 10 ESPÉCIES MADEIREIRAS MAIS EXPLORADAS EM ÁREA DA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS-PA |
Leonardo Pequeno Reis 1 Ademir Roberto Ruschel 2 Hirailene Cristina da Cruz Barros 1 Wheriton Fernando Moreira da Silva 1 Diana Soares Bentes 1 Josele Lopes de Sousa 1 |
1. Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA 2. Embrapa Amazônia Oriental/CPATU |
INTRODUÇÃO: |
O manejo florestal ocasiona alterações na estrutura e dinâmica das florestas, almejando à sustentabilidade da exploração e objetivando a retomada da exploração na mesma área em um determinado intervalo de tempo, busca-se nas florestas tropicais conhecer a dinâmica da recuperação para assim estimar com maior precisão o intervalo e a intensidade da colheita florestal. Destaca-se a falta de suporte de pesquisas básicas para uma melhor compreensão dos aspectos ecológicos, inerentes ao processo de recuperação de uma floresta manejada para os próximos ciclos de corte e carências de experiências práticas de manejo florestal. Na tentativa de compreender o comportamento da estrutura florística após exploração, principalmente das espécies contempladas no primeiro corte, a análise fitossociológico e o monitoramento em parcelas permanentes (inventário contínuo) são ferramentas imprescindíveis que auxiliam no entendimento da dinâmica sucessional florestal, garantido que o manejo florestal promova a sustentabilidade ecológica. Portanto o trabalho objetiva avaliar a dinâmica de 10 espécies com maior volume explorado na Floresta Nacional do Tapajós-PA em um período de 26 anos. |
METODOLOGIA: |
A área de estudo está localizada na Floresta Nacional do Tapajós, à altura do km 67 (55° 00' W, 2° 45' S) da Rodovia BR-163-PA. Abrange o bioma Amazônia e a tipologia é Floresta Ombrófila Densa de terra firme. Na área de estudo (64ha), em 1975, foi realizado um inventário a 100% das espécies madeireiras com DAP≥ 15cm e, posteriormente, em 1979 foi realizada uma exploração de 64 espécies madeireiras com DAP ≥45cm, as quais acumularam um volume explorado de 72,5 m3 ha-1. As espécies com maior volume explorado foram Hymenaea courbaril L., Carapa guianensis Aubl., Manilkara huberi, Lecythis lurida (Miers) S. A. Mori., Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl., Astronium lecointei Ducke, Goupia glabra Aubl., Virola michelii, Erisma uncinatum Warm. e Terminalia amazonia (J. F. Gmel) Exell, que representaram 47,4% do volume total explorado. Em 1981 foram instaladas, aleatoriamente, 36 parcelas permanentes (0,25 ha) na área de estudo, totalizando uma amostra de nove hectares. Nessas parcelas, todas as plantas com DAP≥ 5cm foram registradas, onde ocorreram sete remedições (1982, 1983, 1985, 1987, 1992, 1997 e 2007). Foram feitas análise da densidade (árvores ha-1), dominância (m2 ha-1), volume (m3 ha-1) e crescimento periódico anual (IPA), para o ranking das espécies com maior volume explorado. |
RESULTADOS: |
Em relação ao conjunto das 10 espécies mais exploradas, o monitoramento em período de 26 anos detectou um aumento na densidade (69%) e dominância (72%) dessas. Destacaram-se em densidade e dominância, respectivamente, V. michellii (255% e 74%), B. excelsa (244% e 366%), G. glabra (62% e 8%), E. uncinatum (51% e 220%), T. amazonia (33% e 100%) e L. lurida (14% e 54%), do contrário, não obtiveram o mesmo comportamento em densidade, as espécies M. huberi (-17%), H. courbaril (-15%), C. guianensis ( 6%) e A. lecointei (0%). Observa-se que essas espécies foram favorecidas com a abertura do dossel florestal ocacionada pela colheita das árvores. Em relação ao IPA em diâmetro (DAP) e dominância para toda a comunidade florestal remanescente (1981-2007) foram, respectivamente, 3mm /ano e 0,5m2 ha-1/ano, no grupo das 10 espécies, as espécies que mais se destacaram foram E. uncinatum (9mm/ano), B. excelsa (7mm/ano), T. amazonia (5mm/ano) e H. courbaril (4,5mm/ano), embora, C. guianensis (3,9mm/ano) e V. michellii (3,6mm/ano) tem apresentado menor incremento DAP, foram as espécies dominantes, isso por possuírem maior densidade de indivíduos, respectivamente, 17,6 e 39 indivíduos ha-1. |
CONCLUSÃO: |
No grupo das 10 espécies mais exploradas na área a dinâmica de 26 anos de monitoramento sobre o estoque remanescente detectou-se: - Decréscimo da densidade para a espécie M. huberi , H. courbaril e C. guianensis. - Aumento da densidade e dominância as espécies V. michellii, B. excelsa, G. glabra, E. uncinatum, T. amazônia e L. lurida. - As 10 espécies apresentaram incremento periódico anual superior a média da comunidade florestal. - Sugere-se que a colheita das essências florestais deve ser planejada em conformidade ao grupo ecológico das espécies. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq/BIPIC e Embrapa Amazônia Oriental (Pj. Floresta em Pé). |
Palavras-chave: Crescimento periódico anual, Dinâmica florestal, Exploração florestal. |