62ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior |
O NÍVEL DE COGNIÇÃO DOS UNIVERSITÁRIOS SOBRE A BIOTECNOLOGIA |
Arthur Ferreira de Oliveira 1 Cyntia Stella Porfírio Dias 1 Cláudia Cristina Brito Pessoa 1 Luciana Reis Maia 1 |
1. Universidade do Estado do Pará - UEPA |
INTRODUÇÃO: |
A biotecnologia está inserida na sociedade há muitos anos, através de inúmeras pesquisas e estudos feitos em prol da humanidade. Entretanto muitos, entre os principais, estudantes universitários julgam conhecer o tema em si, porém quanto ao seu conceito ou até mesmo discussões sobre o assunto encontram dificuldades. Segundo a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), de 1992, estabelece como "biotecnologia" qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes para produzir ou modificar produtos ou processos para usos específicos. Observando a importância da biotecnologia nas áreas da saúde, agricultura e economia principalmente, os trabalhos divulgados são em geral de cunho científico, técnico ou empresarial, ou seja, não há preocupação com a educação. Desta forma foi feito o uso de questionários com perguntas discursivas e objetivas a fim de avaliar o nível de conhecimento a cerca do tema dentro das universidades. Afinal futuramente estudantes de nível médio e superior terão poderes para decidir sobre essas questões e nada mais coerente prevenir atitudes errôneas por parte da população. |
METODOLOGIA: |
Inicialmente foram formuladas nove questões das quais quatro eram objetivas e cinco discursivas. Os questionamentos objetivos assumiram um caráter informativo sobre idade, instituição universitária, sexo e meios de comunicação. Não foi solicitado o nome dos entrevistados por motivos éticos. As demais questões subjetivas concentraram-se no aspecto geral e específico da biotecnologia, sendo solicitada abordagem conceitual, posicionamento favorável ou não sobre o tema e justificativa. Posteriormente o grupo se dividiu para iniciar a aplicação do questionário. A estratégia utilizada foi investigar três universidades públicas do Pará, conseguindo um mínimo de quinze alunos por sala cursando pelos menos o segundo semestre de cada curso. Os cursos escolhidos pelos pesquisadores foram aqueles que de alguma forma a biotecnologia está inserida. Um pesquisador ficou responsável pela Universidade Federal do Pará com o objetivo de aplicar o questionário nos cursos de licenciatura e bacharelado em biologia, outro pesquisador ficou encarregado da Universidade Federal Rural da Amazônia no curso de medicina veterinária e os demais investigaram os cursos de ciências naturais na Universidade do Estado do Pará. |
RESULTADOS: |
De acordo com a verificação das respostas, cerca de 69% dos entrevistados é do sexo feminino, 87% tem entre 17 e 23 anos, e tem como principal meio de comunicação a internet com 62%. A Universidade do Estado do Pará concentrou 44% dos entrevistados, seguida pela Universidade Federal Rural da Amazônia com 36% e Universidade Federal do Pará com 20%. A estatística empregada na quantificação dos dados foi a utilização de gráficos. Quanto a analise qualitativa, a quinta questão demonstrou que a maioria dos investigados não soube conceituar a biotecnologia, porém admitiram ter pelo menos contato. Outra parte menor soube conceituar de forma coerente e uma minoria não respondeu. Na sexta questão foi observado que a maioria se posicionou a favor das pesquisas com células-tronco, porém uma minoria se mostrou contrária não justificando sua posição. Em seguida as questões sete, oito e nove foram respondidas brevemente, sendo os transgênicos bem conceituados pela maioria, mas em certas ocasiões houve posicionamentos incompletos em relação aos benefícios e malefícios. Adiante a terapia gênica foi conceituada pela maioria, entretanto não foram relatados seus benefícios e uma minoria desconhece o assunto. Por fim a eugenia se mostrou aceita pela minoria e recusada pela maioria. |
CONCLUSÃO: |
Os dados obtidos nas três universidades públicas elucidaram a escassez de conceituação da biotecnologia por parte dos universitários, demonstrando o descomprometimento educacional. Os alunos investigados cursam o segundo semestre e por mais que seus cursos estejam relacionados com o tema em questão muitos sabem o que jornais, televisão e, sobretudo a internet lhes fornece. Desta forma não fundamentam seus conceitos científicos em fontes confiáveis, isso é evidentemente comprovado quando observamos a influencia da internet como meio de comunicação e formação de opinião. O tema células-tronco foi bem explorado, devido às opiniões serem fundamentadas e justificadas. Isto não ocorreu com a biotecnologia, responsável por inúmeras especificidades, onde os investigados encontraram dificuldades em conceituá-la. Sendo assim o conceito não é a parte essencial do conhecimento, mas é fundamental para haver sociabilização do saber entre uma sociedade e deve estar complementado com a pratica do conhecimento. Isto significa que, mesmo isolado, o termo carrega consigo o significado. Através desta pesquisa ficou evidente que os investigados não souberam conceituar a biotecnologia no sentido amplo, demonstrando a defasagem educacional. Afinal cidadãos poderão dar rumos a uma sociedade melhor. |
Palavras-chave: Conhecimento, Universitários, Conceito. |