62ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica |
BLENDAS DE PLLA/PCL-TRIOL: ESTUDO IN VIVO |
Mauricio Kazuyoshi Minata 1 Eliana Aparecida de Rezende Duek 2 |
1. Centro de Ciências Médicas e Biológicas - PUC-SP 2. Depto. De Fisiologia - Centro de Ciências Médicas e Biológicas - PUC-SP |
INTRODUÇÃO: |
Polímeros bioreabsorvíveis são compostos que se degradam e que, através de rotas metabólicas do organismo, são totalmente eliminados (sem efeitos colaterais residuais). Desde a década de 1960, estes materiais têm sido utilizados na área médica e odontológica, em um amplo número de aplicações no corpo humano, tais como suporte na engenharia de tecidos, dispositivos ortopédicos, stents, sistema para liberação controlada de drogas e suturas cirúrgicas. Tudo isto, graças às suas propriedades de biocompatibilidade, dissolução no interior de organismos e propriedades mecânicas adequadas a tais aplicações. Os polímeros podem ser combinados em diferentes proporções formando misturas denominadas blendas, as quais podem resultar em novos materiais com propriedades superiores aos seus componentes puros. Neste estudo, foram utilizadas blendas de PLLA/PCL-triol (na proporção em massa de 90% PLLA/ 10% PCL-triol), sendo aplicadas no tecido subcutâneo de ratos para análise de interação histológica. |
METODOLOGIA: |
Neste estudo, foram utilizados 21 ratos Wistar com três meses de idade e 300g de peso. Após 2, 7, 15, 30, 60, 90 e 180 dias de implante, a blenda foi removida junto com o tecido adjacente (foram utilizados três ratos para cada tempo, com dois implantes cada). Os ratos foram anestesiados com Ketamina 10% (100mg/kg) e Cloridrato de Xylazina 2% (6mg/kg). Em seguida, foi feita a tricotomia do dorso e duas incisões laterais com inserção das amostras. Posteriormente, fizeram-se as suturas com fio de Nylon 5-0 e assepsia com álcool iodado na superfície da pele. No ato de retirada da amostra, fez-se a tricotomia do dorso, seguida de sacrifício dos animais. Os ratos foram anestesiados com Xylazina e Ketamina, procedimento seguido de aprofundamento anestésico com Tiopental sódico (0,6 ml), aplicado no peritônio. Logo após, foi retirado um segmento do tecido abrangendo toda a região do implante. O Material obtido foi processado e corado com hematoxilina e eosina (HE). Foi feita a análise histológica através de microscopia de luz, avaliando a reação inflamatória, a biocompatibilidade e o tempo de degradação da blenda. |
RESULTADOS: |
Com 2 dias de implante, nota-se infiltrado inflamatório e edema na amostra do tecido, isto ocorre devido ao procedimento cirúrgico. Também é observada a presença de vasos congestos. Quanto à blenda, os arredores encontram-se envoltos por uma rede de fibrina não organizada. Além disso, há presença de alguns macrófagos. Após 7 dias, a cápsula de fibrina apresenta-se organizada e com fibrose; ela é composta de fibroblastos, fibrócitos, fibras colágenas e capilares. Há um grande número de macrófagos, os quais são de suma importância na resposta do organismo ao implante. A partir do 15° dia, nota-se a presença de células gigantes do tipo corpo estranho. A cápsula que envolve a blenda torna-se mais espessa com o tempo de implante, com poucas alterações a partir de 15 dias. O polímero apresenta redução gradual do seu tamanho, sendo mais notável após 180 dias, no aspecto macroscópico. |
CONCLUSÃO: |
O material implantado apresentou resultado satisfatório. A reação inflamatória no procedimento deve-se ao ato cirúrgico e à presença da blenda (com discreta contribuição). O polímero de PLLA/PCL-triol, mostrou-se resistente, pois mesmo após 180 dias, ainda estava presente. Esta característica pode ser vantajosa em casos que o material deva permanecer no organismo por um longo período. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico - CNPq |
Palavras-chave: Polímeros, PLLA, PCL-triol. |