62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
DENGUE: VISTORIA NA COMUNIDADE ESCOLAR
Kátia Cilene Simões Cavalcanti Salgado 1
Arkeley Xênia Sousa da Silva 2
Sunny de Almeida Pacheco 2
Rute Alves de Sousa 3
1. Prof. Mestre - Secretaria Municipal de Educação de Natal / RN
2. Secretaria Municipal de Educação de Natal / RN
3. Profa. Dra / Orientadora - Secretaria de Educação a Distância - SEDIS / UFRN
INTRODUÇÃO:
A dengue é uma doença infecciosa que se dissemina em várias partes do país e a forma de combate mais eficaz é a eliminação dos focos de criação do mosquito transmissor. Todavia, o descaso da população e a falta de política eficaz dos governantes dificultam a eliminação destes focos que só ocorrerá com o empenho e participação de todos. Durante os últimos dois anos foram registrados inúmeros casos de alunos, professores e funcionários infectados com o vírus da dengue na Escola Municipal Prof. Terezinha Paulino de Lima em Parque dos Coqueiros na cidade de Natal / RN. Diante disso, a comunidade escolar se mobilizou para realizar atividades dentro e fora dos muros da instituição com o objetivo de desenvolver postura mais ativa no combate ao mosquito transmissor. Tais atividades foram coordenadas pela equipe de professoras de Ciências que tinham como objetivo principal fornecer aos alunos subsídios para que os mesmos fossem capazes de atuar como multiplicadores dos conhecimentos assimilados.
METODOLOGIA:
A realização do trabalho na Escola Municipal Professora Terezinha Paulino de Lima se deu em dois grandes momentos: Inicialmente, alunos e professores participantes fizeram leituras de textos sobre dengue, e também discussões e oficinas com o intuito de sistematizar as informações sobre o assunto. Depois foram realizados dois mutirões para inspecionar os ambientes dentro e fora da Instituição Escolar. O mutirão 1 aconteceu dentro e ao redor do espaço físico da escola em setembro de 2009 e no mutirão 2 foi realizado fiscalização de algumas residências do bairro e visitas a terrenos baldios em novembro de 2009. Estes mutirões envolveram cerca de 40 alunos matriculados nas séries de 6º ao 9º ano, 1 ex- aluna, 4 professoras da disciplina de Ciências Naturais e 2 agentes de saúde residentes e atuantes na comunidade. Nas oficinas foram utilizados textos, livros, revistas e panfletos existentes na biblioteca escolar e outros materiais trazidos pelos professores. Os dados coletados foram registrados em planilhas padronizadas de acordo com o material de pesquisa dos agentes de saúde e também através de fotografias. Durante as duas etapas foram realizadas ações, como a coleta do lixo encontrado e panfletagem de material informativo.
RESULTADOS:
Observou-se intensa participação dos alunos nas oficinas, fato que pode ser comprovado pela produção deles. Tais como: elaboração de panfletos, histórias em quadrinhos, cartazes e listas de sugestões para solucionar o problema. Entretanto, durante a inspeção escolar verificou-se que os alunos continuaram a manter os mesmos comportamentos. Este fato foi constatado pela quantidade de lixo encontrado no mutirão (sacos de pipocas, de salgadinhos de picolés, embalagens de pirulito, de confeitos, folhas de caderno, copos, garrafinhas). Esta situação mostra que comportamentos arraigados são difíceis de serem modificados. Além do lixo, identificaram-se locais de vazamentos e acúmulo de água nas dependências da escola que poderiam servir para proliferação do mosquito transmissor. No segundo mutirão, quando os estudantes saíram das dependências escolares, mostraram-se atentos as orientações das agentes de saúde. Contudo, observou-se que moradores da região tinham certos cuidados para evitar a presença de focos do mosquito. Isso pode ser explicado pelas intensas campanhas realizadas. Todavia, este cuidado era limitado ao ambiente interno, pois encontraram lixo em terrenos baldios, próximos as residências visitadas que poderiam servir como criadouro do mosquito.
CONCLUSÃO:
Essa iniciativa mostrou que é possível mobilizar, envolver e despertar os alunos para trabalharem em prol da comunidade. Além disso, os estudantes mostraram que tem potencial e capacidade de buscar soluções para os problemas enfrentados. Embora, determinados comportamentos tenham sido mantidos dentro do ambiente escolar verificou-se redução das práticas inadequadas com relação ao descarte do lixo, com maior utilização das lixeiras. Os moradores do bairro mostraram que possuem conhecimentos e comportamentos adequados para o combate a dengue. Apesar do aumento do número de casos de dengue entre alunos e professores da Instituição, não foram identificados focos do mosquito durante a pesquisa. Alguns alunos mostraram-se interessados em realizar trabalhos semelhantes ao dos agentes de saúde. Estes alunos poderão ser orientados para desenvolverem, junto aos colegas, um trabalho permanente de combate ao mosquito transmissor.
Palavras-chave: Dengue, Ambiente, Lixo.