62ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental |
ENSINO MÉDIO E MEIO AMBIENTE: EDUCAR PARA TRANSFORMAR |
Josciene de Jesus Lima 1 Victor de Araújo Novicki 1 |
1. Universidade Estácio de Sá - RJ |
INTRODUÇÃO: |
Este estudo decorre da importância e incubência da educação formal inserir em suas discussões a temática ambiental, conhecida por educação ambiental, considerando o momento histórico. Em 1991, o Ministério da Educação (MEC) incorpora a educação ambiental nos currículos escolares, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, sendo discutida essencialmente nas disciplinas Ciências e Biologia. O Conselho Federal de Educação optou por não constituir a educação ambiental como disciplina e sim sob uma abordagem transversal (FERREIRA, 2007). Para legalizar a educação ambiental foi publicada a Política Nacional de Educação Ambiental - Lei 9795/99 a educação ambiental passou a ser recomendada como processo voltada para a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências (BRASIL, 1999). Consideramos de suma importância repensar o processo ensino/aprendizagem da educação ambiental, no sentido de despertar sobre que tipo de cidadão está sendo formado. Nesse sentido, a pesquisa sobre a discussão da temática ambiental no Colégio Estadual Luiz Viana Filho, em Jequié/BA, teve por objetivo investigar as concepções de meio ambiente e educação ambiental que professores, alunos, gestores e coordenador pedagógico defendem e reproduzem na escola. |
METODOLOGIA: |
Foram aplicados os seguintes instrumentos de coleta de dados: questionário e entrevistas semi-estruturadas, no sentido de responder questões que possibilitasse alcançar o objetivo proposto. Qquestionários aplicados junto aos alunos e professores. As entrevistas foram realizadas com 8 professores, 3 Articuladores de Área, 1 Coordenador Pedagógico e 2 Vice - Diretores. Questionário por 145 alunos (20%) do ano letivo de 2007, sendo: matutino - 1ª série, 01 turma (17 alunos); 2ª série, 01 (37); 3ª, 01 (27); noturno - 1ª série, 01 (24); 2ª série, 01 (20); 3ª série (20). Realizamos entrevistas junto aos professores, Articuladores de Área, Coordenadora Pedagógica e Vice-Diretoras que serviram para: identificar o grau de importância da temática ambiental, as concepções de meio ambiente e educação ambiental. O registro das entrevistas ocorreu mediante gravação em MP3 e fita cassete no momento da sua realização com os sujeitos mencionados. As entrevistas das Articuladoras de Área, Coordenadora Pedagógica e Vice-Diretoras foram transcritas sumariamente, enquanto as entrevistas dos professores foram interpretadas e extraídas as falas que consideramos importante para esclarecer as questões propostas na pesquisa. |
RESULTADOS: |
Os resultados encontrados sinalizaram para as seguintes concepções: meio ambiente sob uma visão reducionista (concepções biocêntrica e antropocêntrica) e educação ambiental, sob a lógica conservacionista, focada principalmente nos recursos naturais. As concepções de meio ambiente indicadas pelos alunos: A maioria, 51,7% dos alunos revelou concepção reducionista/preservacionista. Apenas 15,9% dos sujeitos demonstraram a concepção dialética. (BRÜGGER, 2004; GUIMARÃES, 2005). As concepções indicadas pelos professores revelaram também o não reconhecimento do homem na condição de ser natural e social, deixando transparecer que desconheciam a sinergia parte e todo, existente entre o homem e o meio ambiente (NOVICKI, 2007; GUIMARÃES, 2005). A concepção de educação ambiental predominante entre os alunos estava relacionada ao aspecto conservacionista, comportamentalista e instrumentalista (51,7%). A educação ambiental na perspectiva crítica torna-se um mecanismo de contestação do "adestramento" e de possibilidade de transformação social. A concepção de educação ambiental predominante entre os professores, sujeitos da pesquisa, identificada a partir das respostas acima relacionadas, se constitui em uma educação ambiental reservacionista. |
CONCLUSÃO: |
Acreditamos que os resultados obtidos, perpassaram também pela questão da formação dos professores e mais especificamente, pelo tipo de formação. Dentre os professores que participaram dessa pesquisa, apenas 10% (02) dos professores afirmaram ter participado de curso relacionado à educação ambiental. Percebemos que a discussão sobre a temática ambiental se tornava polêmica entre os professores das diferentes disciplinas, pois se apegavam fortemente ao cumprimento dos conteúdos, onde eles afirmavam falta de tempo para incluir a discussão em suas aulas. A partir dos dados coletados e interpretados, inferimos que a educação formal pressupõe um trabalho mais qualitativo acerca da discussão a respeito da temática ambiental, se constitua em um grupo mais atuante, no sentido de possibilitar reflexão sobre atos e atitudes que consciente ou inconscientimente interferem no processo de ação e participação do indivíduo e da sociedade acerca do meio ambiente e as tensões existentes. Os resultados analisados sinalizaram para a predominância de uma educação que privilegia a mudança de comportamento, sem questionar os valores, sem considerar as relações do modo de produção de coisas e de pessoas, revelando uma educação ambiental acrítica (Novicki, 2007). |
Palavras-chave: Educação Ambiental, Ensino Médio, Meio Ambiente. |