Estudo monográfico com o objetivo de analisar a prática pedagógica quanto ao ensino de artes visuais na educação infantil, reflete-se sobre o  percurso histórico deste ensino, as várias correntes pedagógicas que o influenciaram até os dias atuais.Este estudo tem como foco a arte como uma área do conhecimento.São utilizadas como fonte bibliográfica teóricas como BARBOSA, FERRAZ e FUSARI , complementada  pelas orientações didáticas do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil-RECNEI e os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (PCN's).

Realizou-se pesquisa de campo, tendo como metodologia um estudo de caso, procedendo-se o recorte da realidade da UEB Criança Feliz, instituição de Educação Infantil situada no São Francisco - Ilhinha em São Luís- Maranhão.Realizaram-se observações e entrevistas com educadores da escola com vistas a identificar as formas de exploração das artes visuais no contexto da Creche e Pré - Escola. O universo de professores da escola era de 14 professores onde  por amostragem 12 foram entrevistados nos turnos matutino e vespertino da U.E.B Criança Feliz. Aplicaram-se questionários com perguntas abertas e registraram-se as observações das práticas a fim de proceder a análise levando em conta as seguintes categorias de análise: concepção de criança e de arte; metodologia de ensino da arte; avaliação das produções das crianças.

Percebeu-se que teoricamente há um entendimento sobre a dimensão da arte na escola, a maioria (84,7%) respondeu que as artes visuais é uma área do conhecimento voltada para o conhecimento da arte,contudo, suas práticas não condizem com o que afirmam, uma vez que demonstram uma prática superficial,dado que observou-se que as professoras trabalhavam as atividades de arte na escola de acordo com o calendário das datas comemorativas. Barbosa (2005) critica o ensino de arte associado somente ao fazer artístico aliado às datas comemorativas, precisa ser voltado para a metodologia triangular que alia a leitura de imagens, a história da arte e a releitura das obras. A concepção errônea do que seja arte advém da própria formação frágil dos profissionais que lidam com arte, isso é uma questão histórica, arte sempre foi diminuída diante das outras disciplinas. Vê-se também uma visão tradicional quanto ao ensino da arte centrada na figura do professor, onde o aluno pouco tem valorizada a sua produção. A escola ainda utiliza o desenho mimeografado  (37%) como principal recurso nas aulas de arte. Ferraz e Fusari (1999) afirmam que professores que centram seu ensino de arte em desenhos já prontos para os alunos pintarem, pouco interferem de modo efetivo no seu desenvolvimento.

As artes visuais na educação Infantil configuram-se como formas de comunicação e expressão e são também, formas de linguagem através das quais as crianças mostram seu jeito de ser e interpretar o mundo, integrando os aspectos sensíveis, afetivos e intuitivos, além de promover a interação. Apesar dos vários avanços teóricos tidos no campo educacional em relação ao ensino de arte, ainda persiste um estudo centrado numa concepção tradicional do que seja arte, seja por falta, ainda, de conhecimentos por parte do professor, seja por um conhecimento teórico que se respalda na prática pedagógica que ainda mantêm uma visão equivocada, fruto de uma formação cheia de lacunas, pois é relativamente recente nos Cursos de Pedagogia aqui no Maranhão uma disciplina voltada para o ensino de artes. Infelizmente, muitas crianças não têm suas produções valorizadas e nem são estimuladas no seu fazer artístico, o que mais tarde se reflete em expressões como não sei desenhar, isso é muito difícil, privar o aluno em formação dos conhecimentos estéticos e artísticos é negar-lhe algo que lhe é de direito.