61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal
ATIVIDADE FIBROLÍTICA MICROBIANA RUMINAL: EFEITO DE DIFERENTES ANTIOXIDANTES DURANTE A PREPARAÇÃO ENZIMÁTICA
Alessandro Signori 1
Juliano Perottoni 2
Caren Paludo Ghedini 3
Éder Alexandre Minski da Motta 4
Gilberto Vilmar Kozloski 5
Roberta Farenzena 6
1. Graduando em Zootecnia – UFSM/CESNORS/ Palmeira das Missões, bolsista PIBIC/CNPq
2. Zootecnista, Dr., professor adjunto do departamento de Zootecnia, UFSM/CESNORS
3. Aluno do curso de graduação em Zootecnia – UFSM/CESNORS/ Palmeira das Missões
4. Aluno do curso de graduação em Zootecnia – UFSM/CESNORS/ Palmeira das Missões
5. Médico Veterinário, Dr., professor adjunto do departamento de Zootecnia, UFSM
6. Zootecnista, mestranda do programa de pós-graduação em Zootecnia - UFSM/Santa M
INTRODUÇÃO:
Os ruminantes necessitam de suplementação para alcançarem níveis aceitáveis de ganho de peso ou produção de leite. No entanto, a suplementação com alimentos ricos em amidos ou açucares usualmente deprimem a digestibilidade da fibra e o consumo de forragem, e são vários os fatores envolvidos nestes efeitos, tais como: competição entre espécies bacterianas por nutrientes limitantes; produção pelas bactérias que usam açucares solúveis, de proteínas inibidoras do crescimento daquelas que degradam fibra, e, principalmente, inibição do crescimento e a atividade das bactérias que degradam fibra devido a queda do pH ruminal. Entretanto, têm sido demonstrado também que a suplementação rica em amido deprime a degradação ruminal da fibra mesmo sem redução do pH ruminal, indicando a existência de um mecanismo de inibição direta das enzimas fibrolíticas pelos carboidratos não fibrosos. Embora estes efeitos tenham sido amplamente identificados e documentados, os mecanismos pelos quais a queda do pH e/ou a presença de carboidratos solúveis reduzem a atividade fibrolítica bacteriana ruminal não esta claramente estabelecido.
METODOLOGIA:
Foi incubado várias amostras de azevém por um período de 24 horas no rúmen de um bovino fistulado no rúmen, alimentado com dietas a base de forragem. Após a incubação o conteúdo foi imediatamente lavado em água corrente e tratado com solução fisiológica (NaCl 0.9%) a 39ºC, durante 10 minutos, com o objetivo de retirar as bactérias não aderidas às partículas. Em 1g de amostra foi acrescentado 20 mL de Solução Tampão Fosfato (pH 6,8) mais mercaptoetanol (Met) e/ou ditiotreitol (DTT), na presença ou ausência do tetracloreto de carbono (CCL4). Após as amostras foram submetida a diferentes tratamentos para extração das enzimas fibrolíticas. 1) Sonicação; 2) lisozima; 3) sonicação + lisozima; 4) controle, incubadas em banho-maria a 39ºC durante 3 horas e filtradas. O material filtrado, contendo enzimas fibrolíticas ruminais, mantido em banho-maria a 39ºC por 30 ou 60minutos, fui incubado com o substrato Carboximetilcelulose 2% (CMC 2%), após esse período foi incubado em banho-maria a 100ºC por 6 minutos para interromper a atividade da enzima sobre o substrato. Foi determinada a concentração de açúcares redutores e calculada a atividade enzimática das bactérias ruminais, sendo expressa em nmol de açúcares redutores/g MS incubada/ minuto de incubação.
RESULTADOS:
Os resultados encontrados foram de 4100, 3750 e 3900 nmol de açúcares redutores/g MS incubada/ minuto de incubação para os tratamentos Sonicação, Lisozima, Sonicação+lisozima, respectivamente. Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os métodos testados para a extração da enzima fibrolítica. As amostras processadas com uso do mercaptoetanol como antioxidante apresentaram atividade enzimática superior àquelas que foram extraídas com o uso do ditiotreitol (P<0,01). O uso do tetracloreto de carbono não influenciou na atividade das enzimas tanto nas amostras tratadas com mercaptoetanol quanto nas amostras tratadas com DTT, esses resultados indicam que para a metodologia avaliada não é necessário o uso do CCL4, visto que é um componente altamente cancerígeno e de difícil manipulação. Os valores médios de atividade enzimática de bactérias fibrolíticas ruminais, extraídas de resíduo ruminal, após a incubação com o substrato (CMC 2%) por 30 ou 60 minutos foram de 3850 e de 4600 nmol de açúcares redutores /g MS incubada/ minuto de incubação, respectivamente. Esses valores não apresentaram diferença significativa (P>0,05) quanto ao tempo de incubação, comprovando a eficiência na utilização do antioxidante na manutenção da atividade da enzima, mesmo aumentando o tempo de incubação.
CONCLUSÃO:
Ao contrario do esperado, não houve diferença significativa entre as metodologias empregadas na extração das enzimas da parede celular bacteriana ruminal. O uso de Mercaptoetanol como componente antioxidante de enzimas se mostrou de alta eficácia no processo de determinação da atividade enzimática de bactérias fibrolíticas ruminais. Quanto ao uso do tetracloreto de carbono, na metodologia testada se faz dispensável.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Atividade enzimática, Bacteria ruminal, Mercaptoetanol.