62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
ESTUDO DAS CONCEPÇÕES SOBRE TERMOLOGIA DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL.  
Rafael dos Santos 1
Aline Sá do Espírito Santo 1
José Carlos Xavier da Silva 1
Máira Costa Santos 1
Paula Rocha Pessanha 1
1. Universidade do Rio de Janeiro, Instituto de Física/ UERJ- IF
INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO: Os portadores de necessidades especiais visuais já são encontrados nas classes das unidades escolares regulares e o ensino de Física também será destinado a esses alunos. Com isso, aumentou a necessidade de planejar qual seria o meio de ensinar a Física contendo a fidelidade dos conteúdos sem prejudicar os demais alunos das classes e de forma a proporcionar um entendimento do significado de cada conceito. Na ausência da visão os outros quatro sentidos (audição, paladar, tato e olfato), tornam-se mais sensíveis. O tato, na perda da visão é o meio mais fácil que os portadores de necessidades especiais visuais encontraram para distinguirem e se orientarem em relação ao mundo. Pensando nisso, estudamos os conceitos de condutividade térmica e temperatura de alunos portadores de necessidades especiais visuais inseridos no ensino médio. A partir de um melhor entendimento sobre os conceitos assimilados por esses alunos poderemos proporcionar um maior estímulo ao processo de aprendizagem desses estudantes, diminuindo assim as dificuldades no modo em que a formação desses conceitos é estruturada.

METODOLOGIA:

METODOLOGIA: Num primeiro momento, foi montado e apresentado um aparato experimental que consistia em três potes plásticos contendo água em diferentes temperaturas (um a temperatura ambiente, outro a baixa temperatura e o terceiro com água quente), dentro de sala de educação especial, frequentada pelos alunos com deficiência visual. Em seguida, os alunos foram estimulados a manipular o experimento apresentado. Num segundo momento, foi apresentados um copo com água gelada contendo três materiais distintos (placa fina de metal, uma placa fina de madeira e uma placa fina de plástico). Após a manipulação, os alunos foram indagados acerca das sensações obtidas, além de questionados sobre a conclusão que teriam sobre o experimento, sobre o uso da sensibilidade na determinação da temperatura corporal de um indivíduo, e sobre condutividade térmica. As respostas dadas pelos alunos, assim como todos os procedimentos, foram gravados em áudio e posteriormente transcritas de forma íntegra, com o intuito de verificar as concepções sobre sensações térmicas, calor e temperatura, e compará-las aquelas já apresentadas anteriormente por outros autores, cujos sujeitos de pesquisa foram alunos que enxergavam.

RESULTADOS:

RESULTADOS: Foram analisados doze alunos, sendo a grande maioria completamente cega. Estes estudantes eram pertencentes às três séries do Ensino Médio de uma unidade de ensino regular. Em relação ao primeiro experimento, as respostas obtidas se apresentavam em totalidade de forma apenas descritiva sobre as sensações obtidas. Do total de alunos, apenas dois conseguiram apresentar o corpo como uma fonte térmica, além de considerar a necessidade da utilização de um termômetro para verificação da temperatura de um corpo. No segundo experimento foi observado que todos os alunos mencionam que o metal fica mais "gelado" em relação ao plástico e à madeira. Os estudantes que compõem o grupo de estudo conseguem explicar o fenômeno demonstrado, porém, não conseguem associar o que é observado à condutividade térmica.

CONCLUSÃO:

CONCLUSÃO: A partir da análise das transcrições, foi observado que não há diferenças substanciais entre os públicos a quem se deve ensinar física no que diz respeito à capacidade de compreensão. Uma concepção também presente nos sujeitos pesquisados e freqüentes nos estudantes que enxergam, é certa indissociação entre temperatura e calor, ou seja, calor é quando um corpo está aquecido, faz calor quando a temperatura está alta. Isso também é descrito por Mortimer: "É a linguagem cotidiana ocupando o espaço do gênero discursivo científico em um momento errado e sem discriminação". Esse tipo de atividade pode ser utilizado em sala de aula contendo ou não alunos com deficiência Visual.

Instituição de Fomento: : Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ.
Palavras-chave: Ensino de Física, Deficiência Visual, Termologia.