61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 7. Teorias da Comunicação
Formas de Recepção na Arte e na Publicidade Convivências e Convergências
Giovana Flávia Zulato 1
Marcos Rizolli 2
1. Universidade Presbiteriana Mackenzie - CCL (IC)
2. Prof. Dr. - Universidade Presbiteriana Mackenzie - CCL (Orientador)
INTRODUÇÃO:
Este trabalho pretende investigar as formas de recepção da arte e da publicidade presentes nas grandes metrópoles, de que maneira elas convivem no espaço público e em quais aspectos convergem, ou seja, em quais aspectos podemos garantir que se tratam de duas linguagens visuais distintas, mas que se comunicam entre si e principalmente com os indivíduos que habitam essas cidades. Atualmente o que podemos notar é que a arte vem sofrendo um fenômeno de apagamento. Instaladas nas principais praças e avenidas de grandes cidades as esculturas acabam sendo consumidas pela urbanização e passam despercebidas, tornando-se suportes apagados de nossa cultura e história. É objetivo da pesquisa também estudar, além dessa invisibilidade das obras de arte também o contrário, a grande receptividade e apreciação de outra forma de intervenção visual presente na cidade: as peças publicitárias.  Pretendeu-se ainda, explorar os aspectos tanto de uma quanto de outra linguagem a fim de identificar fenômenos de estranhamento, de familiaridade, de convergências e de convivência das duas linguagens identificando em quais momentos há uma sobreposição de uma à outra, descobrindo assim como as formas de linguagens evoluíram no tempo e no espaço até se tornar o que conhecemos hoje.
METODOLOGIA:
Na pesquisa foram aplicadas Pesquisas Bibliográfica e Pesquisa de Campo Qualitativa não induzida. Além de consultas em livros, sites, entrevistas, nos campos tanto da arte quanto da publicidade, estudos de História da Arte, Teoria da Comunicação e Semiótica, embasaram teoricamente a pesquisa. Os objetos de estudo escolhidos foram: representação gráfica da marca de telefonia Tim elaborada pela Agência de Publicidade Tátil Design, utilizada na divulgação do Tim Festival e a escultura Monumento às Bandeiras de Victor Brecheret, localizada no entorno do Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. A seguinte relação norteou toda a pesquisa servindo assim, como base para os estudos desenvolvidos: São Paulo – Monumento às Bandeiras – Victor Brecheret – Ibirapuera / Rio de Janeiro – Representação Gráfica da Tim – Agência Tátil - Lagoa Rodrigo de Freitas. Arte é objeto permanente e Publicidade é peça provisória. Arte se harmoniza com a paisagem e a Publicidade age como ruído na paisagem. Arte no espaço público (praça) e Publicidade também no espaço público (praça). Foram escolhidos os seguintes entrevistados: Sandra Brecheret, irmã do escultor Victor Brecheret, os professores Regina Lara e Djalma de Barros, estudiosos do tema, e Darlene Furtado gerente de marketing da Tatil Design.
RESULTADOS:
A representação gráfica da marca do Tim Festival é uma criação publicitária que pretende dar visibilidade à marca, principalmente na ocasião do festival sendo, portanto, fundamental para a sua divulgação. A lembrança na mente do consumidor é o principal objetivo de sua criação. O resultado é a ampliação do alcance da mensagem e maior interação da marca com o público. O Monumento às Bandeiras é composto de figuras elaboradas com grande síntese formal; simplificação dos detalhes e linhas estilizadas. É a maior escultura do mundo e procura; além de resgatar a temática do bandeirantismo, também registrar a mistura étnica brasileira. O caminho percorrido pelos bandeirantes rumo ao interior, vindos do litoral é retratado nessa escultura que está presente em local público e muitas vezes é esquecida e ignorada pelo observador. Os dois objetos estudados foram instalados em locais públicos, sendo assim, podemos afirmar que a intenção das escolhas convergem para o mesmo fim: tornar essas manifestações o mais públicas possível, para que conseqüentemente cumpram as suas funções e comuniquem-nas ao seu observador.
CONCLUSÃO:
Convergir não significa identificar-se. Significa isto sim, tomar rumos que, não obstante as diferenças dirijam-se para a ocupação de territórios comuns, nos quais as diferenças se roçam, sem perder seus contornos próprios” (SANTAELLA, 2005 p. 7). O principal objetivo pretendido por esse estudo foi cumprido na medida em que ambos os objetos foram estudados a fundo, procurando desvendar cada uma de suas peculiaridades. Sendo assim, diversas conclusões foram alcançadas, porém a principal constatação a que se chegou é a de que comunicar nem sempre significa estabelecer significados evidentes, pelo contrário, muitas vezes eles estão tão intrínsecos aos comunicantes que somente podemos observá-los, contemplá-los e procurar compreendê-los da melhor forma possível. Não podemos garantir que futuramente as obras de arte presentes nas grandes cidades serão extintas, tão pouco se pode afirmar que as peças publicitárias tomarão os seus lugares. Podemos garantir sim, que as duas formas de expressão humana nos comunicam conceitos, formas, idéias e acima de tudo, são parte de nossa historia, o que já basta para tornar-se obrigação de todo observador zelar por elas, garantindo a convivência necessária de ambas, em uma sociedade que se pretende contemporaneamente comunicativa.
Instituição de Fomento: PIVIC Mackenzie
Palavras-chave: arte, publicidade, convergências.